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Ano da Fé

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domingo, 31 de janeiro de 2010

CITAÇÃO DO MÊS

"Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados.
Vivei no Amor, assim como Cristo nos amou e Se entregou a Deus por nós

(...)

Quanto à fornicação, à impureza sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém aos santos.

(...)

Ninguém vos seduza com vãos discursos.

(...)

Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo

As mulheres sejam submissas aos seus maridos, como ao Senhor.
Pois o marido é a cabeça da sua esposa, como Cristo, Salvador do Corpo, é a Cabeça da Igreja.
Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres aos seus maridos.

Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela. Assim, Ele a purificou com a agua do Baptismo e a santificou pela Palavra, para apresentar a Si mesmo uma Igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, nem qualquer outro defeito, mas santa e imaculada.
Portanto, os maridos devem amar as suas mulheres como aos seus próprios corpos.
Quem ama a sua mulher, está-se amando a si próprio.
Ninguém odeia a sua própria carne. Pelo contrário, nutre-a e cuida dela, como Cristo faz com a Igreja.
Por isso, o homem deixará pai e mãe e unir-se-á à sua mulher e os dois serão uma só carne.

Este mistério é grande, em relação a Cristo e à Igreja.

Portanto, cada um de vós ame a sua mulher como a si mesmo e a mulher respeite o marido."

S. Paulo Apóstolo
in Epístola aos Efésios 5:1-3, 6, 21-33

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

UMA VERDADE INCONVENIENTE

"Desde a Criação do Mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o Seu sempiterno Poder e Divindade, tornam-se visíveis à inteligência, por Suas obras; de modo que [os pagãos] não se podem escusar. Porque, conhecendo a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças. Pelo contrário, extraviaram-se em vãos pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato. Pretendendo-se sábios, tornaram-se estultos. (...) Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador (...) Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a Natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario. Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno."
.
Rm 1:20-28


Esta passagem da Bíblia é apenas uma das muitas que condenam a homossexualidade como algo de pecaminoso e imoral. É, de facto, uma das passagens mais citadas quando se pretende demonstrar que a Bíblia, de facto, condena a homossexualidade.

Todavia, estas palavras encerram uma profundidade que raramente é devidamente explorada. É certo que, de um ponto de vista bíblico, a homossexualidade é fonte de imoralidade e eu não nego isso. Contudo, não é só isso que aqui é dito. Em boa verdade, esta passagem bíblica não retrata apenas a homossexualidade como fonte de imoralidade, mas também como consequência da imoralidade. E isto é muito pouco notado, pelo que achei por bem trazer isto à vossa reflexão.

Deste modo, se no post anterior me dirigi às pessoas com orientação homossexual, é-me chegada a altura de me dirigir às pessoas com orientação heterossexual, nomeadamente as que professam a religião católica e se sentem atingidas pela imoralidade sexual galopante da nossa sociedade. Já se apontaram muitos dedos às pessoas com orientação homossexual (algumas vezes justamente, outras vezes injustamente), mas é ensurdecedor o silêncio com que os comportamentos imorais das pessoas de orientação heterossexual são tratados, mesmo pela Hierarquia.









O que nos diz o Apóstolo S. Paulo na epístola aos Romanos?

Que o poder de Deus se reflecte nas coisas visíveis, pelo que é possível intuir a Sua presença na Sua Criação. Mesmo aqueles que não O conhecem ou não acreditam n'Ele podem reconhecer a bondade daquilo que Ele ordenou na forma como Ele o ordenou.

É o caso da sexualidade. Não é preciso ser-se cristão ou teísta para compreender que a sexualidade é algo de belo. E não é preciso ser-se cristão ou teísta para que se verifique que a sexualidade se encontra ligada a algo de igualmente belo como seja o "milagre da vida". A sexualidade é, por assim dizer, a embaixadora entre o Amor e a vida que é dada a cada um de nós. Tal como Deus é Amor e nos deu misteriosamente a vida, também cada um de nós é (ou deveria ser) fruto do Amor de seus pais, através dos caminhos misteriosos do sexo.

De igual modo, não é preciso ser-se cristão ou teísta para se perceber que a dissociação da sexualidade da procriação vai ter efeitos inevitáveis na nossa perspectiva diante da Vida humana. Porque a sexualidade é dos encontros mais íntimos que há, obriga a que os seus intervenientes se exponham a uma grande vulnerabilidade... vulnerabilidade essa que apenas pode ser colmatada diante de uma confiança mútua sólida. Além disso, como cada um de nós é fruto de uma relação sexual, as alterações nos conceitos sexuais vão modificar a nossa auto-imagem e a imagem que temos dos outros e da Humanidade...










