Este meu post fez-me lembrar um dos meus filmes favoritos... "Um Homem para a Eternidade".
Vencedor do Óscar do Melhor Filme em 1967 (bem como de mais 5 outros óscares), conta precisamente a história de S. Thomas More.
S. Thomas More foi um católico fervoroso que, graças aos seus méritos e virtudes, foi nomeado Chanceler, um dos lugares políticos mais elevados do Reino de Inglaterra do séc. XVI d.C..
Infelizmente, o seu rei era Henrique VIII, o qual, mais tarde, viria a envolver-se numa querela com a Igreja Católica por esta não lhe conceder o divórcio com Catarina de Aragão, para que o rei se pudesse casar com Ana Bolena. Essa querela agravou-se cada vez mais, até culminar em cisma. Henrique VIII proclamou-se cabeça da Igreja em Inglaterra, tendo daqui nascido a Igreja Anglicana.
Diante disto, restava apenas uma saída a um Chanceler católico ortodoxo e piedoso... pedir a demissão do seu cargo político e retirar-se da vida pública.
Não chegou... Uns anos mais tarde, S. Thomas More seria convocado (juntamente com todos os notáveis de Inglaterra) a jurar o Acto de Sucessão. Este Acto implicaria que S. Thomas More não só reconhecesse a descendência de Henrique VIII com Ana Bolena como herdeiro legítimos do trono... mas que também negasse a autoridade de potentados estrangeiros, nomeadamente a autoridade do Papa (que recusara o divórcio do rei).
Thomas More, profundo conhecedor da legislação, procura escudar-se no silêncio. Infelizmente, também não chegou... Graças a artifícios e artimanhas várias, os seus inimigos políticos conseguiram a sua condenação. O santo foi martirizado em 1535. Seria canonizado em 1935.
O filme "Um Homem para a Eternidade" retrata precisamente toda este percurso de S. Thomas More, constituindo-se ainda como uma reflexão sobre a primazia de consciência de todo o homem de boa vontade (e, nomeadamente, de um bom católico) sobre os caprichos e despotismos de um Estado, sobretudo de um Estado que se arroga o direito de legislar aquilo que não é possível, ou que pretende uma autoridade que não lhe compete.
Um filme daquela época dourada dos épicos, quando eram celebradas personagens verdadeiramente dignas de o serem...
2 comentários:
"Senhor, que fizestes do glorioso testemunho dos mártires a mais perfeita expressão da fé, concedei-nos, por intercessão de S. Tomás Moro, a graça de confirmar com a vida a fé que proclamamos com as palavras."
Podes ler na Liturgia das Horas (volume atual), nas parte dos Santos: dia 22 de Junho, uma carta de S. Tomás Moro, escrita no cárcere a sua filha Margarida. Sem dúvida "a man for all seasons"
Paz contigo!
Beijinhos,
MD
Obrigado pela dica! Irei ler!
Pax Christi
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