Portanto, o famoso banqueiro Fernando Ulrich fez má figura quando, depois do célebre "aguenta, aguenta", resolveu definir "sem-abrigo" como um nível de austeridade aceitável para salvar um sistema económico usurário e injusto, gerador de pobreza e materialismo, cujos únicos beneficiários são os ulriches desta vida.
Mas, ainda mais inaceitável, foi quando o Sr. Ulrich, instado a pedir desculpa aos portugueses pela sua insensibilidade social, resolve dizer e cito: "Não recebo lições de moral sobre questões de sensibilidade. As que tinha a receber, recebi-as em casa, da minha família, da escola e da Igreja Católica".
Ora, é óbvio para quem tenha o mais módico conhecimento de Doutrina Social da Igreja, que este senhor não recebeu qualquer lição da Igreja Católica (ou, pelo menos, não do Magistério), senão não diria tamanhas barbaridades.
Ou seja, este Ulrich é mais um dissidente que, ao invés de se deixar moldar pela mensagem evangélica, pega em racionalizações de pseudo-sabedorias mundanas (neste caso, o Capitalismo) e chama-lhes Catolicismo.
Quanto a isso, não tenho problemas. A grande maioria dos católicos actuais fazem isto, em maior ou menor grau. Não recebem a totalidade da Palavra, mas tão somente o que é conveniente às suas mentalidades pré-concebidas.
E eu não me importo. Penso que esses católicos, apesar de tudo, estão melhor dentro do que fora da Igreja. Assim, pelo menos, estão mais próximos da Verdade e, logo, da Graça e, logo, da Conversão e, logo, da Salvação.
E eu não me importo. Penso que esses católicos, apesar de tudo, estão melhor dentro do que fora da Igreja. Assim, pelo menos, estão mais próximos da Verdade e, logo, da Graça e, logo, da Conversão e, logo, da Salvação.
Agora, o que é para mim inaceitável é quando estes católicos instrumentalizam a Igreja e/ou a Doutrina de Cristo. Acontece muito nos sectores socialistas, que confundem a Caridade de Jesus com o Comunismo.
Mas também acontece muito à Direita, que julga que a mensagem cristã consiste apenas numa série de preceitos sexuais com os quais pode julgar farisaicamente os seus irmãos, sem se importar minimamente com a Solidariedade ou a ética económica.
E, sobretudo, a Direita tem ainda um outro péssimo hábito. Quando profere uma asneira cruel que põe as pessoas (compreensivelmente) contra elas, alvoram-se como católicas, como se isso lhes concedesse alguma imunidade e autoridade moral.
A esses quero somente dizer:
"Párem de fazer tamanha estupidez! Assumam os VOSSOS (vossos, vossos e só vossos) erros! Vocês não ficam a parecer melhor só porque se dizem católicos! Pelo contrário, só mancham o Catolicismo de lama"
"Párem de fazer tamanha estupidez! Assumam os VOSSOS (vossos, vossos e só vossos) erros! Vocês não ficam a parecer melhor só porque se dizem católicos! Pelo contrário, só mancham o Catolicismo de lama"
É que depois a população des-catequizada, passa a associar pavlovianamente a Igreja a estes indivíduos de coração empedernido. E depois vêm-nos acusar (e bem!) de apenas nos importarmos com as crianças antes de nascerem. Os Ulriches terão de responder pelo escândalo que causaram aos pequeninos, afastando-os quer do conforto financeiro, quer do Caminho para a Salvação.
É pena que Ulrich, que se diz católico, não tenha aproveitado a oportunidade de evangelizar e, simultaneamente calar o deputado socialista... podia mostrar-se humilde, pedir desculpas (mesmo que só por ter feito uma má escolha de palavras) e solidarizar-se com as pessoas que sofrem, mesmo que só em palavras. Isso sim, seria alguém que recebeu lições de moral com a Igreja Católica.
A mim, enquanto católico, resta-me manifestar o meu total repúdio pelas palavras de Ulrich, bem como pelo seu uso abusivo da Igreja Católica.
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