Acontece que temos vindo a evoluir precisamente nesse sentido. Sem dúvida que hoje em dia vivemos um período de profunda imoralidade sexual. Perdemos aquela visão da beleza que Deus atribuiu à sexualidade... à sexualidade toda e não apenas uma parte dela. Hoje em dia, dá a sensação que a sexualidade não tem um objectivo procriativo... é possível procriar artificialmente para além dos limites da fecundidade biológica e tem-se relações sexuais como se a concepção de uma nova vida fosse apenas um acidente indesejável. Parece que a sexualidade não é procriativa, apenas unitiva... na verdade, em certos casos, nem sequer isso é... algumas vezes, a sexualidade é apenas recreativa.

Neste contexto, é natural que surjam actos homossexuais. Tal como o Apóstolo S. Paulo profetizou. Pois claro! Se a sexualidade não possui qualquer objectivo procriativo, se serve apenas para satisfazer a minha líbido e/ou para estreitar relações humanas, então é perfeitamente natural que as pessoas com orientação homossexual olhem para nós e digam-nos: "Então, por que não posso eu ter relações homossexuais, se me sinto orientado para isso? Por que é a homossexualidade imoral?"

Quando a maioria dos casais apresenta o seu casamento apenas como um namoro amadurecido e institucionalizado... sendo que a geração de filhos é perfeitamente secundária ou até dispensável... é natural que os pares homossexuais se sintam discriminados e achem que nós estamos simplesmente a açambarcar direitos que os excluem sem uma razão lógica!


Esta é uma verdade inconveniente: não é possível afirmar que a dissociação da sexualidade, matrimónio e procriação é moralmente aceitável...
... enquanto se condenam os "casamentos" homossexuais como imorais!
É incoerente! E é esta a raiz! É esta a raiz do problema! Do problema dos "casamentos" homossexuais e de tantos e tantos outros problemas que nos afligem...




Começou-se por se dissociar a sexualidade da procriação... não havia mal nenhum nisso! Pelo contrário, era benigno e desejável, um direito social que nos introduzia numa nova era de modernidade e responsabilidade.

Não demorou muito até que a sexualidade se dissociasse também do casamento, porque a procriação exige um núcleo familiar estável que a sustenha. Deste modo, a fornicação (o termo cristão para o eufemisticamente chamado "sexo pré-marital") deixou de ser uma excepção e tornou-se cada vez mais comum, até ao ponto de ser perfeitamente generalizada e aceite hoje em dia.

Entretanto, já que o casamento e a sexualidade não se encontravam intrinsecamente conectados, desapareceu um dos cimentos de estabilização matrimonial. Já que sexo e casamento já não se implicavam mutuamente, então era perfeitamente lógico que não houvesse diferença nenhuma entre sexualidade pré e pós-matrimonial. É possível manifestar o meu afecto total sem ter de assumir um compromisso? Sendo assim, para quê casar? E nasceram as uniões de facto!

E, sendo assim, o que há de novo no casamento? A fornicação é excitante, mas após o casamento o sexo arrefece... Deste modo, o que é que os casais fazem dentro do matrimónio que não possam fazer fora dele? Partilham chatices! O casamento não consegue corresponder às expectativas geradas pelo namoro! E a nossa taxa de divórcio sobe até aos 50%!

É claro que muitos casais ultrapassam esta dificuldade ao "apimentarem" o seu casamento. E, desta forma, dissociam o casamento ainda mais da sexualidade, pois começam a fomentar toda uma série de casos extra-maritais. Cresce o adultério... e aqui, não me refiro ao adultério oculto que sempre existiu, mas ao adultério por consentimento mútuo e tolerado por todos, como os swings e orgias afins.

Continuando com a dissociação entre sexualidade e procriação, temos que se foi instalando uma mentalidade contraceptiva na nossa psique colectiva... O casamento encontrava-se ferido e fragilizado, pelo que foi deixado à mercê das propagandas ideológicas que o qualificavam de "opressivo" e "obsoleto". O casamento deixou de ser uma forma de auto-realização pessoal e passou a ser visto cada vez mais como um fardo. Foi aumentando a quantidade de pessoas que não se pretendiam casar... não porque quisessem devotar a sua vida a algo mais elevado que o casamento (como, por exemplo, o sacerdócio)... mas porque o casamento não lhes permitia viver uma vida como elas a desejavam. O que lhes permitia viver a vida como elas a desejavam era a contracepção. A contracepção é que era "libertadora". A contracepção é que fornecia "empowerment". A contracepção apropriou-se do prestígio que dantes cabia ao casamento.

