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Ano da Fé

Ano da Fé
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O QUE FICOU POR DIZER EM 2010... (parte III)

... acerca do escândalo da pedofilia na Igreja Católica e do papel do Papa Bento XVI nessa nossa vergonha.

Clique aqui.

O QUE FICOU POR DIZER EM 2010... (parte II)

... acerca do Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social

O QUE FICOU POR DIZER EM 2010... (parte I)

... acerca do 5 de Outubro e da Monarquia de um ponto de vista católico.

Clique aqui.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CITAÇÃO DO MÊS

Nasceu o grande Rei, como um menino pequeno (...)

Herodes perturba-se e, para não perder o reino, decide matar o recém-nascido. E, no entanto, se tivesse acreditado n'Ele, poderia reinar tranquilo na terra e para sempre na outra vida.

Que temes, Herodes, ao ouvir dizer que nasceu o Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o Demónio. Tu, porém, não o compreendes e, por isso, te perturbas e enfureces; e, para que não escape aquele Menino, convertes-te em cruel assassino de tantas outras crianças! (...)

... nem os gritos e gemidos das crianças te comovem. Matas o corpo das crianças, porque o temor te matou o coração. Julgas que, se conseguires o teu propósito, poderás viver muito tempo, quando precisamente queres matar a própria Vida. (...)

Mas tu, Herodes, ignorando tudo isto, perturbas-te e enfureces-te! E enquanto te enfureces contra aquele Menino já estás, sem o saber, a prestar-Lhe a tua homenagem!

Maravilhoso dom da Graça! Que méritos tinham aquelas crianças para obter tal triunfo? Ainda não falam e já confessam a Cristo! Ainda não podem mover os seus membros para travar a batalha e já alcançam a palma da vitória!

Bispo S. Quodvultdeus de Cartago
in Sermões

sábado, 25 de dezembro de 2010

domingo, 12 de dezembro de 2010

AS CRÓNICAS DE NÁRNIA



Era uma vez, na Inglaterra dos princípios do século XX, um ateu muito letrado e inteligente da Universidade de Oxford. Um dia esse ateu encontrou um católico devoto, igualmente letrado e inteligente, o que o intrigou muito. Tornaram-se grandes amigos. Eventualmente, graças a Deus, à amizade do católico e à literatura que este lhe recomendou, o ateu converteu-se ao Cristianismo (embora, para desgosto do católico não se tenha convertido ao Catolicismo, mas ao Anglicanismo). Em breve, este novo cristão tornar-se um dos maiores escritores do século XX.

O nome do ateu convertido era C.S. Lewis e foi o autor de "As Crónicas de Nárnia". O católico era J.R.R. Tolkien, o autor de "O Senhor dos Anéis".

C.S. Lewis escreveu as Crónicas de Nárnia como uma forma de catequizar as crianças. Nárnia é um mundo paralelo ao nosso, onde existem muitas criaturas míticas e fantásticas. As Crónicas contam as estórias de crianças do nosso mundo que encontram o caminho para Nárnia e lá vivem muitas aventuras.

Nárnia tem também os seus vilões, nomeadamente a Bruxa Jadis, que não é mais do que o Diabo daquele mundo. Felizmente, também mora lá Aslan, um leão gentil e forte. Aslan é a encarnação de Jesus em Nárnia. Embora isso nunca fique totalmente explícito, C.S. Lewis deixa esses factos muitas vezes implícitos nos livros (às vezes quase descaradamente).



Existem 7 livros da série "As Crónicas de Nárnia". Esses livros não seguem a ordem cronológica do mundo de Nárnia, mas uma ordem lógica que vai revelando mais e mais detalhes apaixonantes à medida que a história se desenrola. Segundo a ordem que C.S. Lewis atribiuiu temos:

1 - O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa (retrata a vida e morte de Jesus)
2 - O Príncipe Caspian (retrata o mundo moderno)
3 - A Viagem do Caminheiro da Alvorada (retrata a peregrinação interior de cada alma)
4 - O Cavalo e o seu Rapaz (retrata a vida dos cristão na época do expansionismo islâmico)
5 - O Trono de Prata (um pouco como o #3)
6 - O Sobrinho do Mago (retrata o Génesis)
7 - A Última Batalha (retrata o Apocalipse)

Há ainda a ordem cronológica segundo o Mundo de Nárnia (que pode ser um pouco mais compreensível para as crianças):

1 - O Sobrinho do Mago
2 - O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa
3 - O Cavalo e o seu Rapaz
4 - O Príncipe Caspian
5 - A Viagem do Caminheiro da Alvorada
6 - O Trono de Prata
7 - A Última Batalha

Os livros são muitos bons, mas as adaptações que têm vindo a ser feitas para o grande ecrã são, na minha opinião, ainda melhores! Mais maduros e mais profundos, permitindo que pessoas mais velhas gostem e aprendam com os filmes.

Já foram realizados "O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa" (2005) e "O Princípe Caspian" (2008). Neste Natal, estreou "A Viagem do Caminheiro da Alvorada". Já o vi e recomendo! Sobretudo porque este terceiro filme esteve quase para não ver a luz do dia, porque a Disney deixou de o patrocinar... O financiamente passou para a 20th Century Fox, mas é preciso que o filme seja um êxito de bilheteiras se queremos que todos os 7 livros cheguem a filmes!





Portanto, melhor do que Harry Potter ou Crepúsculo, que tal ler e visionar "As Crónicas de Nárnia" neste Natal? Afinal, não há nada melhor para aguçar as nossas imaginações que esta época do ano tão alegre e colorida!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

AVÉ MARIA, CHEIA DE GRAÇA...

Hoje é Dia da Imaculada Conceição, um dia que celebra uma das minhas devoções particulares...

TAMBÉM É O 2º ANIVERSÁRIO DESTE BLOG!!!
Graças a Deus, por intercessão de Nossa Senhora da Conceição e dos demais santos padroeiros deste blog (S. Pedro, S. Paulo, Arcanjo S. Gabriel e S. Cristovão)...

Meu Deus, Senhor, por favor, continua a conceder-me a Graça de Te ser fiel neste humilde espaço virtual. Que a minha palavra esteja sempre em consonância com a Tua Palavra. Possa eu ser um participante activo e válido na Nova Evangelização que este Portugal e esta Europa tanto necessitam.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

CITAÇÃO DO MÊS

Se não puder alimentar 100 pessoas, então alimente apenas 1.

Beata Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A LUTA CONTRA A POBREZA

Vale a pena reler.

ALGUNS ARTIGOS INTERESSANTES...

... sobre alguns dos ensinamentos mais difíceis, polémicos e desconhecidos da Doutrina Social da Igreja em relação à pobreza.

Ver aqui e aqui.

sábado, 27 de novembro de 2010

A VERDADEIRA LUTA CONTRA A CRISE...

... faz-se aqui.

Você também pode ajudar. Veja como, aqui, aqui e aqui.

A GREVE DA ALMA

Sem dúvida que uma das principais causas de pobreza em Portugal é a injustiça laboral propagada pelo actual Governo. Nesse aspecto, a convocação da Greve Geral da passada 4ª feira é um marco da participação cívica portuguesa... uma forma de luta justa e legítima que, a custo do sacrifício de muitos trabalhadores, visou restituir ao Povo alguma dignidade e justiça. Protestar contra situações escabrosas como esta é bastante salutar. A Conferência Episcopal Portuguesa concorda com o que eu estou a dizer.

No entanto, esta greve estava automaticamente viciada desde o princípio. Pelo que, longe de obter o seu efeito desejado, apenas conseguiu obter isto.

