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Ano da Fé

Ano da Fé
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domingo, 18 de julho de 2010

IGNOTO DEO

Creio em ti, Deus: a fé viva
De minha alma a ti se eleva
És... o que és não sei. Deriva
[Meu sêr do teu: luz... e treva,
Em que... indistinctas! ... se envolve
Este espirito agitado,
De ti vem, a ti devolve.

O nada, a que foi roubado
Pelo sôpro creador
Tudo o mais, o há-de tragar.
Só vive de eterno ardor
O que está sempre a aspirar
Ao infinito d'onde veiu

Belleza és tu, luz és tu,
Verdade és tu só. Não creio
[Senão em ti; O ôlho nu
[Do homem não vê na terra
Mais que a dúvida, a incerteza,
A fórma que engana e erra.

Essencial! a real belleza,
O puro amor... O prazer
[Que não fatiga e não gasta...
Só por ti os póde vêr
O que inspirado se affasta,
Ignoto Deus, das ronceiras,
Vulgares turbas: despidos
[Das coisas vans e grosseiras

Sua alma, razão, sentidos,
A ti se dão, em ti vida,
E por ti vida têem. Eu, consagrado
A teu altar, me prostro e a combatida
Existencia aqui ponho, aqui votado
Fica este livro -- confissão sincera
Da alma que ti vôou e em ti só spera

Almeida Garrett
in Folhas Cahidas

3 comentários:

O Império disse...

Caro Alma Peregrina.

Como vai? O trabalho corre bem?

Venho apenas cumprimenta-lo e dizer-lhe que tenho estado ausente. Por este motivo não tenho lido os seus posts. No entanto terei certamente um ou dois comentários a fazer brevemente.

Cumprimentos.

Alma peregrina disse...

Caro O Império:

Seja muito bem-vindo de volta!
É sempre um prazer recebê-lo!

Ainda bem que tem estado ausente, porque eu também tenho estado ocupado. Se quiser debater algo, será melhor esperar que a próxima semana termine, se for possível.

:)

Cumprimentos

O Império disse...

Combinado!

Boas férias, caso seja esse o caso!

;)

Cumprimentos