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Ano da Fé

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quinta-feira, 10 de junho de 2010

GABRIEL GARCIA MORENO (1821-1875)


Dia de Portugal... o dia de uma Nação com um Passado glorioso, uma herança vastíssima e uma antiguidade invejável. Um dia que, portanto, me entristece... dado o panorama actual desta mesma Nação. A corrupção generalizada da classe dirigente. As engenharias sociais implacáveis e intraváveis. O imediatismo económico monotemático. A apatia popular e a alienação das bases...
Seria preciso haver homens bons e convictos que aceitassem tomar as rédeas deste país e tentassem, não sem sacrifício próprio, mudar este panorama.
Infelizmente, o último homem bom e convicto que eu julgava existir nos altos cargos da Nação, morreu politicamente para mim há algumas semanas atrás. Instrumentalizou o Papa e o meu voto, para, na altura mais crítica, lavar as mãos à Pilatos e me dizer que as minhas convicções não valiam uns cifrões.


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Aproveito este sentimento e este feriado para iniciar uma rubrica do meu blog... apresentar aos meus leitores algumas pessoas menos conhecidas para a população, mas que são verdadeiros Tesouros da nossa Igreja.


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Gabriel Garcia Moreno nasceu e cresceu no Equador... um país que, na altura, encontrava-se numa situação muito similar à nossa, mergulhado numa profunda crise económica e transformado paulatinamente e demagogicamente à imagem e semelhança da cartilha de um tal Partido Liberal.


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Fruto de uma educação católica ortodoxa, Moreno formou-se em Teologia e Direito. Chegou a pensar numa vocação sacerdotal, mas os interesses mundanos levaram-no a dedicar-se à Política. E, na verdade, foi eleito Presidente da República em 1861.


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É verdade que algumas das políticas de Garcia Moreno violam o princípio da laicidade, pelo que não me revejo nelas. Mas também é verdade que, não embarcando no laicismo anticlerical, Moreno foi o único Chefe de Estado a cumprir o seu papel, condenando a apropriação dos Estados Pontificais pelos italianos (uma agressão injustificada ao Papa, outro Chefe de Estado). Também é verdade que Moreno foi mais laico que muitos laicistas, não desejando alterar a mentalidade do povo que o legitimava, mas respeitando-a e fomentando-a. E também é verdade que Moreno exerceu o seu mister antes de a Igreja ter articulado a sua Doutrina Social (na qual se inclui o princípio da laicidade)... tendo, ainda assim conseguido antecipar muitos dos princípios desta Doutrina Social.


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Garcia Moreno não tinha medo nem vergonha da sua religião católica, nem de a professar em público, nem de usar as suas convicções católicas para orientar as suas políticas... tal como o povo o tinha eleito para fazer. Assinou uma concordata com o Beato Papa Pio IX. Devolveu à Igreja as terras que lhe haviam sido confiscadas. Permitiu a entrada no Equador de religiosos estrangeiros (até então banidos do país). Consagrou o Equador ao Sagrado Coração de Jesus. Aboliu a escravatura. Proibiu as casas de prostituição. Implementou políticas de moralização e reinserção social que reduziram eficazmente a criminalidade. Promoveu a igualdade de todos os cidadãos, independentemente da sua classe e grupo étnico. Condenou a conquista dos Estados Pontifícios pelo Rei Vitor Emanuel. Usou a matriz cultural e religiosa do seu povo como suporte da estabilidade nacional, em vez de considerar essa matriz como inimiga ou acessória do seu projecto político.


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Mas Garcia Moreno não foi um político que usou o seu cargo unicamente para proselitismos, esquecendo o bem-estar material da Nação. Nem foi um político fundamentalista, que pretendia ver o seu povo na ignorância para se eternizar no Poder.
Não... esses eram epítetos dos progressistas, dos seus adversários políticos. Garcia Moreno, muito pelo contrário, foi um grande impulsionador da Educação e das Ciências. Abriu 300 escolas primárias, tendo alargado a escolaridade a mais 24.000 estudantes. Criou 2 colégios politécnicos e agrícolas. Reformou as universidades, tornando-as pioneiras na investigação científica. Abriu um observatório astronómico e uma conservatória de música.

Também abriu hospitais em todas as cidades, reformou o exército, construiu caminhos-de-ferro e auto-estradas, estendeu o telégrafo... enfim, modernizou a sua Nação, no verdadeiro sentido da palavra.

É que, para o Presidente Moreno, não havia qualquer conflito entre a "Ética da Responsabilidade" e a "Ética da Convicção".


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Mas... e a economia? Não estava o Equador quase falido quando o Presidente tomou posse? Estas reformas todas... não agravaram ainda mais a crise? Não. Na verdade, durante as presidências de Garcia Moreno, a dívida externa do Equador foi liquidada. Onde foi ele buscar o dinheiro? Diminuindo os ordenados? Não, estes aumentaram. Aumentando os impostos? Não, estes diminuíram. Outrossim, retirou o Equador da penúria ao acabar com a corrupção e ao eliminar cargos e gastos inúteis por parte dos Estado...

... porque não há melhorias económicas numa sociedade sem ética, digam o que disserem.


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Muitos foram os feitos deste homem... e o Povo, reconhecido, reelegeu-o por duas vezes. Infelizmente, todas estas reformas valeram-lhe muitos inimigos. Na Festa da Transfiguração, enquanto saía da Catedral, o Presidente Moreno foi assassinado, provavelmente a mando da Maçonaria. Enquanto tombava, Garcia Moreno contemplou os seus algozes e clamou: "Eu morro , mas Deus não morre (¡Dios no se muere!)"... Enquanto recebia a Extrema-Unção aos pés da Catedral, o padre pediu-lhe que perdoasse ao seu assassino. Moreno já não conseguia falar, mas acenou com os olhos, dizendo que já o fizera. Já após a sua morte, encontraram no seu bolso o livro "A Imitação de Cristo".


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Finalizo com uma citação de Moreno, a resposta pronta que ele dava aos que o acusavam de se valer hipocritamente do seu catolicismo para seu ganho político:

"Hipocrisia consiste em agir de forma diferente ao que se acredita. Logo, os verdadeiros hipócritas são os homens que têm Fé, mas que, por respeito, não se atrevem a pô-la em prática."



Mais informação sobre o Presidente Garcia Moreno podem encontrar-se aqui, aqui, aqui e aqui.

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