Mas então, que fazer? Cruzar os braços? Não. Não é isso que eu digo... mas acho que devemos procurar a solução mais fundo...


Então, quais são as causas desta greve?

Sem dúvida... os trabalhadores portugueses desejam que lhes sejam restituídos os direitos e salários que eles merecem. E terão toda a razão em fazê-lo! Mas estão a lutar por eles próprios, pelos seus próprios direitos e pelos seus próprios salários!

Não lutaram tanto nem se sacrificaram tanto para defender a santidade do Casamento ou a vida das crianças não-nascidas. Não mexeram uma palha para lutar por algo que não os beneficiava directamente (ou que eles julgam que não os beneficia directamente), mesmo que fosse o mais certo!

Quando é que os portugueses lutaram, além desta greve? Em que outras circunstâncias os portugueses se sacrificaram por uma causa, ainda que fosse uma causa que lhes dizia respeito?

Nas eleições legislativas, claro está! Quando fizeram ouvidos moucos aos seus bispos e aos católicos que lutavam por aquilo que era realmente importante! Quando preferiram ouvir as promessas vazias dos demagogos à própria Voz de Deus! Venderam o seu voto a quem lhes deu o preço mais alto!

Mas esses políticos... esses mesmos políticos que compraram o Povo, esses políticos de quem a sã Doutrina nos acautelava... esses políticos que prometeram mundos e fundos... são agora a causa das injustiças sociais que nos afectam a todos!

Qualquer um percebe que alguém que está disposto a sacrificar criancinhas quando são um fardo... estará certamente disposto a sacrificar os trabalhadores quando eles forem um fardo para o Estado. Qualquer um percebe que alguém que pretende remodelar o Casamento ao sabor do capricho de qualquer um... estará certamente disposto a remodelar a Sociedade ao sabor dos seus próprios caprichos. Qualquer um percebe que alguém que facilita o Divórcio, rejeitando a inviolabilidade do compromisso assumido no Matrimónio... estará certamente disposto a rejeitar os seus próprios compromissos eleitorais. Para esses políticos, não existe Verdade, nem Virtude... existe tão somente o Presente e aquilo que eu posso aproveitar dele. Seria possível que alguém que professa tamanho relativismo moral tivesse um pingo de decência para com o seu Povo?

Não sei se a Greve Geral de 4ª feira foi ou não benéfica!

Mas sei que não é suficiente!

Portugal apenas sairá do abismo quando fizer uma Greve Geral na sua própria alma. Greve aos facilitismos, aos chico-espertismos, ao próprio umbigo! Foi tudo isso que nos trouxe até aqui! Se desculpamos essas atitudes na nossa vida, como podemos culpá-las nos políticos? Eles são um mero reflexo da sociedade que neles vota!

Esta Greve tem o propósito da reinvidicação. O que, em si, não é mau. Mas podia ser tão melhor!

É que a reinvidicação não é mais do que uma forma de competição. Competição entre os sindicatos e as forças empregadoras (nas quais se inclui o Estado).

Para forças anticapitalistas, os Sindicatos usam de formas de pensar muito capitalistas... como "Competição". Se eles pensam que a competitividade capitalista é fonte de miséria laboral, como podem considerar que a competitividade anticapitalista é diferente?

A Doutrina Social da Igreja coloca a ênfase na "Cooperação". Que mais não é do que o Amor (a Caritas cristã) aplicada às estruturas sócio-económicas. Precisamos de todos para sair desta crise. TODOS! Trabalhadores, patrões, investidores, políticos... até das crianças que irão sustentar a Segurança Social do Futuro.

Portugal apenas sobreviverá quando deixarmos de pensar apenas em nós próprios e abrirmos o coração aos outros!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O PAPA E A DOENÇA DO MUNDO (a saga continua)

Detesto ter de interromper o mês que eu queria dedicar exclusivamente à pobreza, mas as deturpações jornalísticas obrigaram-me a isso, uma vez mais...

Andam todos os jornais (e toda a gente) num rebuliço porque se diz que o Papa "finalmente" "permitiu" o uso do preservativo em certas circunstâncias. Decerto tais pessoas pensam que, em breve (numa questão de anos, mas mais cedo ou mais tarde), a Igreja vai "compreender" a benignidade dos contraceptivos e, eventualmente, liberalizar a sua visão da sexualidade para outras áreas fracturantes. Caem na heresia do Modernismo, segundo a qual a Igreja Católica tem de adaptar a sua verdade aos tempos modernos e não somente à Doutrina de Cristo transmitida pela cadeia apostólica... heresia essa condenada pelo Papa S. Pio X.

Ora, o Papa Bento XVI nunca (e eu repito NUNCA) "permitiu" o uso do preservativo. O que sucede é que vai ser publicado em breve um livro chamado "A Luz do Mundo", no qual o Papa é entrevistado por um jornalista seu amigo, o Peter Seewald. No decurso dessa entrevista, surge o seguinte excerto:


São estas as frases da controvérsia. Mas, como se pode ver, nada nesta frase permite o uso do preservativo. O comentário do Papa foca-se, outrossim, na transformação moral de uma pessoa com uma vida sexual depravada, que finalmente começa a compreender que a sua sexualidade implica alguma responsabilidade. O acto, per se, não é lícito, mas pode ser um primeiro passo para exorcizar o relativismo moral associado à sexualidade.

Se dúvidas houvesse quanto à interpretação a dar a estas frases, basta ler as frases que precedem o excerto e as frases que lhe seguem:

"A pura fixação no preservativo implica uma banalização da sexualidade, que é, afinal, a fonte perigosa da atitude que não vê a sexualidade como uma expressão do Amor, mas apenas como uma droga que as pessoas administram em si próprias. É por isso que luta contra a banalização da sexualidade é também uma parte da luta para assegurar que a sexualidade é tratada como um valor positivo, com um efeito positivo no Ser Humano como um todo.
(...)

Ela (A Igreja Católica) não o vê (o uso do preservativo) como uma solução moral ou real, mas em certos casos, pode existir uma intenção de reduzir o risco da infecção, um dos primeiros passos no movimento em direcção a uma forma diferente, mais humana, de viver a sexualidade"


A Doutrina da Igreja não mudou uma vírgula. A condenação da Igreja ao uso do preservativo mantém-se. O que sucede é que a condenação do preservativo baseia-se no seu efeito contraceptivo. A Igreja é contrária à contracepção, mas não à prevenção de doenças. Como tal, o uso de preservativo enquanto profilaxia (e apenas como tal) é lícito.

Deste modo, se um prostituto se envolver numa relação homossexual, o preservativo não terá qualquer efeito contraceptivo... mas poderá ter um efeito profiláctico contra a SIDA. Este caso está claramente fora do âmbito da Humanae Vitae, pelo que esta resposta do Papa não muda nada... no máximo dos máximos, apenas acrescenta, sem nada alterar. O uso de preservativo como um profiláctico pode ainda ser legítimo em casos em que já não existe o objectivo procriativo da sexualidade para conferir ao preservativo um efeito contraceptivo: por exemplo, quando a mulher é pós-menopáusica ou estéril porque submetida a uma histerectomia por problemas ginecológicos.

Ou seja, uma vez mais, too much ado about nothing. E, entretanto, as pessoas vão ficando mais confusas e o Pecado vai-se aproveitando.




