Era uma vez certo homem (um daqueles autoproclamados "católicos não praticantes") que vivia consumido pelas dúvidas e pelos erros. Não conseguia ultrapassar os obstáculos que se erguiam diante de si. Não conseguia libertar-se das vicissitudes da sua existência. A cada golpe do destino, ele respondia com mais angústia, que, por sua vez, gerava mais pecados. Ele não gostava dessa situação, mas já estava tão preso naquele ciclo vicioso, que já não conhecia outra vida. A dada altura, entrou "em piloto automático" e o mesmo sucedeu com a sua relação com Deus.
Um dia o homem passou por uma igreja e viu, à porta, uma criança. Ela estava muito magra, as suas roupas esfarrapadas, os seus olhos lacrimejavam tristeza. A criança estendia a mão ao homem. Este, pela primeira vez em muito tempo, sentiu um calor no seu peito. Naquele momento, o seu coração e o da criança bateram como se fossem um só. Parecia que todo o sentido da existência daquele homem se resumia aquele tão efémero e ténue momento. O homem sacou da carteira e tirou uma nota, a maior que tinha.
Colocou a sua mão sobre a mão aberta e estendida da criança...
... depois, abriu também a mão.
A nota caiu na palma da criança e esta abriu um grande sorriso.
Pois bem, o homem ia retirar-se, quando foi atingido por um anseio. Tinha deixado o trabalho a meio. Já que perdera aquele tempo, bem poderia perder mais algum... Afinal, não adianta oferecer um peixe sem ensinar a pescar. Impunha-se uma lição de vida e a educação faz-se de pequeno.
O homem disse à criança para comprar alimento com aquele dinheiro, mas para guardar o que restasse para dias vindouros. Que procurasse ganhar sempre o seu sustento com suor honrado. Que nunca se metesse em vícios, que apenas consumiriam em vão tudo o que ele ganhasse. Que deixasse a riqueza render, a fim de se livrar da sua pobreza.
No dia seguinte, o homem voltou a passar pela igreja. A criança não estava lá. Mas, por algum motivo, aquela sensação, aquele calor no coração, regressara. Sentiu-se impelido a subir as escadas e a entrar.
Deparou-se imediatamente com o Santíssimo Sacramento. Ele não sabia bem se acreditava ou não na Divina Presença, mas lá se ajoelhou e rezou."Meu Deus, por que não me ajudas? Por que não me livras de todo o Mal que me aflige?"
Então, o homem escutou uma voz, forte como uma trombeta, mas doce como uma brisa. Essa voz irradiava do Sacrário e proclamava:
- Já te ajudei. Que mais queres?
- Quando me ajudaste?
- Ontem, tomei a forma de uma criança e estendi-te a mão. Tu, por tua vez, estendeste a tua para receber a Minha dádiva
- Que dádiva foi essa? Não senti nada a cair na minha mão!
- Dei-te o Meu Reino. Não o sentiste, porque ele é mais pequeno que um grão de mostarda.
- Que faço com essa dádiva, que nem sequer vejo, sinto ou compreendo?
- Tu o disseste ontem, quando Me confundiste com uma criança. Que fazes com a Minha dádiva? Alimenta a tua alma com ela. Mas deixa-a crescer também no teu coração, para poderes alimentar-te dela em tempos vindouros. Tenta ganhá-la todos os dias com suor honrado. Não te metas em vícios que consumam esse Reino em vão e te privem dele. Agora vai em Paz, e faz render o meu Reino entre os teus irmãos.
Autor: Alma Peregrina
3 comentários:
Figura:
"Мальчик-нищий с корзиной" ("Menino pedinte com cesto")
Autor: Ivan Tvorozhnikov
1886
OH MEU QUERIDO AMIGO,
EU LI ESTE TEXTO, ENVIADO POR TI HÁ UM GRANDE TEMPO ATRÁS...
OBRIGADA POR O TRAZERES PARA O TEU CANTINHO LINDO...
E TU, MEU AMIGO, TENS FEITO RENDER TANTO DO REINO DE DEUS... ÉS UM DOS ESCOLHIDO POR ELE...
OBRIGADA, AMIGO, OBRIGADA!
DEUS TE ABENÇOE SEMPRE.
BEIJINHO GRANDE EM CRISTO
PAI NOSSO...
MJG
Vidas, lembraste-te! Fico muito feliz! Obrigado pelas tuas palavras e pela tua visita!
:)
Pax Christi
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