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Ano da Fé

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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A VERDADEIRA ESSÊNCIA DO PAI NATAL...

Muitos cristãos encontram-se alarmados pela importância que a nossa cultura actual dá ao Pai Natal em detrimento do Menino Jesus. Tal preocupação é justificada, porque o Pai Natal pode ser um sinal da descristianização do Natal e da sua transformação num festival de consumismo e materialismo contrários à mensagem cristã que esta quadra procura veicular.

Todavia, não nos devemos esquecer que o Pai Natal também é um produto cristão. Talvez devêssemos re-cristianiza-lo em vez de confrontarmos uma figura que já se enraizou no imaginário comum, despertando a simpatia de muitos...

Ora, acontece que o Pai Natal mais não é que uma imagem de S. Nicolau, um bispo da cidade de Mira (na actual Turquia), o qual viveu nos séc.s III-IV d.C. Tanto o Pai Natal como S. Nicolau eram velhinhos com uma barba simpática. As roupas características do Pai Natal mais não são do que o vermelho e branco das vestes episcopais. E o nome anglo-saxónico do Pai Natal ("Santa Claus") é uma deformação de "Saint Nicholaus".

S. Nicolau é, entre outras coisas, o padroeiro da Rússia e é muito venerado nas Igrejas Ortodoxas Orientais (as quais, recorde-se, encontram-se em cisma com a Igreja Católica desde 1054).

Este santo também é visto como o padroeiro das crianças, uma vez que, segundo a lenda, terá ressuscitado 3 meninos que um talhante cruel matara e planeava vender como carne de porco. O mesmo S. Nicolau terá oferecido a quantia suficiente de dinheiro a um homem pobre que não tinha dinheiro para pagar o dote das suas 3 filhas... como esse homem recusava caridade, S. Nicolau teria deixado cair 3 sacos de dinheiro pela chaminé, os quais teriam sido recolhidos por meias penduradas à lareira para secar.

Ao longo dos séculos, estas histórias começaram a confundir-se e começou a tradição de, no dia de S. Nicolau, deixar prendinhas às crianças em meias penduradas à lareira.

Esta tradição é muito bela e ilustra as virtudes cristãs da dádiva e da solidariedade. Que bom que é podermos oferecer prendas às pessoas amadas, ainda que uma vez por ano! O problema está quando a dádiva se torna obrigação, ou quando a ênfase deixa de estar no "dar", mas no "receber"!

Pois bem, neste Natal, o Pai Natal voltou a dar-nos uma lição sobre o valor do "dar" no Cristianismo. Segundo esta notícia, a Igreja Católica terá oferecido as relíquias de S. Nicolau à Igreja Ortodoxa Russa. Nesta dádiva, S. Nicolau contribuiu para estreitar ainda mais os laços destas irmãs separadas há quase 1 milénio! O Pai Natal não é uma ameaça quando aponta directamente para Cristo! Deo Gratias!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O PAPA E A INTOLERÂNCIA

É uma verdade incontestável nos dias de hoje que a Igreja é uma instituição assente em dogmas incontestáveis, os quais, blindando a doutrina católica à evolução das mentalidades, são geradores de intolerância. A intolerância é o único pecado mortal do séc. XXI e é fruto, como se sabe, da ignorância e do preconceito. E o Papa Bento XVI é um dos expoentes máximos dessa mesma intolerância.

Ao que parece, o Papa terá aproveitado a época natalícia (em que deveria prevalecer a Paz e o Amor), para manifestar o seu ódio visceral às pessoas com orientação homossexual. A Imprensa é unânime e tem havido um grande rebuliço em torno deste escândalo.
O Público
O DN
O Jornal Digital
O Globo

Estas foram as agências noticiosas que eu consegui encontrar na Internet, que, penso, são bastante representativas da forma como a notícia foi tratada na imprensa escrita e nos canais de televisão.



Mas o que aconteceu realmente?

Os factos são estes: aconteceu que o Papa Bento XVI fez um discurso dirigido à Cúria Romana que tratava de uma variedade de assuntos. Esse discurso pode ser lido na íntegra aqui, embora em italiano.

Desse discurso de 15 parágrafos, os media salientaram apenas um, que eu tomei a liberdade de traduzir:

"Uma vez que a fé no Criador é uma parte essencial do Credo cristão, a Igreja não pode e não deve limitar-se a transmitir aos seus fiéis unicamente a mensagem da Salvação. Ela tem uma responsabilidade diante da Criação e deve fazer render essa responsabilidade em público. E fazendo-o, deve defender não só a terra, a água e o ar como dons da Criação que a todos pertencem. Também deve proteger o Homem da autodestruição. É necessária qualquer coisa como uma ecologia do Homem, compreendida no seu verdadeiro sentido. Não se trata de uma metafísica obsoleta se a Igreja fala da natureza do Ser Humano como homem e mulher e pede que essa ordem da Criação seja respeitada. Isto tem a ver com a fé no Criador e com o escutar da linguagem da Criação, cujo desprezo conduzirá a uma autodestruição do Homem e, logo, a uma destruição da própria obra de Deus. Aquilo que é expresso com o termo “género” resulta numa auto-emancipação do Homem em relação à Criação e ao Criador. O Homem quer fazer tudo sozinho e decidir sempre e exclusivamente sobre aquilo que lhe concerne. Mas, deste modo, vive contra a Verdade, vive contra o Espírito Criador. As florestas tropicais merecem, sim, a nossa protecção, mas não é menos merecedor de tal protecção o Homem como criatura, na qual está inscrita uma mensagem que não significa uma contradição da nossa liberdade, mas é condição de tal liberdade. Os grandes teólogos da Escolástica classificaram o matrimónio, que é o laço vitalício entre homem e mulher, como sacramento da Criação, que o próprio Criador instituiu e que Cristo – sem modificar o significado da Criação – incluiu na história da Sua aliança com os homens. Faz parte do anúncio da Igreja dar testemunho em favor do Espírito Criador presente na natureza, mas especialmente na natureza do Homem criado à imagem de Deus. Partindo desta perspectiva, é aconselhável reler a encíclica Humanae Vitae: a intenção do Papa Paulo VI era defender o amor contra a sensualidade enquanto consumo, o futuro contra a satisfação exclusiva do presente, e a natureza do Homem contra a sua manipulação."