Portanto, não é de estranhar que cada vez mais pessoas tenham relegado o casamento para segundo plano, enquanto perseguiam a auto-realização que dantes aí adquiriam. Antes da contracepção, os filhos eram uma benção e o trabalho servia para sustentar uma família. Após a contracepção, o trabalho (a carreira, entenda-se!) passou a ser uma benção superior aos filhos... os filhos é que se tornaram um estorvo. O trabalho produz riqueza que nos permite disfrutar melhor a vida... enquanto os filhos consomem essa riqueza e essa fruição.

Se os filhos são um estorvo, o melhor é investir noutras coisas, reproduzirmo-nos o mínimo possível, aproveitarmos a vida para nós próprios, partilhar o Amor com poucas pessoas para que sobre mais para nós! Isto, aliado a uma série de factores económicos e sociais, levou a um inverno demográfico que gera pobreza porque já não é possível sustentar a nossa Segurança Social.

Desta mentalidade segundo a qual os filhos são um estorvo... desta mentalidade é que nasceu o aborto, o pior de todos os males que eu vou enumerar. E por que não seria assim? Afinal de contas, o Planeamento Familiar, essa instituição tão prestigiada nos nossos dias, trabalha exclusivamente no sentido de evitar os filhos! As consultas em que os casais decidem ter os filhos geralmente não são consultas de Planeamento Familiar!

E há mais... como a dissociação da sexualidade da procriação conduziu inevitavelmente à dissociação da sexualidade do casamento, surgiu que muitas crianças passaram a ser geradas em contextos incapazes de as sustentar!

Como a fertilidade passou a ser controlada ao milímetro por métodos que são sempre falíveis (por muito eficazes que sejam), surgiu que muitas gravidezes passaram a ser "não planeadas". E de uma gravidez "não planeada" a uma gravidez "indesejada" vai uma distância muito curta.

Se a contracepção era boa (e instalou-se o dogma segundo o qual a contracepção era inevitavelmente boa) e se havia casais para quem a contracepção falhava... então surgiam situações de injustiça. Casais que, por mero azar, não podiam aceder aos benefícios de outros casais... e que, deste modo, se viam com um filho indesejado nos braços. Era necessário corrigir essa injustiça! Mesmo que, para o fazer, fosse necessário minar os Direitos Humanos que pertencem a todos, independentemente de já terem nascido ou não!

Daí surgiu a necessidade de legalizar o aborto! Que passou a chamar-se eufemisticamente "interrupção voluntária da gravidez"! Pela primeira vez em milénios, a Medicina era posta ao serviço da destruição de bebés! Pela primeira vez em séculos, a pena de morte era reintroduzida em Portugal! Pela primeira vez em décadas, a sociedade ocidental sofria um retrocesso civilizacional generalizado nos seus valores mais nobres, nos Direitos Humanos, discriminando arbitrariamente com base no tempo de gestação! E hoje, já cinquenta mil crianças pereceram impune e legalmente, com os dinheiros públicos e a indiferença de todos nós!


Dizem-nos que a melhor forma de combater o aborto é aumentar a disponibilidade de contracepção. Mas a contracepção é que tornou o aborto necessário! Antes disso, esperava-se que a sexualidade se confinasse ao casamento e que o casamento gerasse filhos! A contracepção quebra esta cadeia, originando uma hostilidade ao elo final dessa mesma cadeia: os filhos...


A dissociação da sexualidade do casamento conduziu, por sua vez, à dissociação da sexualidade do amor. Porque não há maior acto de amor do que um compromisso sólido e perene. Para muitos, as relações sexuais passaram a ser fonte apenas de prazer mútuo, não exigindo qualquer compromisso que não fosse o consentimento de ambas as partes. Em boa verdade, chegou-se ao cúmulo da dissociação da sexualidade da própria pessoa humana, com o advento e generalização da pornografia!

Entretanto, como os Direitos Reprodutivos se sobrepunham aos Direitos Humanos, era fundamental ensiná-los nas escolas de forma obrigatória, não fossem as gerações futuras perder essa força "civilizadora" quando os nossos eruditos se esterilizassem até à insignificância demográfica. Ensinou-se os jovens a explorarem a sua sexualidade. Disseram-lhes que todo o tipo de desvios sexuais era normal e que eles não se deveriam reprimir. Distribuiram contraceptivos à revelia dos pais, mantendo tudo em sigilo... Depois vinham dizer-nos que isso iria previnir gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis. Como se fosse possível suprimir males derivados de uma sexualidade irresponsável, enquanto se promove uma sexualidade irresponsável, ou enquanto se diz que não é possível ter uma sexualidade responsável, ou enquanto se apregoa que uma sexualidade responsável é uma sexualidade irresponsável com uma menor probabilidade de originar consequências! É como dizia o Apóstolo S. Paulo: "pretendendo-se sábios, tornaram-se estultos". Para quem já sobrepunha os Direitos Reprodutivos aos Direitos Humanos, não foi difícil sobrepôr os Direitos Reprodutivos aos direitos da criança à inocência, ou aos direitos dos pais escolherem a melhor educação para os filhos!


