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Ano da Fé

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A LIBERDADE DE EXPRESSÃO UNIDIRECCIONAL

 
Um grupelho de arruaceiros impediu um ministro, agente legítimo do nosso Estado, de discursar num evento para o qual ele havia sido convidado.

Esta é a mesma gente que enche a boca de conversas de "tolerâncias" quando alguém discorda deles.

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Quando eles dizem algo e nós discordamos, é preciso tolerar. É preciso deixá-los falar, em nome da liberdade de expressão. É preciso fair-play democrático.

Quando nós dizemos algo de que eles discordam, temos de ser calados. Se tivermos a ousadia de continuar a falar, somos silenciados com slogans e sound-bytes, berrados o mais alto possível por cima das nossas vozes. É preciso que deixemos de ser ouvidos. É preciso que a mensagem "certa" seja transmitida, atropelando tudo, e de forma super-simplificada para que entre subliminarmente na mente das pessoas. Ou então (como em muitas conversas da Internet), passa-se simplesmente ao insulto fácil e ao assassínio de carácter.

Eu até sou simpatizante com algumas das propostas destes movimentos. Também eu acho as propostas da troika um atentado à Solidariedade e à Subsidiariedade, também eu creio que as dívidas soberanas devem ser perdoadas, também eu creio que o actual sistema económico é injusto e usurário.

E, por acaso, não tenho vacas sagradas ideológicas. Sei que todos os sistemas políticos são falíveis, porque congeminados por mentes humanas finitas e maculadas pelo Pecado Original. Não idolatro, portanto, a Democracia... nem a sua subsidiária "liberdade de expressão". Na verdade, compreendo as razões dos católicos de Ontem, quando afirmavam "o erro não tem direitos".

No entanto, sou a favor da liberdade de expressão. Seja como um bem, cujos prós superam os contras. Seja como concessão à sociedade moderna. Seja como mal menor. Seja como fôr.

Porque eu também tenho uma mensagem incómoda e quero proclamá-la.
Quero ter uma matriz ideológica e legal que me permita espalhar o Evangelho, sem ser importunado por técnicas de bullying primárias e infantis.
Quero poder exigir a igualdade de tratamentos, porque eu também os deixei falar.

Porque sei que, quando acabarem de perseguir estes ministros incompetentes, corruptos, cruéis... e legítimos...
... estes ditadorzecos pseudo-tolerantes vão-se atirar a mim, pois que eu sou-lhes muito mais incómodo. Pois que os ministros do Governo tiram-lhes as possibilidades materiais de eles fazerem o que querem... mas eu, com as minhas palavras, retiro-lhes a legitimidade moral de eles fazerem o que querem. As possibilidades, eles podem sempre recuperá-las. A legitimidade nunca.

Claro que eles, assim que se tenham assentado no Poder, não concederão qualquer liberdade de expressão aos católicos. A liberdade de expressão é um bem que só deve ser usado pelas "pessoas certas". Todavia, nesse dia, as incoerências deles serão notadas. E aí sim, as consciências serão despertas e não haverá propaganda nem media que os valha. E esse será o primeiro passo para o fim da sua ditadura.

Ou talvez, S. Thomas More o possa explicar melhor:


2 comentários:

Anónimo disse...

olá...

Não sou comunista, nem ando lá perto. Mas hoje apeteceu-me cantar o Grândola Vila Morena. Apeteceu-me cantar pelos muitos que já perderam a casa, pelos que já se suicidaram e pelos que não têm pão. Por estes cortes e cargas fiscais cegas...

Sou católica, mas não aguento mais ver tanta injustiça social! Apetece-me dizer a cada politico: "Cala-te, homem... respeita-nos."

Alma peregrina disse...

Cara Filha de Maria:

Claro que tem toda a razão! E eu dou-lhe razão, no que diz respeito à injustiça social.

Do meu post: "Eu até sou simpatizante com algumas das propostas destes movimentos. Também eu acho as propostas da troika um atentado à Solidariedade e à Subsidiariedade, também eu creio que as dívidas soberanas devem ser perdoadas, também eu creio que o actual sistema económico é injusto e usurário."

E em vários posts do meu blog tenho vindo a denunciar as medidas deste Governo... bem como a crueldade de certos agentes financeiros.




Isso não muda o facto de estes movimentos antitroikanos terem tido um comportamento deplorável.

E que eles não são aliados de confiança para nós.

Pax Christi