Para alguém ignorante em teologia católica (como, infelizmente, são os nossos media e o lobby LGBT), poderá parecer que o Papa está a condenar expressamente a homossexualidade. Mas convém salientar que este era um discurso dirigido à Cúria e, portanto, dirigido a um público que não é ignorante da teologia católica.

Ora eu, nos meus rudimentares conhecimentos, posso dizer que o parágrafo em questão não diz nada de novo, focando-se em três pontos:
1) Necessidade da construção de uma Ecologia Humana, que é um conceito do Papa João Paulo II (cfr. encíclica Centesimus Annus, sobretudo a secção 39).
2) Referência à doutrina católica da sexualidade, nomeadamente expressa na encíclica Humanae Vitae do Papa Paulo VI e nas catequeses da Teologia do Corpo do Papa João Paulo II (das quais nenhuma, realço, faz menção directa às prácticas homossexuais).
3) Crítica às ideologias de género (i.e. a noção de que o género não tem uma base biológica mas é meramente uma construção social) como o feminismo, as quais vão contra o Magistério da Igreja de todas as épocas mas, nomeadamente, contra o Papa João Paulo II (cfr. encíclica Mullieris Dignitatem, sobretudo a secção 10).



Ora, em nada disto eu vejo uma crítica directa, unívoca, inequívoca, explícita, premeditada e especialmente dirigida às práticas homossexuais. Sem dúvida, tais práticas são criticadas como actos sexuais fora do matrimónio, o qual é definido como "laço vitalício entre homem e mulher"... mas tal frase condena com igual vigor a fornicação, o divórcio, a poligamia/poliandria, o adultério, etc...
Por que razão os media apenas se focaram nas práticas homossexuais?


Deste modo, e dadas as reacções a este discurso, devo dizer que, realmente, neste Natal, fomos brindados com uma demonstração de intolerância. Intolerância que, como eu referi no primeiro parágrafo deste post, é fruto da ignorância e do preconceito. O problema é que, ao contrário do que as notícias afirmam, o Papa não foi fonte dessa intolerância, mas vítima dela.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

25 DE DEZEMBRO

Durante muitos anos, eu pensei que o dia 25 de Dezembro tinha sido uma mera convenção, em que os cristãos se haviam apropriado de um feriado pagão para melhor evangelizarem um mundo predominantemente não-cristão. Ou seja, os cristãos teriam "cristianizado" o festival do Solstício de Inverno, ilustrando assim as suas crenças sobre a natureza luminosa de Cristo e, consequentemente, permitindo uma maior adesão à Fé.
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Pelo menos foi a história que me venderam.
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Ora isto em nada diminui a minha fé, uma vez que a Bíblia não explicita a data de nascimento de Jesus, tornando a data escolhida irrelevante. Se a escolha da data tivesse incluido a intenção de clarificar a doutrina e de aumentar o número de conversões, isso em nada me escandalizava. Portanto, nunca me preocupei muito com isso...
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Mas é preciso notar que há pessoas intelectualmente pouco sérias que usam este pretexto da cristianização de um feriado pagão para avançarem com teorias da conspiração, segundo as quais o Jesus histórico nunca teria existido. E também pessoas que utilizam essa desculpa para justificar a secularização e descristianização actual do feriado. Apesar de nada disto poder ser inferido a partir da premissa "o 25 de Dezembro é um mero artifício da Igreja, sem qualquer fundamento cronológico"...
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No entanto, encontrei uns artigos interessantes. Pelos vistos, é possível que o feriado pagão tenha sido uma reacção ao Natal e não o oposto. E também é possível que Jesus tenha mesmo nascido no dia 25 de Dezembro.
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Ora isto, como eu já referi, é-me totalmente indiferente. Mas até seria bonito que estivéssemos mesmo a celebrar o verdadeiro aniversário de Jesus. Quem sabe...

MENSAGENS DE NATAL

Por D. Manuel Clemente, Bispo do Porto:

É bom ver a Igreja a utilizar os recursos disponíveis para comunicar com o seu rebanho. Que Deus nos abençoe sempre com pastores como estes...

Actualização: Ver também a mensagem de Natal do Cardeal Patriarca de Lisboa D. José Policarpo (aqui). Uma mensagem que toca temas difíceis, mas não pouco urgentes.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

AS ASAS DO ANJO

Era uma vez um anjo, que se orgulhava muito das suas asas.