Para ver o desmentido do Vaticano acerca das declarações do Papa, clique aqui e aqui

Para saber por que a doutrina da Igreja (e do Papa) acerca do preservativo está correcta, clique aqui e aqui

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

OS BISPOS E A POBREZA

A Conferência Episcopal Portuguesa reuniu-se de 08 a 11 de Novembro para discutir a pobreza e emitiu um documento muito corajoso e acertado sobre a pobreza em Portugal... nomeadamente que:
"... a grave situação que o nosso País atravessa convidam todos a enfrentá-la com espírito patriótico de coesão responsável entre forças políticas, agentes económicos, organismos sociais, movimentos culturais, comunicação social e cada cidadão como participante activo. O bem comum da nação assume prioridade nos critérios da construção do nosso futuro. Lucros indevidos, meros proveitos eleitorais e resultados oportunistas não servem a recuperação nacional. As medidas de austeridade, para merecerem acolhimento benévolo dos cidadãos, têm de ser acompanhadas de forte intervenção na correcção de desequilíbrios inaceitáveis e de provocantes atentados à justiça social. É hora para pôr cobro à atribuição de remunerações, pensões e recompensas exorbitantes, ao lado de pessoas a viver sem condições mínimas de dignidade. Os Bispos propõem caminhos de conversão, dentro do autêntico espírito evangélico, como grande esperança para o futuro. Todos devem sentir-se responsáveis pelas causas motivadoras da actual situação, uma vez embarcados no consumismo do supérfluo e seduzidos pelos bens materiais como centro de uma vida feliz. É hora para repensar as atitudes éticas e cívicas com lucidez vigorosa, com coragem para congregar as energias necessárias no esforço de reformas profundas no estilo de vida, e alicerçada com esperança no humanismo aberto à transcendência e para muitos alimentada no Pai comum que a todos irmana."



É pena que esta intervenção peque por tardia. E, sobretudo, é pena que os bispos apenas apresentem este tipo de coragem política quando se trata de temas relativamente consensuais como a luta contra a pobreza... mas não tanto em relação a outros aspectos da Doutrina que mereciam igual ou maior atenção (dada a desobediência generalizada a esses mandamentos).

sábado, 13 de novembro de 2010

UM COMBATE DE TITÃS (e sobre como ele destrói as casas dos pobres humanos)

Dado que resolvi devotar alguns posts ao tema da pobreza, sem dúvida que não posso esquecer-me de abordar também as causas políticas desta pobreza...

Desde o século XIX d.C., temos vindo a assistir a uma guerra de titãs pela supremacia mundial. Os titãs em combate são dois... o Capitalismo (i.e. a Direita) e o Comunismo (i.e. a Esquerda). Com a Queda do Muro de Berlim, o Comunismo foi mortalmente ferido... mas veio em seu auxílio o seu irmãozinho, o Socialismo, que ainda hoje peleja contra o Capitalismo.

Apesar de estarmos a falar de dois gigantes que disputam a coroa do Poder Mundial, o problema é que a maioria das pessoas desconhece o que eles significam. Geralmente, as pessoas votam na Direita e na Esquerda por influência de outros factores socio-culturais... e não por saberem bem a diferença entre as duas opções e por terem feito uma escolha informada.

Como eu não pretendo tomar o partido de nenhum destes dois monstros, vou deixar que sejam eles a fazer o trabalho sujo por mim e a matarem-se mutuamente.

VÍDEO DA DIREITA (Hayek) CONTRA A ESQUERDA (Keynes)

VÍDEO DA ESQUERDA (Marx) CONTRA A DIREITA (capitalistas)

É interessante que as acusações que a Esquerda faz à Direita pela miséria actual são semelhantes às acusações que a Direita faz à Esquerda. A Esquerda afirma que a miséria é causada por uma elite corrupta de magnatas sem escrúpulos, enquanto a Direita afirma que a miséria é causada por uma elite corrupta de burocratas estatais. Ora, eu afirmo (e a Igreja afirma) que a miséria é causada por uma elite corrupta na alma de cada pessoa... chamem-lhe Legião, mas eu chamo-lhe "pecados".

A Esquerda culpa a Direita pelo endividamento das pessoas, porque os capitalistas, para fomentarem o consumo de bens sem aumentarem os salários, incentivaram ao uso de crédito. Mas a Direita culpa a Esquerda pelo endividamento das pessoas, porque os princípios socialistas keynesianos afirmam que o Estado deve promover o consumo e desincentivar a poupança, para manter o fluxo de capital. Ambos têm razão... e, por isso, ambos são igualmente culpados. Porque tanto o Capitalismo como o Socialismo/Comunismo se apresentam como messias seculares, quando existe apenas um Messias! E de que mal nos querem salvar esses (pseudo)messias seculares? Da pobreza, obviamente... Esse é o principal mal para eles. E combate-se com o mero enriquecimento, com especial destaque para as aparências de prosperidade. Deste modo, tanto o Capitalismo como o Socialismo/Comunismo incentivam o materialismo consumista e hedonista, este sim, responsável pelo actual endividamento das pessoas, famílias e nações... E é esse materialismo o responsável pela actual crise económica nacional e internacional. E tanto o Capitalismo como o Socialismo/Comunismo disponibilizaram às pessoas as estruturas necessárias para que tal fosse possível.

A Igreja, por sua vez, afirma que o principal mal não é a pobreza, mas o Pecado. E, por estranho que pareça, a pobreza erradica-se precisamente combatendo o pecado. Todas as pobrezas, materiais e espirituais, têm como fonte o Pecado Original que nos toca a todos. E, por isso, a luta contra a pobreza, implica a luta contra o pecado. Nas estruturas sociais, sem dúvida. Mas nunca esquecendo os nossos próprios corações.

Sinto-me feliz por Deus ter instituída esta Igreja, cuja Doutrina Social me isenta de ter de escolher entre o mal do Capitalismo e o mal do Socialismo. O Capitalismo fala de Liberdade individual, asfixiando a Solidariedade colectiva para a obter. O Socialismo fala de Solidariedade, oprimindo a liberdade das pessoas e das organização sob o peso de um Estado omnipotente. São meias-verdades. Mas a Igreja fala a Verdade. Pega nas meias-verdades do Capitalismo e do Socialismo e utiliza-as, desprezando o lixo dispensável que as envolve.

Tal como na mitologia pagã, os titãs apenas foram vencidos pelos deuses. Os titãs do Capitalismo e do Socialismo podem digladiar-se eternamente. E, fazendo-o, vão varrendo o nosso mundo, destruindo as nossas minúsculas casas no decurso das suas batalhas. Mas Deus pode travá-los. Só que Deus apenas aparece onde é convidado...

domingo, 7 de novembro de 2010

SOBRE AS VERDADEIRAS CAUSAS DA POBREZA MUNDIAL...





Em resumo: Para contribuir para a redução drástica da pobreza mundial, as sociedades ocidentais devem renunciar ao seu consumismo desenfreado e distribuir os recursos de uma forma mais justa e equilibrada. Quer a título individual, quer nacional e internacional.
É tão simples, tão simples, que preferimos ceder a ideologias misantrópicas como o "mito da sobrepopulação" a alterar os nossos estilos de vida.

domingo, 31 de outubro de 2010

CITAÇÕES DO MÊS

"Para manter o Direito e a Justiça, deverás ser justo e equilibrado com o teu povo, sem beneficiares a mão direita ou a esquerda, mas olhando sempre em frente... e deverás apoiar a causa do pobre até que a verdade se manifeste"


Rei S. Louis IX de França
Numa carta ao seu filho

"Sou o bom servo do Rei, mas primeiro de Deus"

S. Thomas More
Últimas palavras antes da sua execução

UMA HOMENAGENS ÀS MINHAS 2 NAÇÕES TERRENAS...