E eis que chegamos aos dias de hoje. O casamento é ridicularizado, ignorado e criticado. Apenas relações intrinsecamente estéreis se sentem impelidas a aceder-lhe, na esperança de usar a pouca dignidade que resta a esta instituição para escaparem ao estigma social. A rejeição de Deus fez com que homens e mulheres se "inflamassem com desejos pouco naturais"... a dissociação da sexualidade da procriação produziu os chamados "casamentos" homossexuais.

Mas se pensam que as coisas se vão ficar por aqui, estão enganados! Muito enganados! Esta estratégia seguida pelas pessoas com orientação homossexual servirá de precedente para muitos outros que desejem ver assim legitimados os seus fétiches. Veja-se aqui, aqui, aqui, aqui, e aqui.


O que eu disse em tantas palavras, S. Paulo disse-o em poucas e a Igreja Católica também, sem nunca vacilar.





Começamos por dissociar sexualidade da procriação, o que levou à dissociação da sexualidade do casamento, o que levou à dissociação da sexualidade do amor. Por sua vez, conjugamos muitas coisas de forma indiscriminada. Confundimos sexo com amor. Confundimos amor com paixão. Confundimos amor com luxúria. Confundimos amor com afecto. Confundimos amor conjugal com outras formas de amor. Confundimos tolerância com respeito. Em súmula, é uma confusão e ninguém consegue tirar um sentido racional que consiga orientar isto tudo! Logo, relega-se a sexualidade para o domínio da subjectividade e deixa-se que cada um faça como gosta!



A Família desagrega-se, as crianças sofrem, o país empobrece...

E, no entanto, bastava uma única coisa para que tudo retornasse ao sítio certo! Bastaria uma única mudança para que tudo encaixasse numa ordem racional e gratificante!

Mas essa é a única mudança que a maior parte das pessoas não estão dispostas a levar a cabo!

É o único tema fracturante contra o qual não se insurgem!

É o único dogma consensual relativamente à sexualidade!

O princípio da dissociação da sexualidade da procriação!

E nós não estamos dispostos a abdicar disso, não por causa de qualquer razão tangível... mas por conveniência...

Sim. É verdade que a contracepção é extremamente conveniente. Em boa verdade, a muitos parecerá simplesmente impossível viver sem ela! E eu acredito que para muitos implicaria um grande esforço, sobretudo quando se começam a sentir na pele os efeitos da recessão económica ou as exigências do mundo laboral...

Todavia, o caminho cristão não é suposto ser um caminho fácil!

As tentações são tentadoras! Extremamente tentadoras! Senão, não seriam tentações...

A única forma de sair da actual crise moral e económica é construindo uma sociedade solidária e generosa...

... mas a solidariedade e a generosidade não se gera espontaneamente do chão.

Constrói-se.

Constrói-se em casa. Começa na família. É um dever de todos, absolutamente todos. Se alguém se escusa, todos os outros se vão sentir no direito de o fazer e aí já não chegamos a lado nenhum.



É na Família que as gerações futuras têm o primeiro contacto com a sabedoria, a ciência e o conhecimento. São os pais os primeiros professores dos adultos do amanhã. Também é na Família que as crianças aprendem a cidadania, o cumprimento das regras, os princípios da salutar justiça. É na Família que as crianças são educadas para o respeito hierárquico e na melhor forma de participarem numa comunidade e de aí terem uma voz activa. A Família é um incentivo à produção de riqueza e à poupança dos dinheiros ganhos. É a Família quem vai incutir à criança os seus valores morais e religiosos. E é na Família que as crianças vão desenvolver primeiramente a sua identidade, é aí que se vão desenvolver socialmente, é aí que vão sentir que pertencem...

A Família é, portanto, a primeira Escola. O primeiro Tribunal. A primeira Assembleia. O primeiro Banco. A primeira Igreja. A primeira Nacionalidade. A primeira Comunidade.
Se ensinarmos às nossas crianças, pelo exemplo, que a Família é algo que apenas serve para nossa gratificação e que se deve moldar às nossas opiniões e caprichos, sem nunca implicar sacrifícios pessoais... então as nossas crianças, adultos do amanhã, irão ter essa perspectiva em relação a tudo, seja a Educação, a Justiça, a Política, a Economia, a Religião, a Nação. E, dessa forma, não será possível construir essa sociedade solidária e generosa que todos nós sonhamos. Em boa verdade, sem crianças, nem sequer haverá sociedade solidária e generosa, porque não haverá sociedade no futuro...

