Penso que nenhum cristão terá ficado indiferente a este filme quando passou nos cinemas. Afinal de contas, na altura, gerou muita polémica (na minha óptica completamente injustificada) e curiosidade, pela sua violência gráfica e pela originalidade de retratar a Paixão de Cristo na sua língua original (i.e. aramaico e latim).
Portanto, creio que esta minha sugestão deve ser uma espécie de redundância. De qualquer das formas, esta Semana Santa que se vai iniciar é uma boa altura para revisitar esta obra de arte.
Além da sua originalidade e da sua ortodoxia (que é uma característica que nunca se deve descurar quando se fazem filmes deste género), este é também um filme de grande sensibilidade. Intercalados com a violência intrínseca do filme, encontramos oásis de profunda comoção e humanidade (sobretudo na cena em que Jesus encontra a Sua Mãe... de levar lágrimas aos olhos). Também a cena da Ressurreição é um mimo artístico, a melhor que alguma vez já vi.
Além disso, não é só a Paixão que é retratada... toda a vida de Jesus é apresentada no filme, através de curtos flash-backs que vão colocando cada pormenor no seu devido lugar, à luz da Paixão. Esse facto (bem como certos pormenores, tais como Cristo esmagando a cabeça da Serpente ou a Virgem Maria e Maria Madalena a entoarem o cântico da Páscoa do Antigo Testamento) fazem com que o filme não se perca na superficialidade do sofrimento de Cristo, mas que seja um exercício de teologia muito bem conseguido.
Resta mencionar que o actor que faz de Jesus Cristo é Jim Caviezel, um actor católico ortodoxíssimo. Também o realizador Mel Gibson é um fervoroso católico, embora haja quem o considere um ultratradicionalista. De qualquer das formas, são duas pérolas em Hollywood que deveríamos estimar.
Para quem consiga suportar a violência da Paixão de Cristo, este é um filme que nenhum católico deveria deixar de ver.
4 comentários:
Nas últimas Quaresmas tenho usado este filme como ponto de partida para a Semana Santa. Mas da última vez a violência incomodou-me, mais do que das outras. Por isso este ano usei um filme completamente diferente "O Grande Silêncio".
Realmente gostei deste filme. Também o encontro de Jesus com a Sua mãe me emocionou. Fiquei com pena que a Ressurreição tivesse uma parte tão pequenina no filme, comparada com o resto.
Não sabia que o Jim Caviezel era um católico tão empenhado. Vou ficar mais atento ao trabalho dele.
Cumprimentos
jota
olá Pedro!Neste filme existe um homem penso que é Simão ou Samuel que leva a cruz a Jesus durante uma parte do caminho....istoa aconteceu mesmo?tem algum significado para nós homens?**
Caro J: Penso que o valor da cena da Ressurreição prende-se com o facto de ser tão pequena e, ainda assim, dizer tudo.
Pelo menos não é como outras interpretações, como a do Jesus Christ Superstar, em que nem sequer há Ressurreição...
Quanto a Jim Caviezel, é um facto que ele é um dos poucos actores de Hollywood que milita pelos valores cristãos. Tenho gostado muito dos filmes em que ele participa.
Cara Margarida:
Jesus terá sido ajudado por um Simão, da terra de Cirene, que estava voltando do trabalho nos campos.
Não há motivo para pensar que isto seja falso. Mas não é muito importante enquanto facto histórico.
É mais importante como uma luz para os nossos caminhos. Ou seja, sempre que nós ajudamos os outros a carregar a Cruz deles, estamos a ajudar Cristo a carregar a Cruz do Mundo. E, deste modo, estamos a ajudar à nossa própria salvação (porque a Paixão de Cristo salvou todos os homens, incluindo o próprio Simão Cireneu).
Abraços em Cristo
Bom....
Sou uma "fracota" incondicional!
Não consigo vêr o filme. Tudo o que tenha violência, para mim é demais... principalmente sabendo que aconteceu... e que os meus pecados também lá estão a chicoteá-lO...
Santa Páscoa
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