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

MARQUÊS DE BONCHAMPS (1760-1793)


O que faz uma revolução? Segundo uma concepção extremamente romântica que por aí paira, uma revolução é sinónimo da vontade do Povo, lutando pela sua liberdade, legitimamente derrubando um regime despótico e opressor, violador da dignidade humana. Sem dúvida que, por vezes, será assim. No entanto, na minha opinião, uma revolução é geralmente vontade de uma elite aburguesada e adolescente, não do Povo. Essa elite manipula o descontentamento e miséria populares para impor uma ideologia absurda e minoritária, incapaz de vingar através dos canais apropriados. Instrumentaliza a adesão popular a uma série de promessas demagógicas, para legitimar um projecto político que esse mesmo Povo raramente compreende (e que, se compreendesse, provavelmente nunca apoiaria). É por isso que, quando triunfa a revolução, os revolucionários geralmente empreendem uma odisseia de “educação” do coitado do Povo, porque o coitado do Povo não sabe o que que é melhor para o País, esse mesmo Povo de cuja vontade os revolucionários encheram a boca durante a revolução.


Não é por isso de estranhar que, a seguir aos belos e comoventes hinos revolucionários, se sigam os “necessários” e “inevitáveis” períodos de repressão que os governos revolucionários, por norma, encetam. E, por causa desta concepção extremamente romântica de revolução, a História só reza dos belos e comoventes hinos revolucionários. Toda a gente conhece o célebre lema “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” da Revolução Francesa, embora raramente se comente o trio (igualmente histórico) “Terror, Histeria e Guilhotina”.

Não admira pois, que aqueles que compartilham desta concepção romântica da revolução, vejam precisamente na Revolução Francesa o seu paradigma. Não é por acaso que a Esquerda (a detentora quase exclusiva da mentalidade revolucionária) tenha nascido precisamente do jacobinismo desta Revolução Francesa. Um jacobinismo do qual a Revolução Republicana de 05/10/1910 não está imune.







Quanto a mim, o que faz uma revolução é, precisamente, a vontade do Povo. A Vontade popular espontânea. A Vontade popular que nasce da própria iniciativa do Povo não “educado” pelas elites revolucionárias. Por isso mesmo, para mim, o paradigma de revolução não é a Revolução Francesa… mas a Revolução de Vendée. Que, paradoxalmente, foi uma resposta contra-revolucionária à Revolução Francesa.


Insígnia dos
soldados do Armée Catolique
"Dieu et Roi"
 Vendée é uma região da França onde, no séc. XVIII, a população apresentava uma forte fé católica e onde a Nobreza, digna desse nome, contribuía para a diminuição das desigualdades sociais. Não é, pois de estranhar, que a Vendée não tenha aderido com muito entusiasmo à Revolução Francesa. Mas, quando a República impôs um recrutamento compulsivo de 300.000 homens nessa região para servirem no Exército, acompanhado de uma perseguição implacável ao clero e aos fiéis praticantes... os Vendéen tomaram armas, mas contra a República. Foi assim que nasceu o Armée Catolique et Royale. Uma verdadeira revolução, assente na verdadeira vontade popular. Claro que os revolucionários, muito democraticamente, enviaram várias tropas para controlar a região.

É nas verdadeiras revoluções que nascem os verdadeiros líderes. E tudo isto foi uma introdução à história de Charles Melchior Artus de Bonchamps… ou, melhor dizendo, o Marquês de Bonchamps. O Marquês era um nobre que lutara bravamente várias guerras e que se retirara da vida política quando a Revolução Francesa estalou. Foi a ele que os Vendéen se voltaram, quando se viram em desvantagem numérica perante um adversário militarizado e bem treinado.

Reza a história que o Marquês de Bonchamps procurou dissuadir os camponeses, porque era possível que os revolucionários apenas destruíssem o clero e a nobreza e que aquela era uma guerra quase perdida. Mas tamanha foi a insistência dos Vendéen, que o Marquês acedeu treiná-los e liderá-los… com a condição de estes jamais cederam à tentação de cometerem crueldades a coberto da Guerra Civil.

Sob a liderança do Marquês de Bonchamps, os Vendéen conseguiram algumas vitórias militares inimagináveis. Infelizmente, não conseguiram resistir mais do que 3 anos, tendo sofrido graves perdas materiais e humanas. O Marquês de Bonchamps não foi imune a essas perdas materiais. Segundo um historiador, os revolucionários terão incendiado o seu château em Saint-Florente-le-Vieil. Os Vendéen rapidamente se prontificaram a repelir violentamente os incendiários. Mas o Marquês terá respondido:







A vida do Marquês de Bonchamps terminaria na batalha de Cholet, onde ele foi mortalmente ferido. Durante essa batalha, os Vendéen capturaram 5.000 republicanos, que pretendiam matar para vingar a morte do seu líder. Mas o Marquês moribundo ordenou às suas tropas que perdoassem e libertassem os prisioneiros. Perante a relutância dos seus subordinados, o Marquês exigiu que, se estes não acatassem a ordem, que ele próprio se colocasse entre eles e os prisioneiros, para que o primeiro golpe o matasse a ele.

Nos seus últimos minutos, o Marquês recebeu a Extrema Unção e declamou as suas últimas palavras:

Eu ouso confiar na Misericórdia de Deus. Não agi por orgulho, nem por uma reputação que a eternidade anularia. Não lutei pela glória terrena. Apenas desejei derrubar uma tirania sanguinária de crime e impiedade. Se não consegui reerguer o Altar e o Trono, pelo menos defendi-os. Servi Deus, o meu Rei, o meu País e aprendi a perdoar…







Os Vendéen continuaram a lutar, mas acabaram por ser derrotados. Terão sido mortos entre 117.000 e 450.000 dos habitantes de Vendée (entre 14,6 e 56,3% da população). No decurso da Revolução Francesa, estima-se que outras 16.000-40.000 pessoas tenham sido decapitadas na Guilhotina. Isto sem contar com as baixas militares nas guerras que os revolucionários fomentaram com as nações vizinhas. Como diria Robespierre, um dos cabecilhas da Revolução Francesa (e que acabaria ele mesmo por ser guilhotinado): “O governo revolucionário é o despotismo da liberdade contra o despotismo da tirania”. No final da Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte (um dos combatentes revolucionários) fez um golpe de Estado, acabando por autoproclamar-se Imperador (fazendo emergir da Revolução uma Monarquia absolutista semelhante, senão pior, àquela que a Revolução supostamente combatera).

Mas as forças revolucionárias, para assegurar a pacificação da Vendée, tiveram ainda assim, de ceder-lhes várias concessões, nomeadamente no que diz respeito aos seus direitos de liberdade religiosa e de propriedade.

Por tudo isto, é pena que não haja mais revolucionários como o Marquês de Bonchamps, verdadeiramente interessados em defender a Vontade do Povo (a do Povo, não a deles próprios) contra todo o tipo de injustiças, lutando pelo Bem Comum e pelos valores da Humanidade, mesmo ao ponto do sacrifício das próprias vidas.

sábado, 16 de outubro de 2010

PORQUE SOU MONÁRQUICO

As Comemorações do Centenário da República e a actual situação política do país suscitaram em mim profundas reflexões sobre o regime que melhor serviria Portugal. No decurso destas reflexões, e não sem alguma hesitação e cautela, optei pela causa monárquica. Neste post procuro explicar porquê e também desfazer uma série de preconceitos associados à mentalidade progressista que actualmente domina a opinião pública.