Estas asas eram de uma envergadura majestosa e inigualável entre todas as criaturas de Deus. As suas penas pareciam um arco-íris que refulgia como se fosse cravejado de pedras preciosas. Este anjo tinha uma beleza tão gloriosa que fazia qualquer ave do céu aterrar imediatamente de vergonha à sua passagem.As suas asas eram, de facto, extremamente formosas. E o anjo sabia-o. Por isso, a cada dia que passava, o orgulho do anjo ia aumentando.

Deste modo, quando Deus o queria incumbir de alguma missão, nunca encontrava o anjo no seu lugar respectivo do Coro Celeste. O anjo, em vez de estar preparado para atender ao chamamento do Senhor, preferia voar de um lado para o outro, testando os limites de velocidade das suas asas, vendo até que ponto lhe ia a habilidade para as acrobacias e piruetas. E se porventura Deus o encontrava e lhe interrompia os voos com algum encargo à terra dos mortais, o anjo demorava-se a cumprir o mandatado, porque parava em cada charco a fim de admirar o seu reflexo.

Deste modo, um dia, depois de passar horas ao espelho num regato, o anjo decidiu regressar ao Paraíso. Só que, tendo voado mais alto do que as mais elevadas camadas da atmosfera, tendo voado para além de planetas e galáxias, tendo voado até às fronteiras da própria Existência, o anjo não encontrou os portões para o Paraíso. Clamou:

- Pai! Pai! Ajuda-me!

Respondeu Deus:

- Que queres, Meu filho?

- Pai! Quero regressar a casa! Mas não encontro os portões do Céu! Onde estão?

- Estão exactamente no mesmo local.

- Como é isso possível, se já vasculhei os confins do universo e não os encontrei?

- Os portões estão no exacto local em que os deixaste e estão abertos como sempre estiveram.

- Então, que se passa? Porque não os acho?

- Porque usaste mal as tuas asas. Eu ofereci-te essas asas para que tu pudesses entrar no Céu. Mas tu enebriaste-te tanto com as tuas asas, que elas se tornaram o teu próprio Céu. Assim sendo, se as tuas asas são o teu Céu, como podem elas fazer-te voar até ao Céu?

-Quer dizer que Tu me expulsaste do Céu? É isso?!
- Não. Os portões estão lá e estão abertos. As tuas asas é que já não te podem levar até lá.

O anjo retirou-se de volta para a Terra. Sentia um misto de ofensa e de confusão: “As minhas asas não me podem levar ao Céu? ESTAS asas?! Ah! Deus deve estar louco! Olhem-me só para estas asas! Haverá alguma coisa que estas asas não possam?! Se calhar o próprio Deus teve inveja das minhas asas! É isso!!! Deus teve inveja e, se calhar, até medo que eu voasse mais alto do que Ele! Pois que Ele fique com o Céu d’Ele que as minhas asas nunca mais terá!”

Pensava assim o anjo e amaldiçoava o Senhor. Como tal, para Lhe mostrar a sua superioridade, o anjo começou a fazer as mais complicadas e espectaculares acrobacias, a subir às montanhas mais elevadas, a atingir velocidades que ultrapassavam a própria luz.

- Estás a ver, Deus? Quem precisa de Ti, quando se tem estas asas? Quem precisa do Teu Céu? Há coisas mais grandiosas! Coisas que posso ser EU a fazer! Quem precisa de Ti e do Teu Céu?!

Mas iam passando os dias, os anos, os séculos… e o anjo notou que estava preso… preso neste Universo tão pequeno (porque o Universo é minúsculo quando comparado com o Céu)… quase incapaz de respirar…Já tinha voado por toda a parte… Já tinha visto tudo pelo menos mil vezes…Já tinha realizado todas as piruetas possíveis e imagináveis… Já tinha enchido a barriga com a brisa da emoção, ao ponto de não conseguir engolir mais…Já tinha passado tanto tempo mirando o seu reflexo, que agora até as suas próprias asas pareciam ter perdido a beleza…Que futuro restava a este anjo?

Uma eternidade!

Uma eternidade de aborrecimento! Uma eternidade de tédio! Uma eternidade de actos repetidos, meros cata-ventos dos seus caprichos! Uma eternidade de solidão! Em suma, o Inferno!Como estaria o Céu? Provavelmente na mesma! E era tão belo o Céu! E como era? Já não se lembrava! O anjo não se lembrava de como era o Céu! Agora arrependia-se de ter passado tão pouco tempo no Céu! Ao menos no Céu, a presença de Deus estava em todo o lado, aspergindo felicidade sobre todos! Como era o Céu? Já não se lembrava!

Todavia, o anjo ainda estava demasiado ferido no seu orgulho para se desculpar a Deus!

Nessa altura, o anjo ouviu um grito! Um grito desesperado! Era um verme! Um verme que estava num prado ali próximo! Um mísero e pequeno verme que, no seu rastejar insignificante, havia-se deparado com um lobo horrendo! O lobo farejava o verme, mirando-o fixamente com os seus olhos vermelhos e esfomeados! Não interessava se era um verme pequeno, o lobo queria devora-lo! E, enquanto procurava a melhor forma de o fazer, torturava a pequena criatura, dando-lhe patadas com as garras afiadas!

