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Ano da Fé

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

"PARTILHAR AQUILO QUE TEMOS, O QUE SABEMOS, O QUE SOMOS"

O nosso querido Cardeal-Patrarca D. José Policarpo participou, na 2ª feira passada, no programa Prós e Contras, subordinado ao tema: "O que vem aí?". Também honrosa participação foi a de Dr. Walter Osswald, um grande médico católico.

O debate pode ser visto aqui na íntegra (embora com os condicionalismos técnicos inerentes)

Não irei comentar as intervenções dos demais participantes, porque penso que estaria a exceder os limites das minhas intenções. Faço apenas salientar que devemos, ao contemplar o futuro, evitar todo o tipo de materialismo dogmático que, por um lado, coloca na Ciência a Salvação do Homem, ou que, por outro lado, nega a componente ética e moral desse mesmo Homem.

Em contraste, Sua Eminência demonstrou uma grande sobriedade. A frase que escolhi para o título pode ser apresentada como a súmula das suas intervenções. De facto, a Doutrina Social da Igreja, mais do que numa mudança das estruturas (que, no fundo, são necessárias) insiste numa mudança de corações (uma vez que as estruturas sociais, por mais perfeitas que sejam, são apenas um reflexo do coração humano).

Por isso, o Cardeal salientou várias vezes que a solução não está num pequeno grupúsculo de pessoas, mas que passa por todos. TODOS!
“Grandes crises supõem que todos são protagonistas da solução e não apenas vítimas.”
“Toda a gente fala que o Mundo de hoje é global (…) e se é global tem de ser também global nas soluções”
“É necessário construir uma reacção ao estado actual do mundo que não seja apenas derrotista”
E como podemos, nós todos, encontrar a chave para os problemas vindouros? Mudando o nosso coração! Por mais que se queira lançar as culpas ao sistema económico-político em que nos encontramos, a verdade é que esta crise se deve a um falha ético-moral da nossa sociedade, em que deixamos de ser o "guarda de nosso irmão" (Gn 4:9).
Para sublinhar esta posição, tivemos a crítica do Dr. Walter Osswald à sociedade consumista que põe o ênfase máximo no "lucro imediato e rápido". Como podemos nós criticar os bancos e os políticos pelos atropelos à ética, quando nós próprios alimentamos esse espírito, colocando os resultados e o bem-estar material à frente de tudo o resto?

É claro que Sua Eminência não excluiu a transformação das estruturas sociais... na verdade, este é um momento ideal para reflectirmos sobre o que desejamos para o futuro e o que queremos para a nossa sociedade. Provavelmente será rara a ocasião em que existirá novamente um tamanho enfraquecimento simultâneo das doutrinas capitalistas (com a crise económica mundial actual) e marxistas (com a queda do Muro de Berlim). Está na hora de a sociedade propôr modelos alternativos, modelos que tenham o seu alicerce na dignidade absoluta da Pessoa Humana e no respeito dos seus Direitos Fundamentais (e não nas multinacionais, no Estado ou nos partidos).
“Considero que é o modelo actual de desenvolvimento mundial que está em crise. É necessário mudá-lo”
“Toda a questão ganhará um ritmo novo se se perceber que o dinheiro serve para criar um «Homem melhor».”

Que Deus nos abençoe sempre com bons pastores como este...
Actualização: Soube que o Papa Bento XVI fez uma intervenção semelhante à do Cardeal Patriarca, na qual afirma que espera que esta crise económica (que, perceba-se, é sempre algo de negativo) seja uma oportunidade que permita à civilização ocidental redescobrir neste Natal aquilo que realmente é importante. A intervenção do Santo Padre pode ser lida na íntegra aqui (em inglês).

5 comentários:

joaquim disse...

Pois é já muitos o disseram mas é sempre importante repetir: vivemos a cultura do ter, muito mais do que a cultura do ser.

Ora o ter nunca levará o homem a nada, se o homem primeiro não souber ser.

Abraço amigo em Cristo

Alma peregrina disse...

Discordo Joaquim... o Ter pode ter primazia sobre o Ser!!!


(...)



O Ser vem obrigatoriamente do Ter!


(...)



O Ser vem do Ter Deus na sua vida!

:P (apanhei-o, não? ehehehe)

Canela disse...

Podemos dar muitas voltas, brincar até com o nosso idioma (que até é muito fertil), mas enquanto não deixarmos de olhar para o nosso umbigo; enquanto não tivermos presente em 1º plano o amor fraternal, sem qualquer jogo de interesses... nada feito!

Queixar-nos-emos cada vez mais, de uma sociedade vazia de valores humanos, e, repleta de status.

A mudança tem que começar em cada um de nós, e, ser refletida através da nossa imagem para o "Outro", seja ele quem for!

Apenas e sómente a minha opninão.

A Paz de Cristo

Alma peregrina disse...

E é uma opinião válida e 100% consonante com as intervenções dos nossos pastores, Canela. O jogo de idiomas foi só uma brincadeirinha...

;)

Canela disse...

Alma não me interprete mal.

Só falei na questão dos idiomas, porque me farto de ouvir: "A nossa lingua é muito traiçoeira".

Consigo distinguir a brincadeira da maldade.OK?!!!!!!!

A Paz de Cristo