Antes do mais, é preciso relembrar que o único Rei verdadeiro é Deus. Apenas a Ele pertencem todas as coisas, porque apenas Ele as criou a todas. Apenas Ele as sustenta na existência. Portanto, tudo é d’Ele e é Ele quem atribui o poder a quem Lhe aprouver, seja ele rei ou presidente. É verdade que, por vezes, os detentores do poder causam-nos sofrimento. Mas Ele próprio sofreu às mãos dos detentores do poder, quando disse ao Governador Pilatos, o responsável pela Sua morte: “Todo o poder que tens sobre Mim, te foi dado do Alto” (Jo 19:11).

Portanto, só Deus é Rei. E só Deus merece a plenitude da nossa confiança. Porque Ele é o único Rei que nos ama como filhos, também é Ele o único que merece a nossa obediência… porque a obediência a Ele será amor por nós próprios. E nós não somos deste Mundo, mas do Reino que Ele estabeleceu para nós, o Reino de Deus, um Reino sem fronteiras exteriores à nossa própria alma.

Tudo isto se encontra bem resumido nas palavras do Profeta Jeremias: “Maldito o homem que confia noutro homem, que da carne faz o seu apoio e se afasta do Senhor (…) Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor e cuja esperança é o Senhor”. Jr 17:5-7

Não devemos colocar a nossa confiança noutro governante que não Deus. Isto é válido tanto para rei, como presidente, como qualquer outro potentado humano e terreno.





No entanto, embora não sejamos deste Mundo, a verdade é que temos de viver neste Mundo. E temos de tomar decisões que nos permitam administrar correctamente este Mundo, de acordo com os princípios da Justiça e da Misericórdia. As próprias circunstâncias da vida obrigam-nos a discernir… e a escolher o que é melhor para este Mundo.


Ora, já o antiquíssimo Aristóteles afirmava que qualquer instituição política podia ser benigna ou maligna, consoante as intenções dos líderes que detinham o poder. Deste modo, uma Monarquia seria um regime benigno, mas que poderia ser deturpado numa Tirania. De igual modo, uma Democracia seria um regime benigno, que poderia ser deformado malignamente, transformando-se numa Demagogia. Monarquias e Democracias seriam boas, o que seria mau seriam as suas respectivas gémeas malévolas, a Tirania e a Demagogia. Penso que este ideário corresponde à doutrina cristã, com a sua ênfase na transformação do coração humano em detrimento da transformação das estruturas humanas (que é importantíssima, mas totalmente secundária à primeira transformação).

Ora, a actual República foi fundada precisamente no contexto de uma transformação exclusiva das estruturas humanas, que excluía do terreno político a transformação do coração humano e, nomeadamente, o seu maior transformador (i.e. Deus). Ou seja, a República Portuguesa fundamenta-se no princípio, (extremamente moderno mas também extremamente infantil) que determina que “Eu não tenho de mudar para o Mundo, o Mundo é que tem de mudar para mim”. Por outro lado, nas fundações das Monarquias Portuguesas, eu vejo valores sólidos e firmes, como honra, virtude e patriotismo.

Do lado republicano vejo também muito preconceito que, sendo um atentado à Razão Humana, é também um mau pilar para construir o alicerce da Nação. Pensar é estudar e compreender o que está em causa, não permitir que uma série de jornalecos panfletários pensem por nós e formem a nossa opinião. Vejo este preconceito sobretudo pela gritante ignorância no que diz respeito aos seguintes conceitos: Democracia, República e Monarquia. Ignoram que Democracia e República não são sinónimos, que Democracia e Monarquia não são antagónicos e, sobretudo, que existem vários tipos de Democracia, República e Monarquia.


Então, o que significa o conceito “Democracia”?

- Democracia: regime em que o Povo está implicado nas decisões políticas do País, quer directamente (democracias directas, através de referendos), quer indirectamente (democracias representativas, em que são eleitos representantes do Povo que exercem o poder no seu nome).

- Ditadura: regime em que os princípios democráticos não se verificam.

Deste modo, a Democracia tanto pode estar presente numa República (que é o caso da nossa III República), como pode estar presente numa Monarquia (que é o caso da maior parte da Monarquia Constitucional portuguesa). Por outro lado, a Ditadura pode existir tanto numa República (como sucedeu no Estado Novo ou então na I República de Sidónio Paes ou de Pimenta de Castro) como numa Monarquia (caso da Monarquia Absolutista ou da ditadura de João Franco durante a Monarquia Constitucional).

O contrário de Democracia é Ditadura, e não Monarquia. República não é sinónima de Democracia.


Mas uma Democracia pode, como dizia Aristóteles, descambar numa Demagogia. Sobretudo porque a Democracia pode facilmente converter-se numa “ditadura da maioria”. A Democracia existe porque é a melhor forma de proteger os direitos de todos… por isso, a Democracia trai a sua própria raison d’être quando é usada para desproteger alguém. Isso pode suceder porque a Democracia é uma invenção humana… a Democracia é imperfeita, precisamente porque é humana. Como dizia G.K. Chesterton, uma Democracia deixa de o ser quando se transforma em “dois lobos e um cordeiro a votarem o que é o jantar”. Um bom exemplo é o do linchamento público. Uma multidão que assalta um qualquer membro de uma minoria que é considerado um bode expiatório. A maioria é a favor do linchamento e apenas a vítima é contra. Ora, isso é Democracia. Mas também é bárbaro. Por isso, existe a Lei e existem os tribunais… para limitar essas práticas demagógicas.

A República sabe isto… porque a República foi criada precisamente para impedir que a Democracia degenere numa Demagogia. E a Monarquia tem exactamente o mesmo propósito. Monarquia e República são apenas duas formas diferentes de contenção que restringem a Democracia dentro dos limites do razoável, sendo que esses “limites do razoável” se chamam “Estado de Direito”.

A Monarquia, como é sabido, exerce esta delimitação democrática porque coloca como Chefe de Estado alguém que está acima da própria Democracia e, logo, da sua componente malévola… a Demagogia. É claro que isto poderia levar o monarca à tentação de governar à margem da Democracia e, consequentemente, de se converter num ditador. É verdade que muitos reis cederam a esta tentação no passado. No entanto, tal perigo ditatorial desaparece se o Rei for um mero regulador das instituições democráticas. Nesse caso, o Rei será um mero árbitro da Democracia. É o que sucede nas Monarquias Constitucionais.

A República também exerce este ministério de delimitação democrática. A única diferença é que, no lugar de um Rei, a restrição democrática é executado por uma Constituição. Por isso, ao contrário do que afirmam alguns propagandistas que procuram branquear o Passado, existiram 3 repúblicas em Portugal… uma vez que no Portugal não-monárquico, existiram 3 constituições.

É verdade que, na República, o Chefe de Estado é um Presidente eleito. Isso poderia traduzir um maior espírito democrático em relação à Monarquia. No entanto, é preciso ter em atenção que há Monarquias electivas, em que o Rei é eleito (vg: Tailândia, Vaticano, os antigos reinos visigóticos). Por outro lado, um Presidente da República não precisa ser eleito directamente pelo Povo, podendo ser eleito por representantes do Povo… é o que sucede nas Repúblicas Socialistas/Comunistas (em que se pressupõe que o Povo é representado pelo Partido Comunista) e foi o que sucedeu na II República/Estado Novo (o Povo era representado pela Câmara Corporativa).

Portanto, em conclusão, não há nada automaticamente democrático numa república nem nada automaticamente ditatorial numa monarquia. Na teoria e na prática, há muitas monarquias mais democráticas que muitas repúblicas.