Esta cena revoltou a alma do anjo! Indo em socorro do verme, o anjo empurrou o lobo! Mas o lobo, enfurecido por tal afronta, lançou-se sobre o anjo! Houve uma luta feroz! Uma luta que durou uma noite inteira! Mas, finalmente, no meio da neblina matinal, encharcado por um orvalho torrencial, o anjo conseguiu expulsar o lobo!

Todavia, houve um preço a pagar… o anjo ficara com as asas totalmente esfarrapadas! Já não as conseguia agitar, já não podia voar! O anjo apercebeu-se e caiu num profundo pranto.

Entretanto aproximou-se o verme:

- Muito obrigada, meu senhor! Muito obrigada por me ter salvo!

O anjo ergueu-lhe os olhos lavados de lágrimas e berrou:

- Obrigado?! OBRIGADO?! Já viste o que me fizeste? Por tua culpa… por tua culpa… perdi as minhas asas! Perdi o Céu… já não tinha nada, a não ser as minhas asas…e agora, agora nem as minhas asas… não tenho nada…

Enraivecido, o anjo preparou-se para calcar o verme. Mas vendo como este tremia de puro pavor, apercebeu-se como estava a preparar-se para seguir as pisadas do lobo. De que tinha servido ao anjo, então, lutar contra o lobo, perder as asas, se iria sacrificar a causa desse sacrifício? O anjo deteve-se. Virou as costas e disse:

- Vai! Vai à tua vida! Vai-te! Nunca mais te quero ver!

O verme deu meia-volta e retirou-se, profundamente entristecido. O Inverno estava aí à porta. Como já não podia voar, o anjo não podia fugir para a atmosfera acima das nuvens, nem podia escapar para climas mais amenos… Deste modo, o anjo teve de aguentar as agruras tempestuosas do Inverno, o frio cortante, a solidão gélida, as chuvas, os trovões, o vento…

Nesse entretanto, o anjo apercebeu-se de como as suas asas afinal não eram nada. Mesmo antes de se terem danificado, as suas asas eram apenas um monte de ossos e penas… um agregado de moléculas com uma mera função biológica… e os voos mais não eram do que o culminar de uma série de leis físicas e matemáticas…Que valiam as suas asas? Valiam muito, porque tinham sido uma prenda do Pai! Mas o anjo, que fizera ele? Usara essa prenda para magoar o seu Pai! E agora, agora as suas asas nada valiam! Nem sequer tinha conseguido ser simpático para com o pobre verme! O anjo sentia-se profundamente miserável! Como se arrependia de tudo! De tudo o que fizera! De tudo o que era! Que vergonha tinha o anjo de si próprio! Quem lhe dera ser outra pessoa! Quem lhe dera nunca ter nascido! Arrependia-se de tudo!

De tudo? Não! Pelo menos, na sua vida, o anjo tinha salvo um pequeno verme de um lobo! Pelo menos… pelo menos tinha feito uma coisa de útil na vida… tinha valido a pena sacrificar as suas asas por isso… se não tivesse perdido as suas asas, fazendo-o, então não teria cumprido nada de válido na sua existência…

Como era o Céu? Já não se lembrava!

Enfim, a Primavera. O anjo saiu do seu abrigo. Espreguiçou-se ao Sol radiante da manhã. Então, apareceu-lhe uma borboleta. Era uma borboleta linda, e as suas asas estavam enfeitadas por um caleidoscópio de cores. Disse a borboleta:

- Se calhar o senhor não me reconhece… mas eu fui aquele verme que você salvou aqui há tempos! Graças a si pude chegar a borboleta! Eu sei que nada do que eu possa dizer será o suficiente para o compensar, mas quero agradecer-lhe! Muito obrigada!

O anjo estava pasmado. Ficou contemplado a borboleta durante longos momentos, profundamente boquiaberto. A borboleta perguntou:

- Passa-se alguma coisa?

O anjo respondeu:

- Tu… tu és… tu és igual ao Céu!



