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Ano da Fé

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

PEQUENOS

A propósito deste meu post...

... vem este magnífico post do Pedro Arroja, que citarei na íntegra, pois que complementa perfeitamente bem o que eu quis dizer previamente.
 
 
"Pequenos
Por: Pedro Arroja 

 
Uma das principais conclusões que resultam da doutrina católica é a de que todos as instituições e processos económicos e sociais devem ser mantidos pequenos, e que não devem crescer para além daquele tamanho em que não existe homem que os consiga controlar.
Para a doutrina católica, a comunidade económica e social de base é tipicamente pequena - a família. A empresa típica do catolicismo é também pequena -a empresa familiar. O mercado privilegiado da doutrina católica é ainda pequeno - o mercado local. E o Estado próprio do catolicismo, sendo um Estado subsidiário, é ainda tipicamente pequeno.

A crise económica e financeira actual, em Portugal e no mundo ocidental, foi desencadeada em 2008 pela falência de um banco - Lehman Brothers - que tinha atingido uma dimensão que ninguém controlava. A tal ponto que a falência foi uma surpresa. E uma supresa que, com a globalização dos mercados, produziu efeitos, nalguns casos catastróficos (v.g., na Islândia) em todo o mundo.

Mesmo em Portugal, um país pequeno, houve instituições que nas últimas décadas cresceram desmesuradamente e que hoje não são controláveis. O Estado é a primeira dentre elas. A dificuldade em conter o défice orçamental é que não existe ninguém que tenha capacidade para controlar o Estado. Mas não é apenas o Estado. Existem outras instituições que estão em decomposição porque cresceram para além de qualquer controlo. Aquele que foi o maior banco privado português, e o segundo maior do país, está também agora a desfazer-se numa agonia lenta.

Instituições grandes e processos globalizados - como grandes empresas, grandes bancos, grandes Estados e mercados globais - são a receita certa, quando as coisas correm mal, para que o mundo nos caia sobre a cabeça, e sem que ninguém se possa opôr. É isso largamente o que está a acontecer em Portugal e em outros países do ocidente.

Depois de passada esta crise, com os efeitos devastadores que ela está a produzir, vai ser necessário reconstruir as economias dos países afectados, como Portugal. Seria bom que fosse então escutada a mensagem da doutrina católica de que as instituições e os processos sociais devem ser mantidos pequenos para serem controláveis, porque só mantendo-os sob controlo é possível limitar-lhes os riscos e os danos."

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