Por mim, não sou intrinsecamente monárquico nem republicano. Não faz sentido apoiar cegamente uma forma de regime em detrimento da outra. É preciso ver qual o regime que se adequa melhor às circunstâncias presentes do país em questão. Uma monarquia jamais vingaria nos Estados Unidos da América, devido à mentalidade cívica norte-americana. Pelo mesmo motivo pelo qual eu considero que uma República não consegue vingar em Portugal, devido à mentalidade cívica portuguesa.

Sou monárquico, porque considero que a Monarquia Constitucional portuguesa foi o melhor regime que Portugal já teve. Em termos de Democracia, apenas foi suplantadao pela III República. Em termos de defesa dos Direitos Humanos e dos Direitos Positivos de todos, foi, sem dúvida, melhor do que todas as 3 repúblicas (tendo falhado apenas no Direito à Liberdade Religiosa dos não-católicos, falha que eu condeno e não considero de ânimo leve).

Sou monárquico porque considero que a Constituição da III República foi apenas um punhado de letras escrito por um grupo de revolucionários, com maior apego à sua ideologia socialista do que à caridade para com o próximo, cheio de inspiração humana mas nada mais. E porque considero que a coroa do Rei emana do Direito Natural (ATENÇÃO: disse Direito Natural e não Direito Divino), uma vez que a independência de Portugal e o seu trono foram conquistados por D. Afonso Henriques e transmitidos em herança à sua descendência (tal como é costume que todos os pais deixem aos seus filhos as suas heranças). Herança essa que o Povo adjudicou várias vezes, ao aclamar D. João I (2ª Dinastia) e D. João IV (4ª Dinastia) e ao lutar ao lado de D. Pedro IV pela implantação da Monarquia Constitucional. Herança essa que foi usurpada pelos revolucionários republicanos, com o apoio de um punhado de lisboetas (porque Lisboa foi o único local onde o Partido Republicano alguma vez ganhou eleições).

Sou monárquico precisamente porque o poder do Rei emana do Direito Natural. Porque a III República fracassou miseravelmente no respeito da Lei Natural, a lei moral que se encontra inscrita no coração de todos os homens (Rm 2:14-15), o conjunto de leis universais que determinam 1) que o direito à vida de uma criança não depende da vontade de quem a gerou, 2) um casamento é a união indissolúvel entre um homem e uma mulher, 3) que aos pais cabe a escolha da melhor educação dos seus filhos, 4) que a castidade é um valor em si mesmo, contribuindo para a estabilidade e virtude sociais, 5) que o trabalho é uma forma de auto-realização humana e, portanto, indispensável para todos, 6) que o princípio inalienável da Solidariedade exige que os mais desfavorecidos não paguem uma crise económica enquanto todas as formas de despesismo e corrupção estatal não forem eliminadas e 7) que cabe à Sociedade Civil a proposta das medidas de resolução dos seus problemas, cabendo ao Estado facilitar a implementação dessas medidas e respeitá-las, de acordo com o princípio da Subsidiariedade. Como tal, esta III República tornou-se um veículo de imoralidade, pelo que, no seu estado actual, não serve para uma correcta administração do nosso património humano, cultural e histórico. Ao menos com o Rei, o seu poder emana do Direito Natural… pelo que cessará assim que o Rei afrontar a Lei Natural que o colocou no trono.

Sou monárquico, sobretudo por estas razões de princípio. Quanto às razões de ordem prática, que me levam a concluir que Portugal estaria melhor com uma Monarquia Constitucional do que com uma República, proponho a visualização do seguinte vídeo:



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

SALVÉ, RAINHA DA PÁTRIA!

Detalhe de "Couronnement de la Viérge" ("A Coroação da Virgem")
Igreja de Saint-Maurice de Chamblet

terça-feira, 5 de outubro de 2010

HOJE CELEBRA-SE UMA DATA MUITO ESPECIAL!

O Tratado de Zamora, no qual o Rei D. Afonso VII de Leão e Castela reconhece a autoridade do Rei D. Afonso Henriques de Portugal e a independência do Condado Portucalense, foi assinado a 05 de Outubro de 1143 d.C.

Ou seja...

Hoje é o 867º Aniversário de Portugal.

E, como é mais importante celebrar o aniversário de uma Nação do que o aniversário de um regime político dessa mesma Nação (por muito benigno que esse regime político possa ser), é essa a data que assinalo hoje. Sem qualquer proselitismo monárquico ou republicano...

Saúdo esta bandeira que aqui postei, uma bandeira portuguesa que se livrou das cores (esteticamente indefensáveis e ainda mais eticamente) de uma organização terrorista jacobina (a Carbonária) e de um partido político (o Partido Republicano Português) que, historicamente, já há muito deixou de existir. Coloquem ou retirem a coroa da bandeira azul e branca! Mas que, pelo menos, a bandeira assuma a continuidade com os nossos antepassados... que assuma, sem pruridos ou preconceitos, aquilo que somos ou fomos! E que seja rejeitada a noção de que uma Pátria serve uma ideologia particular, materializada na bandeira vermelha e verde!

Rogo a Deus, por intercessão da Rainha de Portugal, Nossa Senhora Imaculada e do nosso Anjo de Portugal... que esta data, que viu o nascimento de Portugal, possa vir a ver o renascimento de Portugal!

PELA LIBERDADE DE OBJECÇÃO DE CONSCIÊNCIA!

O Parlamento Europeu vai propôr uma resolução que visa regular a Liberdade de Objecção de Consciência dos profissionais de saúde, que é um atentado a este direito humano fundamental. A votação vai ser já neste dia 07 de Outubro.

Assine a petição contra a proposta

terça-feira, 28 de setembro de 2010

CITAÇÃO DO MÊS

"A Igreja é intolerante na teoria porque acredita; mas ela é tolerante na prática porque ama. Os inimigos da Igreja são tolerantes na teoria, porque não acreditam; mas eles são intolerantes na prática porque não amam"

Frade Reginald Garrigou-Lagrange

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A ESPADA DE AÇO E A ESPADA DE FOGO

Neste meu post bastante recente, eu escrevi "... obrigar a Esquerda a tomar uma posição coerente: ou há liberdade religiosa para todos ou não há para ninguém! Chega de defesas hipócritas dos muçulmanos apegadas a preconceitos anticristãos, anticatólicos e anticlericais!"
Estas minhas palavras ficaram a ecoar na minha mente, sobretudo depois de ler este outro post de outro blog. De facto, existe uma grande duplicidade de critérios na forma como os cristãos e os muçulmanos são tratados pela nossa elite intelectual dominante (e pelos media que ela controla). Por que um cristão que ameace queimar um Corão é rapidamente e inequivocamente condenado por desrespeitar liberdade religiosa e por "ferir susceptibilidades"... e por que hão-de os manifestantes anti-Papa, com os seus preservativos e caricaturas desrespeitosas, ser olhados com bonomínia e até com estima?

Antes de reflectir sobre esta questão, tenho duas achegas a colocar:
1) Este argumento da duplicidade de critérios é muito prevalente entre os conservadores para criticar os críticos do Papa... mas é um argumento falacioso. Trata-se da falácia tu quoque. Lá porque os muçulmanos não são condenados por procederem mal, não significa que o Papa não possa ser condenado por proceder mal. E lá porque o Papa é acossado, caricaturado, gozado e difamado, não significa que os muçulmanos o devam ser...
2) Os muçulmanos a que me refiro na presente reflexão são apenas os fanáticos, apoiantes ou participantes em actos terroristas ou atentatórios da dignidade humana. Não os confundo aqui com os muçulmanos que aderem a uma visão do Islão respeitadora dos direitos humanos e religiosos de todos.