Autor: Alma Peregrina.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

CULTURA DA VIDA

Em seguimento do post que publiquei abaixo, tenho aqui umas sugestões para a nossa actividade cívica, enquanto cristãos e seres humanos.
  1. Está a decorrer, neste preciso momento, um abaixo-assinado para a revogação da Lei nº 16/2007 de 17 de Abril, que permite o aborto a pedido. Bem sei que, provavelmente, estes esforços não irão resultar em nada... mas temos que ver que, durante muitos anos, os advogados das "causas fracturantes" também não colheram quaisquer frutos... no entanto, lograram os seus intentos, com persistência e resolução. Devemos aprender com eles, porque agora a Cultura da Morte quer colocar uma pedra sobre o assunto. Só conseguirão se nós o deixarmos. Nenhuma lei, nenhum partido, nenhuma ideologia e nenhuma maioria tem o direito de remover os Direitos Humanos a nenhum grupo de seres humanos. Não nos enganemos... os mais pobres entre nós são, actualmente, os não-nascidos... todos os outros têm assegurados (ainda que, por vezes, apenas na teoria) o seu direito a existir e, portanto, o seu direito a poderem usufruir dos demais direitos.
  2. No entanto, para quem considere que o abaixo-assinado supramencionado é fútil, tem mais este. Este abaixo-assinado é promovido pelo Catholic Family and Human Rights Institute e todas as assinaturas contam. Isto porque algumas instituições pro-choice lançaram um abaixo-assinado semelhante para que a O.N.U. consagre o direito ao aborto como um Direito Humano. A petição da C-FAM é, portanto, uma reacção, que pretende que o Direito à Vida da Declaração Universal dos Direitos Humanos seja respeitado pelo que verdadeiramente é. Também se pede que os pais tenham o direito de escolher a educação para os seus filhos (porque, como se sabe, um dos alvos das ideologias da Cultura da Morte é a Educação, muitas vezes à revelia dos pais). Trata-se de uma competição entre abaixos-assinados de pólos opostos: por isso, peço ao meu caro leitor (que ama a vida) que não deixe de assinar.
  3. Finalmente, temos a situação do Rei de Luxemburgo. As forças da Cultura da Morte parecem não ter qualquer respeito pelo funcionamento político, pelo estado de direito e pela constituição do seu próprio país, a fim de avançar a sua agenda (vide o respeito votado ao referendo português de 1998, em comparação ao respeito exigido pelo referendo de 2007). Parece que querem privar o Rei do seu poder de não reconhecer oficialmente a lei, a fim de poderem avançar com a legalização da eutanásia. Não é nada de novo, já o haviam feito em relação ao aborto e ao Rei da Bélgica. Ora, o Rei de Luxemburgo está a fazer aquilo que todos os chefes de Estado deveriam fazer: defender os mais fracos do seu país! É uma vergonha que os chefes de Estado de um regime "retrógrado" e "ultrapassado" pareçam estar a dar lições de Humanidade aos ditos regimes "desenvolvidos" e "modernos". Portanto, aqui está uma petição que visa dar o seu apoio ao Grão Duque Henry.
Actualização: Recebi o seguinte mail do Movimento Portugal Pró-Vida:
"Ex.mº Senhor Director de Programação da Rádio Renascença,
Há cerca de meio ano que as «Veladas pela Vida» vêm lançando um pouco de Luz sobre a fria noite do aborto em Portugal. As «Veladas pela Vida» consistem na Oração do Terço todos os dias 25 às portas de hospitais e maternidades onde se fazem abortos. Realizam-se simultaneamente pelas 21h00, de norte a sul do país.
No próximo dia 25 de Dezembro, excepcionalmente, a Velada será feita em família, colocando-se uma vela a arder junto das janelas. Ainda assim, um grupo da diocese de Leiria-Fátima se prepare para o fazer como habitualmente frente ao Hospital de Santo André, em Leiria. Esta é a primeira "Velada" realizada no dia de Natal e o guião será distribuído por email para todo o país. As meditações inspiram-se no livro «Rosário pela Vida» de P.e João Pimental, contando com o IMPRIMATUR de D. Jorge Ortiga.
Por estas razões e pela urgente necessidade de travar um flagelo que já matou "legalmente" cerca de 17.942 bebés em Portugal, pensamos que é muito importante dar a esta Velada uma voz qmais forte, permitindo às famílias em casa estarem unidas em Espírito ao grupo de Leiria-Fátima.
Os amigos e ouvintes da Renascença que fizeram da «Emissora Católica Portuguesa» o que hoje ela é - e designadamente os leigos - sentem-se agora no direito de esperar o mesmo apoio da Rádio Renascença para as suas iniciativas. Nessa medida vimos propor que a Renascença transmita em directo a "Velada pela Vida" de 25 de Dezembro.
Votos de Feliz Celebração do Nascimento d’Aquele que é Vida
"
Pedimos aos cristãos espiritualmente solidários com as "Veladas pela Vida", ouvintes da Rádio Renascença, que nos ajudem apelando por email à Emissora Católica para que transmita directamente a próxima «Velada pela Vida».
Recordemos-nos da época em que estamos. Recordemos-nos das leituras recentes das Escrituras, segundo as quais nós seremos julgados pelo auxílio que NÃO prestamos aos nossos semelhantes. Recordemos-nos de como o próprio Jesus Cristo, um humilde bebé, foi rejeitado por todas as casas de Belém. Recordemos-nos de como Maria (a mais perfeita dos seres humanos) foi colaboradora da Salvação, dando o seu fiat à Vida que Deus lhe ofereceu.
Qui tacet consentit

"PARTILHAR AQUILO QUE TEMOS, O QUE SABEMOS, O QUE SOMOS"

O nosso querido Cardeal-Patrarca D. José Policarpo participou, na 2ª feira passada, no programa Prós e Contras, subordinado ao tema: "O que vem aí?". Também honrosa participação foi a de Dr. Walter Osswald, um grande médico católico.

O debate pode ser visto aqui na íntegra (embora com os condicionalismos técnicos inerentes)

Não irei comentar as intervenções dos demais participantes, porque penso que estaria a exceder os limites das minhas intenções. Faço apenas salientar que devemos, ao contemplar o futuro, evitar todo o tipo de materialismo dogmático que, por um lado, coloca na Ciência a Salvação do Homem, ou que, por outro lado, nega a componente ética e moral desse mesmo Homem.

