No passado dia 13 de Outubro foi retraduzido e reeditado, pela Aletheia Editora, este magnífico livro de G.K. Chesterton (que, para quem não saiba, foi o maior pensador leigo católico do séc. XX). Este é um livro que deveria ser lido por todos os católicos (especialmente os auto-intitulados “não-praticantes”), bem como por todos aqueles que estejam dispostos a viver a maior experiência pessoal e intelectual de todos os tempos. Pois, como o próprio Chesterton diz na capa deste livro “As pessoas adquiriram o tonto costume de se referir à ortodoxia como se fosse uma coisa pesada, enfadonha e segura; a verdade é que nunca houve coisa mais perigosa, nem mais animada”.
Antes da leitura deste livro, eu apenas conhecia Chesterton de ouvido. Agora percebo que todos os elogios feitos a este homem não eram exagerados. Ler “Ortodoxia” é desafiarmos os nossos próprios pré-conceitos, uma vez que Chesterton consegue provar (de uma forma intelectualmente elegante) teses que nos pareceriam completamente disparatadas (como por exemplo, que acreditar em contos de fadas é mais racional do que acreditar num mundo sem Deus).
Mas, como tudo o que eu possa dizer, nunca fará justiça a este livro ou a este escritor, passo a citar alguns excertos do livro (para vos deixar com água na boca):
“Se damos grande importância à opinião de homens comuns quando estamos a tratar de assuntos correntes, não há razão nenhuma para a ignorarmos quando estamos a tratar de questões de histórias ou de fábulas.”
“O estranho método utilizado pelo céptico reverente, consiste ele em desacreditar histórias sobrenaturais com algum fundamento, contando histórias naturais sem fundamento nenhum.”
“A imaginação não produz insanidade. O que produz insanidade é precisamente a razão (…) A poesia é uma actividade sã, porque voga com facilidade num mar infinito; a razão procura atravessar este mar infinito, tornando-o finito. Daqui resulta um esgotamento mental (…) O poeta apenas deseja exaltação e expansão, um mundo onde possa expandir-se. O poeta pretende apenas meter a cabeça nos céus. É o lógico que quer meter os céus na cabeça. E é a cabeça do lógico que rebenta.”
“Na Europa moderna, um livre-pensador não é um homem que pensa pela sua própria cabeça; é um homem que, tendo pensado pela sua própria cabeça, chegou a uma série de conclusões específicas acerca da origem material dos fenómenos, da impossibilidade dos milagres, da improbabilidade da imortalidade pessoal, e por aí fora…”
“Surgiu nas modernas controvérsias o hábito imbecil de afirmar que determinado ponto de vista é defensável em determinado período, mas não é defensável noutros períodos. Assim, um dogma qualquer podia ser credível no século XII, mas deixou de ser credível hoje em dia. Que é o mesmo que dizer que se pode defender determinada filosofia à segunda-feira mas não à quinta-feira, ou que determinada visão do cosmos é adequada às três e meia, mas será inadequada às quatro e meia. Aquilo que um homem pode acreditar depende da filosofia que perfilha, não dependendo do relógio nem do calendário (…) Portanto, quando se discute uma solução histórica, a questão a ter em conta não é saber se ela foi apresentada na nossa época, mas saber se se trata de uma solução para o problema que nos ocupa”
“O coração tem de estar fixado naquilo em que deve estar fixado; a partir do momento em que o nosso coração está fixado, podemos agir como quisermos.”
Além disso, é de salientar que (como alerta este irmão blogger) é fundamental que este livro esgote para que possamos ter acesso a todos os escritos e pensamentos deste fantástico homem e intelectual. Um must.
Antes da leitura deste livro, eu apenas conhecia Chesterton de ouvido. Agora percebo que todos os elogios feitos a este homem não eram exagerados. Ler “Ortodoxia” é desafiarmos os nossos próprios pré-conceitos, uma vez que Chesterton consegue provar (de uma forma intelectualmente elegante) teses que nos pareceriam completamente disparatadas (como por exemplo, que acreditar em contos de fadas é mais racional do que acreditar num mundo sem Deus).
Mas, como tudo o que eu possa dizer, nunca fará justiça a este livro ou a este escritor, passo a citar alguns excertos do livro (para vos deixar com água na boca):
“Se damos grande importância à opinião de homens comuns quando estamos a tratar de assuntos correntes, não há razão nenhuma para a ignorarmos quando estamos a tratar de questões de histórias ou de fábulas.”
“O estranho método utilizado pelo céptico reverente, consiste ele em desacreditar histórias sobrenaturais com algum fundamento, contando histórias naturais sem fundamento nenhum.”
“A imaginação não produz insanidade. O que produz insanidade é precisamente a razão (…) A poesia é uma actividade sã, porque voga com facilidade num mar infinito; a razão procura atravessar este mar infinito, tornando-o finito. Daqui resulta um esgotamento mental (…) O poeta apenas deseja exaltação e expansão, um mundo onde possa expandir-se. O poeta pretende apenas meter a cabeça nos céus. É o lógico que quer meter os céus na cabeça. E é a cabeça do lógico que rebenta.”
“Na Europa moderna, um livre-pensador não é um homem que pensa pela sua própria cabeça; é um homem que, tendo pensado pela sua própria cabeça, chegou a uma série de conclusões específicas acerca da origem material dos fenómenos, da impossibilidade dos milagres, da improbabilidade da imortalidade pessoal, e por aí fora…”
“Surgiu nas modernas controvérsias o hábito imbecil de afirmar que determinado ponto de vista é defensável em determinado período, mas não é defensável noutros períodos. Assim, um dogma qualquer podia ser credível no século XII, mas deixou de ser credível hoje em dia. Que é o mesmo que dizer que se pode defender determinada filosofia à segunda-feira mas não à quinta-feira, ou que determinada visão do cosmos é adequada às três e meia, mas será inadequada às quatro e meia. Aquilo que um homem pode acreditar depende da filosofia que perfilha, não dependendo do relógio nem do calendário (…) Portanto, quando se discute uma solução histórica, a questão a ter em conta não é saber se ela foi apresentada na nossa época, mas saber se se trata de uma solução para o problema que nos ocupa”
“O coração tem de estar fixado naquilo em que deve estar fixado; a partir do momento em que o nosso coração está fixado, podemos agir como quisermos.”
Além disso, é de salientar que (como alerta este irmão blogger) é fundamental que este livro esgote para que possamos ter acesso a todos os escritos e pensamentos deste fantástico homem e intelectual. Um must.
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