Posto isto, é preciso perguntarmo-nos... por que existe esta duplicidade de critérios? Sim, porque o facto de esta duplicidade não ser um argumento válido para avançar a posição cristã, não significa que esta duplicidade não exista. Então, porquê? Por que a Esquerda condena o Cristianismo com tanta veemência, mas não tanto o Islamismo, sobretudo o mais radical e fundamentalista?

Sem dúvida que há uma ligação ao conflito israelo-palestino. Sem dúvida que há uma ideia errada, mas prevalente, de que o Corão é mais sagrado para os muçulmanos do que o Papa o é para os católicos. E sem dúvida que há aqui um medo de que actos fúteis e provocatórios possam causar um atentado terrorista islâmico, que jamais surge por parte dos cristãos...

Mas essas são razões muito superficiais...

A principal razão é o medo. Sim, pura e simplesmente, o medo! Não o medo de atentados terroristas... Não. Trata-se do medo da Espada de Fogo!

A Esquerda parece defender incondicionalmente a liberdade religiosa dos muçulmanos, enquanto procura abater a todo o transe a liberdade religiosa dos cristão. Defende a liberdade de expressão de caricaturar os católicos, mas acredita que caricaturar os muçulmanos é insensível e intolerante. Incoerente? Não! Apenas o é superficialmente... quando se compreende o medo da Espada de Fogo, este comportamento torna-se verdadeiramente coerente.






Ora vamos ver...
Qual é o motivo de protesto dos manifestantes anti-Papa? Os escândalos de pederastia (ups!) quero dizer, de pedofilia no seio da Igreja? A SIDA em África? Um pouco... mas estes são também pretextos! Porque este Papa fez mais para acabar com a pedofilia na Igreja do que qualquer outro... mas isso não basta! Porque o Papa já se desculpou inúmeras vezes pelos escândalos sexuais... mas isso não chega! Porque a responsabilidade da Igreja na propagação do VIH não se encontra minimamente provada... mas isso não interessa! Porque a Igreja faz mais do que qualquer outra instituição para mitigar o flagelo da SIDA... mas isso não importa! Não é satisfatório! Nem nunca será! Porque estes são apenas pretextos!
Qual a solução que as elites advogam para a SIDA em África? Preservativos! Que são condenados pelo Papa! E os manifestantes querem usar preservativos para se protegerem das DSTs decorrentes dos seus comportamentos sexuais promíscuos!
Qual a solução que as elites advogam para a pedofilia na Igreja? Fim do celibato dos padres! Porque o celibato dos padres demonstra uma opção radical pela Castidade! E os manifestantes odeiam a Castidade!
Eles jamais ficarão satisfeitos com qualquer iniciativa benéfica da Igreja... a única iniciativa que eles pretendem da Igreja é a mudança da sua doutrina. Enquanto a Igreja não lhes disser: "Façam o que quiserem e divirtam-se, meus malandrecos!", eles continuarão a protestar e a demonizar a Igreja por todos os males do Mundo, verdadeiros ou imaginários, passados ou presentes.

Continuarão, porque esta é uma necessidade deles! Sem a demonização da Igreja, resta-lhes apenas a eles confrontarem-se com a sua própria demonização... a demonização que advém dos seus próprios comportamentos e dos seus próprios vícios. Se a Igreja não está errada, então são eles que estão... e essa dúvida causa grande sofrimento!

Mas por que precisam eles do visto de aprovação da Igreja? Afinal de contas, só é católico quem quer, não é? Só ouve o Papa quem quer! Só segue os ensinamentos quem o desejar!
Só que a Igreja tem o papel de consciência do Mundo. E a consciência é uma voz incómoda! Obriga-nos a transcendermos os nossos desejos imediatos para buscarmos um Bem maior. Obriga-nos a crescer... e o crescimento é duro. Obriga-nos a caminhar, mesmo que isso nos leve a desertos ardentes e montanhas escarpadas. Tudo isto é tabu na nossa sociedade hedonista e adolescente.

As palavras da Igreja são uma Espada de Fogo que corta o Coração Humano. O fogo é cáustico, queima, ulcera... mas, por isso mesmo, é uma força purificadora! E a Espada da Igreja é do mesmo fogo da sarça de Moisés: Arde, mas não consome (Ex 3:2)! O Povo de Deus é baptizado pelo Fogo (Mt 3:11)! A Espada de Fogo é a Espada do Espírito (Ef 6:17)!







Contemplemos agora o outro lado... os muçulmanos têm uma moral sexual mais solta (para os homens, entenda-se). A poligamia é incentivada. A abstinência e o celibato são aberrações aos olhos de Alá. Até a pederastia (ups!) quero dizer, a homossexualidade, pode ser tolerada em certos locais...

Mas os muçulmanos (os fundamentalistas, entenda-se...) têm outra coisa que a malta de Esquerda considera fascinante. A Espada de Aço. Sim, qualquer pessoa que conheça um pouco a História do Islão sabe que os países do Médio Oriente, da Turquia e do Norte de África não foram convertidos com debates e palavras, mas a fio de espada.

Para uma Esquerda alegadamente pacífica e tolerante, isto deveria ser completamente horripilante. Mas, o (pseudo)pacifismo e a (pseudo)tolerância da Esquerda são, também, meros pretextos. Quem conhecer os alicerces teóricos da Esquerda saberá muito bem que esta jamais hesitou em partir para a guerra e para a intolerância quando lhe era conveniente...

A Esquerda é, a cada altura, composta por minorias. Não especialmente minorias económicas ou étnicas, mas sobretudo minorias ideológicas. A Esquerda é composta, a cada tempo, por um grupelho de intelectuais que se rejubila num sistema de pensamento absurdo e que, como tal, é incapaz de ser partilhado por mais alguém que seja exterior a esse grupelho. Como toda a minoria, considera-se oprimida pela maioria. Logo, cria uma defesa psicológica que consiste num complexo de superioridade e numa mentalidade persecutória... Assim sendo, quando confrontada com a realidade, reage invariavelmente com vitimização.
Para sobreviver, a Esquerda aproveita-se dos seus altos cargos no Estado e nos Media para imporem esse sistema de pensamento a todos os outros que, coitadinhos!, precisam ser educados para a modernidade. Quando a Esquerda não tem esses altos cargos no Estado e nos Media à sua imediata disposição, usa o fio da espada para cumprir esse intento... algo a que eles chamam "Revolução".
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A Esquerda necessita desses métodos de coerção para disseminar a sua mensagem. Mas, isso cria-lhe problemas de consciência. Afinal de contas, eles são todos a favor da Liberdade... mas a Liberdade tem a desvantagem de permitir que as pessoas continuem a ter bom-senso e a desprezar as suas progressistas ideias. A Esquerda pode fingir que está a educar os brutos, fingir que os fins justificam os meios... mas, no final, necessitarão de usar de sharia para forçar os dissidentes a submeterem-se. Daí os problemas de consciência...
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... Consciência essa que, como eu já referi acima, se encontra materializada na Igreja Católica.