Em contraste, Sua Eminência demonstrou uma grande sobriedade. A frase que escolhi para o título pode ser apresentada como a súmula das suas intervenções. De facto, a Doutrina Social da Igreja, mais do que numa mudança das estruturas (que, no fundo, são necessárias) insiste numa mudança de corações (uma vez que as estruturas sociais, por mais perfeitas que sejam, são apenas um reflexo do coração humano).

Por isso, o Cardeal salientou várias vezes que a solução não está num pequeno grupúsculo de pessoas, mas que passa por todos. TODOS!
“Grandes crises supõem que todos são protagonistas da solução e não apenas vítimas.”
“Toda a gente fala que o Mundo de hoje é global (…) e se é global tem de ser também global nas soluções”
“É necessário construir uma reacção ao estado actual do mundo que não seja apenas derrotista”
E como podemos, nós todos, encontrar a chave para os problemas vindouros? Mudando o nosso coração! Por mais que se queira lançar as culpas ao sistema económico-político em que nos encontramos, a verdade é que esta crise se deve a um falha ético-moral da nossa sociedade, em que deixamos de ser o "guarda de nosso irmão" (Gn 4:9).
Para sublinhar esta posição, tivemos a crítica do Dr. Walter Osswald à sociedade consumista que põe o ênfase máximo no "lucro imediato e rápido". Como podemos nós criticar os bancos e os políticos pelos atropelos à ética, quando nós próprios alimentamos esse espírito, colocando os resultados e o bem-estar material à frente de tudo o resto?

É claro que Sua Eminência não excluiu a transformação das estruturas sociais... na verdade, este é um momento ideal para reflectirmos sobre o que desejamos para o futuro e o que queremos para a nossa sociedade. Provavelmente será rara a ocasião em que existirá novamente um tamanho enfraquecimento simultâneo das doutrinas capitalistas (com a crise económica mundial actual) e marxistas (com a queda do Muro de Berlim). Está na hora de a sociedade propôr modelos alternativos, modelos que tenham o seu alicerce na dignidade absoluta da Pessoa Humana e no respeito dos seus Direitos Fundamentais (e não nas multinacionais, no Estado ou nos partidos).
“Considero que é o modelo actual de desenvolvimento mundial que está em crise. É necessário mudá-lo”
“Toda a questão ganhará um ritmo novo se se perceber que o dinheiro serve para criar um «Homem melhor».”

Que Deus nos abençoe sempre com bons pastores como este...
Actualização: Soube que o Papa Bento XVI fez uma intervenção semelhante à do Cardeal Patriarca, na qual afirma que espera que esta crise económica (que, perceba-se, é sempre algo de negativo) seja uma oportunidade que permita à civilização ocidental redescobrir neste Natal aquilo que realmente é importante. A intervenção do Santo Padre pode ser lida na íntegra aqui (em inglês).

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

POR QUE SOU CATÓLICO?



Música: "Jesus Christ, you are my life" de Marco Frisina pode ser comprada aqui

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

PONTIFICIA COHORS HELVETICA...





... é o nome do corpo militar conhecido entre nós como "A Guarda Suíça".

Quando visitei o Vaticano, fiquei profundamente intrigado por estas personagens tão excêntricas e, simultaneamente, tão altivas e dignas. Em cada entrada, em cada canto, lá estava um, tão esfíngico como aqueles leões de pedra esculpidos à entrada dos edifícios importantes, para os guardar. Fortes e orgulhosos como os titãs pintados em tectos barrocos, sustentando toda a abóbada de um edifício secular. Cada um deles, sem excepção, sujeitando-se a disciplinas e procedimentos incompreensíveis para nós, comuns mortais... nós que somos incapazes de imitar as figuras mitológicas e heróicas que resistem ao Tempo.








E perguntam-me os caros leitores: para quê falar na Guarda Suíça?


Porque a nossa Igreja é tão rica que até os seus mais ínfimos pormenores podem servir-nos de muito na nossa peregrinação.






A Guarda Suíça é, para já, uma legião estrangeira. Foi criada no séc. XV e tem como principal função proteger o Papa e o Vaticano. Isto pareceu-me muito adequado para um role model daquilo que este blog representa. Peço que ninguém me interprete mal... não estou aqui a advogar belicismos nem cruzadas em nome do Papa. Nada disso.


Mas, tal como explanei no meu post "Marco 0", também nós não pertencemos a este mundo. Somos estrangeiros. Por outro lado, enquanto não morremos, enquanto vivemos nesta terra, nós somos chamados Igreja Militante (do lat. militas: "servindo como um soldado"). Deste modo, também nós nos podemos intitular uma legião estrangeira.


E qual é a nossa missão enquanto legião estrangeira? Proteger a Igreja? Sim e não... isso seria muito redutor! Proteger a Igreja, sim... mas, acima de tudo, proteger aquilo que ela representa.






Antes de prosseguir, devo referir um episódio histórico. Aproximadamente 30 anos após a fundação da Guarda Suíça, Roma foi invadida pelas tropas de Carlos V, um rei. Isto não é nada fora do normal... ao longo da Idade Média e Renascimento, Roma foi várias vezes invadida ou ameaçada por reis. Os seus objectivos eram puramente terrenos e estratégicos, uma sede insaciável do poder. E, embora Carlos V não tivesse sido o responsável directo pela invasão (as suas tropas amotinaram-se), a verdade é que não se encontrou isento de responsabilidades, devido à hostilidade que levantou contra o Papa.