Ou seja, é assim que se responde à questão da duplicidade de critérios quanto aos insultos ao Islão e quanto aos insultos à Igreja Católica.
Simplesmente, porque o insulto ao fundamentalista islâmico é um insulto ao alter-ego do burguês ocidental trostkista! O fundamentalista islâmico é aquele que usa a Espada de Aço para silenciar a Espada de Fogo que é a consciência cristã e católica no Mundo. O fundamentalista islâmico é aquele que conseguiu resolver o célebre paradoxo do jacobino civilizado, que quer ser jacobino sem deixar de ser civilizado. O fundamentalista islâmico é aquele que faz o trabalhinho sujo do intelectual comunista, ao perseguir a Igreja nos países não desenvolvidos, onde a mensagem progressista não colhe grandes aplausos.
 
O problema com esta lógica... é que nenhuma Espada de Aço pode derrotar a Espada de Fogo!
Porque a Espada de Fogo não arde com o fogo das paixões humanas, mas com o fogo divino! Arde com a força invencível do próprio Deus! E, sobretudo, arde em todos corações humanos, mesmo naqueles que mais o procuram apagar!
Portanto, estas pobres almas encontram-se profundamente magoadas e é essa mágoa a principal razão do seu medo, que é a fonte do seu ódio...
Elas sofrem muito às mãos da Espada de Fogo, embora esta seja uma espada de amor...
Elas ardem num inferno neste mundo, na esperança que, tocadas pelo Fogo de Deus, possam arrepender-se e não arder num inferno no próximo mundo.
Portanto, cabe-nos a nós, cristão, resistir à tentação de pegar na Espada de Aço para resistir à Espada de Aço que eles procuram instigar contra nós.
Cabe-nos a nós, outrossim, sermos chama viva, a própria fina lâmina da Espada de Fogo.
Contemplemos estas pobres almas e façamos como o Papa fez diante deles... ignoremos os seus uivos estridentes que nada mais são do que um pretexto para conflito... em vez disso, estendamos-lhes as nossas orações e caridade.
Nós venceremos!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

UM TRISTE (E INDISSOLÚVEL) CASAMENTO...

Foto: Sebastian Paquet
Flickr

Há um casamento que está na berra, que buzina por todas as ruas de Portugal num cortejo caótico e cacofónico. Todos os portugueses (e todos os ocidentais) foram convidados a assistir, mas estão todos demasiado ocupados para olhar. Por isso, o cortejo matrimonial (ou deveria dizer, o cortejo fúnebre) continua a avançar, sem parar.

Refiro-me ao casamento entre a Cultura da Morte e o Utilitarismo. Pois é... ninguém gosta muito do noivo, mas a noiva é tão atraente e sofisticada, que as pessoas não lhe resistem. Esquecem-se que, para onde a noiva é convidada, o noivo vai atrás... Onde entra a Cultura da Morte, entra o Utilitarismo. Não é possível permitir a destruição da Vida Humana de acordo com as conveniências de cada um, sem permitir que a Vida Humana receba um valor finito que deve ser pesado contra outros valores...

Deste casamento só nascem abortos. Por exemplo, quando a crise económica aperta, os primeiros a sofrer cortes nos subsídios são os "indesejáveis" que, de acordo com a Sr.ª Cultura da Morte, jamais deveriam ter nascido. Cortes nos subsídios, que é como quem diz... Os "indesejáveis" podem sempre receber um novo subsídio por terem sido privados do privilégio de terem sido mortos antes de nascer!

Há apenas uma filha deste casamento que não foi abortada: a Loucura! E é uma filha obesa!!!

Quem, de entre os presentes, se opõe a esta união, que fale agora ou se cale para sempre!

Eu oponho-me! O leitor também se pode opôr!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

UMA DERROTA MORAL PARA O OCIDENTE...

Por vezes uma vitória mal ganha é pior do que uma derrota honrosa...


Foi o que sucedeu neste último 11 de Setembro, no 9º aniversário de uma tragédia indescritível.
Parece que um grupo de muçulmanos moderados (uma tal Cordoba Initiative), cujo objectivo é melhorar o ecumenismo e o diálogo com outras religiões, planeou erigir uma mesquita perto do Ground Zero. Não sei se a Cordoba Initiative será composta, de facto, por muçulmanos tão moderados como isso... a construção de uma mesquita num local tão polémico não revela grande sensibilidade pelos familiares das vítimas deste atentado terrorista. Parece-me que, para um grupo que visa melhorar o ecumenismo e o diálogo, esta organização tem muita falta de tacto ao lidar com os seus interlocutores. A mim dá-me a sensação de que esta ONG padece do mesmo mal que muitas outras, procurando publicidade através de polémicas gratuitas e refugiando-se depois numa vitimização moralista...
De qualquer das formas, a minha caridade cristã obriga-me a dar-lhes o benefício da dúvida.

Ora, quem lê o meu blog, sabe que eu sou um firme defensor da liberdade religiosa dos muçulmanos em solo ocidental. Por isso, defendo aqui também o direito de a Cordoba Initiative construir a Mesquita do Ground Zero onde bem entenderem, por muito politicamente incorrecto que seja.

No entanto, quem me conhece sabe também que não sou ingénuo... e que ainda há muita perseguição contra os cristãos. E que a grande maioria dessa perseguição acontece precisamente nos países islâmicos. E que a grande maioria da perseguição anticristã ocidental é motivado por forças ideológicas de Esquerda que são irracionalmente islamofílicas (sobretudo por causa da Palestina, que é vista pela Esquerda como uma espécie de resistente revolucionário contra Israel, essa metástase do capitalismo norte-americano no bom e puro Médio Oriente). 

Então o que fazer?

Bem, que tal isto? Aproveitar esta polémica para mostrar os valores cristãos que são as raízes da nossa sociedade ocidental? "Dar a outra face" (Mt 5:39; Lc 6:29)! Sim! Deixemo-los construir a sua mesquita! Mas isso não significa que nos deixemos espezinhar! E que tal aproveitar a ocasião e negociar "Uma mesquita no Ground Zero em troca de uma igreja na Arábia Saudita"?

Seria uma boa forma de sensibilizar as consciências mundiais para o sofrimento dos nossos irmãos esquecidos! Seria uma boa forma de conhecer as verdadeiras intenções dessa Cordoba Initiative (se fossem realmente muçulmanos moderados interessados em ecumenismo, iriam acolher a ideia com agrado... caso contrário, cairia a máscara)! E seria uma boa forma de obrigar a Esquerda a tomar uma posição coerente... ou há liberdade religiosa para todos ou não há para ninguém! Chega de defesas hipócritas dos muçulmanos apegadas a preconceitos anticristãos, anticatólicos e anticlericais!

Mas diante desta situação, o que é que os americanos fizeram? Bem, comportaram-se com o seu costumeiro histerismo egocêntrico, subscrevendo a tácticas de rua, ao insulto fácil e às teorias da conspiração, ameaçando inclusive queimar o Corão. Ou seja, os cristãos comportaram-se exactamente como os fundamentalistas islâmicos cujo comportamento desejam condenar! Perderam a compostura, transparecendo uma imagem de irracionalidade, fanatismo e intolerância.

No fim, o Corão não foi queimado... e parece que a Cordoba Initiative vai construir a mesquita noutra localização. Mas esta foi uma derrota moral para o Ocidente. Tinhamos os valores, a cultura e a oportunidade para demonstrarmos os frutos do Cristianismo e para ajudar a acabar com a injustiça religiosa em todo o mundo e em todos os credos. Em vez disso, ajudamos a transmitir uma imagem nossa que derruba a nossa autoridade moral. A máquina propagandista dos media irá aproveitar a ocasião para, uma vez mais, nos equiparar aos piores fundamentalistas... o que poderá levar a uma equiparação do 9/11 de 2010 ao 9/11 do 2001, branqueando as milhares de mortes de um acto cruel, bárbaro e cobarde.