Durante esta invasão (conhecido como "Saque de Roma") cerca de 147 guardas morreram, enquanto 40 outros escoltavam o Papa para fora da cidade. É de salientar que a Guarda Suíça era, na altura, constituída por 189 guardas. Não é possível deixar de admirar a coragem desta força militar minúscula, batendo-se desesperadamente como David contra Golias.


E que nos interessa isto para os nossos dias? Bastante! Também hoje em dia os "reis", por motivos meramente terrenos, levantam hostilidades contra a Igreja, estimulando ataques constantes. E, ainda hoje, o mundo parece dividir-se entre uma maioria anárquica (que apenas pretende obter de Roma aquilo que lhe interessa, saqueando-a de todo o seu magnífico espólio) e uma minoria corajosa (que defende as suas convicções, apesar da desvantagem numérica). Com isto, não estou a apontar o dedo a ninguém... limito-me a criar um paralelismo histórico para ilustrar melhor o nosso mundo actual.






Mas agora perguntam-me: para quê defender a Igreja? Para quê lutar por ela, como o fez a Guarda Suíça durante o Saque de Roma? Para quê defender quem quer que seja? Deveríamos viver a nossa vida e tratar de nós próprios e que cada um se defenda a si próprio (sobretudo a Igreja que não desperta simpatias nenhumas).


Aí, sou eu que pergunto: para quê defendermo-nos a nós próprios? Para quê lutarmos por nós próprios? Não somos nós, porventura, todos Igreja? O problema é que, quando se nos apresenta o projecto de defender a Igreja, cada qual se oferece apenas para defender aquele pedaço de Igreja que é só sua.


Infelizmente, perdeu-se muito o espírito de cavalaria que inflamava os corações de outrora. Um homem não é do tamanho de si próprio... um homem é do tamanho daquilo que defende! E a Igreja é uma instituição motriz da nossa maravilhosa Civilização Ocidental, é um depósito de 2.000 anos de evolução, os quais assentam numa Nação que é um depósito de mais 10.000 anos de evolução, a qual, por sua vez, assenta numa aliança que Deus estabeleceu com a Sua Humanidade tão amada (sendo Deus a evolução infinita do Homem).


Não foi, é certo, uma evolução isenta de erros. Mas os erros são tão valiosos quanto as vitórias (ou até mais). Os erros são um componente essencial da evolução, ditam-nos os caminhos que não devemos voltar a trilhar.


Quem pretender apenas seguir-se a si próprio não conhece o valor do tesouro que rejeita! Penso que as pessoas não se apercebem da magnitude do acto que cometem, quando equiparam as suas opiniões a um sistema de pensamento tão antigo e tão amadurecido, que já conheceu tantos contextos e tantas tribulações! Será que nos sobrestimamos tanto? Será que um minúsculo membro da Igreja pode sobrepôr-se a todas as pedras que o precederam, a todas as pedras que são suas irmãs, ao próprio Arquitecto?








Ainda assim, actualmente, esta postura de serviço a algo maior que si próprio parece não ter valor. Surge-nos como ridículo, obsoleto, até absurdo!


Daí a Guarda Suíça. Com certeza cada um dos meus leitores (não há vergonha nisso, até eu já pensei isso!) já pensou como estes homens másculos e válidos parecem ridículos, efeminados e berrantes envergando aqueles uniformes. Mas diz a lenda que os uniformes da Guarda Suíça foram concebidos por Michelangelo, o mesmo génio que nos brindou com maravilhas como a Capela Sistina e a Pietá.



De facto, nunca devemos excluir nada que nos pareça risível, porque pode existir um génio por trás... um génio querendo obrigar-nos a transcender os nossos próprios conceitos, a pensar sobre nós próprios.

Assim, enverguemos com orgulho o uniforme da Igreja Militante. Pode parecer um vestuário grotesco, mas foi o próprio Génio quem no-lo ofereceu. E esqueçamos a troça dos outros. Porque quem veste o Génio na sua vida, parecerá sempre ridículo:





"Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se julga sábio à maneira deste mundo, faça-se louco para tornar-se sábio, porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus;"

1Cor 3:18-19



Pois bem... não importa que o uniforme seja ridículo para os outros. Quem o
observar atentamente e sem preconceitos verificará que este é um uniforme que é,
literalmente, "ouro sobre azul".





Assim, perante isto, resta-nos uma escolha pura e simples... Quando a batalha começar, de que lado estaremos? Das tropas de Carlos V... ou da Guarda Suíça?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

MARCO 0


Caros amigos:


Depois de ter experimentado o ambiente da bloggosfera, e de me ter habituado, senti-me impelido por uma série de circunstâncias a iniciar o meu próprio blog. Ora, eu sempre me senti particularmente atraído pela imagética da peregrinação. De facto, sempre me pareceu que este mundo, apesar de todas as belezas que sustenta, não é verdadeiramente um lar... mas uma estrada... um caminho que nos leva à nossa verdadeira casa. Para chegar a casa é necessário empreender uma jornada de auto-aperfeiçoamento, pois só onde encontramos a plenitude da nossa alma, encontramos o Céu (que é a presença absoluta de Deus, a nossa imagem e semelhança).


Pois bem, durante anos eu aceitei este desafio que a própria Vida me colocou... e peregrinei. Sem dúvida, esta foi uma peregrinação não isenta de tropeços, de desvios, de cansaços e de perigos. No entanto, esta também foi uma peregrinação cheia de surpresas e de maravilhas, muitas delas ainda em bruto, por descobrir.


Foi aí que me dei a reflectir nas sábias palavras do meu guia, o Papa Bento XVI:
"Quem já descobriu Cristo, deve levá-Lo aos outros! Esta alegria não se deve conter dentro de si mesmo! Deve ser compartilhada!"

Compreendi que, por muito forte e resistente que seja o peregrino... ele não é nada sozinho. É a estrada que faz o peregrino e não o oposto. E uma estrada é, entre outras coisas, feita por quem encontramos no caminho.


Não nos iludamos. Nesta peregrinação, não há hospedarias nem hóteis. Ninguém nos pode fornecer essas coisas, porque todos nós somos peregrinos na mesma peregrinação. Quem se apresentar como fornecedor desses bens estáveis está a enganar-se a si próprio e aos outros. O que há é, apenas, peregrinos que receberam um mapa com o caminho para casa: Cristo [o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14:6)].


Daí este espaço. Daí as "Crónicas de uma peregrinação". As crónicas da minha peregrinação.


Mais do que uma hospedaria, este blog visa ser uma fonte onde os peregrinos venham mitigar a sua sede com algumas palavras sobre Deus. E, sobretudo, um rendez-vouz onde os vários peregrinos podem encontrar-se e partilhar as suas experiências. Tentarei que as minhas reflexões sejam dignas deste objectivo.
Como tal, devo fazer notar, que o objectivo deste blog é auxiliar os seus utilizadores na sua caminhada de fé. Deste modo, tornam-se contrárias à natureza do blog todas as intervenções que visem, pura e exclusivamente, despejar comentários anticristãos, anti-religiosos e anticlericais.

Isto NÃO significa que não sejam aceites comentários divergentes à Fé Católica. Longe disso! Os peregrinos de outras fés (ou mesmo da ausência de fé) também são peregrinos na sua peregrinação e são bem-vindos a usufruir deste espaço. No entanto, toda e qualquer intervenção desta natureza deve ser temperada com espírito de diálogo, abertura, respeito e brandura. Agradeço que deixem os insultos, preconceitos e cinismos à porta. Peço aos católicos a mesma atitude. Tentarei ser digno dela.

Também não serão aceites comentários anónimos, a não ser que o anonimato seja absolutamente necessário. Agradecia que todos os comentadores se identificassem de alguma forma, para que não estejamos a falar com fantasmas, indistiguíveis de outros tantos fantasmas iguais.

Quem não quiser sujeitar-se a estas regras tem muitos outros sítios na Net onde pode dedicar-se a esse tipo de blogging.

Gostaria, finalmente, de acrescentar o seguinte disclaimer: eu não sou teólogo, nem pretendo sê-lo. Estas reflexões que apresento são mais um exercício de teosofia (i.e. filosofia focada em Deus). Eu amo muito a minha Igreja e o meu Deus e toda e qualquer intervenção minha deve ser entendida em função desse Amor. Qualquer erro doutrinal deve ser entendido como involuntário e decorrente de ignorância honesta. Peço aos comentadores mais informados que me corrijam... porque só é possível peregrinar se nos libertarmos dos nossos erros.


Posto isto, vou principiar as crónicas da minha peregrinação. A todos os peregrinos de boa vontade: sede bem-vindos!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

PRECE

Pensei que não faria muito sentido iniciar o meu blog sem uma pequena oração...



Ó Senhor, meu Deus.
Por favor abençoa esta minha peregrinação
E todas as peregrinações:
pois elas são as vidas dos Teus filhos
que Tu amaste desde o Princípio.
As vidas que Tu criaste.
As vidas que Tu redimiste.
As vidas que brotam de Ti,
Fonte de toda a Vida.

Tu, que fizeste o Nada dar fruto,
abençoa também este blog que nasce hoje
com frutos maravilhosos.
Que este seja um caminho que nos permita
compreender-Te
encontrar-Te
amar-Te mais.
E também aos nossos irmãos.



Não deixeis que o autor deste blog
seja tomado pelo erro ou pelo orgulho.
Não deixeis que este blog seja
nascente de querelas e pecados.
Não deixeis que estes Teus filhos que Te buscam
caiam na incompreensão geral desta sociedade
por vezes tão surda às tuas paternais súplicas.

Mas que, por meio de reflexões temperadas,
sinceras, justas e informadas
possamos apreender "os sinais dos tempos"
e, sobretudo, os Teus sinais.
Que estas conversas nos aproximem de Ti
e sejam semente de diálogo e fé.

Senhor, que o Espírito Santo habite sempre neste blog





Por intercessão da Virgem da Imaculada Conceição (padroeira deste blog, que "nasceu" no seu dia).
Por intercessão de S. Paulo (padroeiro deste blog, que "nasceu" no seu ano)
Por intercessão de S. Pedro (santo da minha devoção e 1º papa, sob o qual foi fundada a Igreja que me transmitiu a maravilhosa Boa Nova).





Ámen