Não é possível escaparmos ao destino a que condenamos a Família! Não importa o quão humildes sejamos! Todos nós somos responsáveis por ela...

A Família não deve ser aquilo que qualquer um julga que ela é ao sabor dos seus gostos e prazeres...

A Família deve ser o refúgio do Amor e da Vida...

E a Sexualidade é o elo de ligação entre esses dois elementos.

Não é redutor associar a sexualidade à procriação! O facto de ambas estarem associadas, não exclui o carácter unitivo e (sim! porque não?) o carácter recreativo da sexualidade! O que é redutor é viver uma sexualidade puramente recreativa, sem função unitiva ou procriativa. Ou uma sexualidade puramente unitiva, sem função procriativa.


Porque uma sexualidade unitiva é uma sexualidade com Amor!

E o Amor não se partilha pelo número mínimo de pessoas possível, na esperança de que assim sobre mais "amor" para os intervenientes!

Isso é pensar egocentricamente e o Amor nunca é egocêntrico!

O Amor é difusivo!

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Deseja espalhar-se para o máximo número possível de pessoas!

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Não pensa em si próprio, mas nos outros!

É uma falácia acreditar que uma sexualidade procriativa exclui uma sexualidade unitiva! A procriação é, na verdade, o expoente máximo da união! É a Encarnação do Amor que se partilhou!

E o Amor não rejeita o compromisso... pelo contrário, cresce nele. Negar o compromisso é deixar a pessoa amada numa situação de fragilidade! Que Amor aceita uma situação tão intolerável?

O Amor evolui! Evolui lentamente até florescer no Casamento... e depois frutifica!



Só quando voltarmos a colocar o Amor, o Casamento, a Sexualidade e a Procriação nos seus devidos lugares, encaixados como peças de um lindo puzzle... só aí deixaremos de ser bombardeados com temas fracturantes e com imoralidade de todo o género! Mesmo que continuem a haver pessoas a praticar actos homossexuais ou outros actos sexuais imorais... essas pessoas irão olhar para o Casamento e saberão, intuitivamente, que há diferenças entre essa instituição e as uniões que eles partilham! E, deste modo, deixarão em paz esta instituição da qual todos nós dependemos para a nossa sobrevivência social!
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A única coisa que eu peço é uma hipótese... uma hipótese para os belos ensinamentos da Igreja nesta temática. Que estes ensinamentos sejam lidos com atenção, estudados e meditados antes de serem rejeitados ou criticados. Foi exactamente isso o que eu pedi às pessoas com orientação homossexual. Penso que é um pedido justo...







Jesus Cristo mostrou-nos que só através da Cruz é possível a Vida! Não nego que será difícil seguir estes ensinamentos... diria até que será extremamente difícil! Mas só na doação completa e incondicional aos outros será possível transformarmo-nos!

Esta é uma Verdade inconveniente!

Mas é a única que pode salvar o nosso Povo desta Babel sexual!

Teremos a coragem necessária de seguir o "caminho estreito"?

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CARTA ABERTA ÀS PESSOAS COM ORIENTAÇÃO HOMOSSEXUAL

Esta missiva é dirigida a todos os meus irmãos e irmãs com orientação homossexual (bem como a todos os meus irmãos e irmãs que, por convicção honesta e sede de justiça, apoiam a causa LGBT) …

Escrevo-vos estas palavras porque nos encontramos, neste momento, numa encruzilhada… uma encruzilhada civilizacional. O caminho que Portugal vai tomar, a escolha que esta nação vai fazer, vai marcar de forma duradoura a nossa sociedade futura.

Quer acreditem, quer não, eu compreendo a vossa vontade de darem este passo.
Ser-se católico (verdadeiramente católico, fiel a todos os ensinamentos da Igreja, sem excepção) também não é muito bem visto na actual sociedade, repleta de filosofias anticlericais e hedonistas.
Quer acreditem, quer não, eu sei muito bem o que é ser ostracizado, o que é ser marginalizado porque se é diferente. Sei o azedume que nos preenche o coração quando as pessoas nos apontam e têm medo de nós. Sei como nos fere quando temos de esconder aquilo que somos, quando temos de “permanecer no armário”, sob pena de sermos ridicularizados ou de que nos caiam em cima.
Sei que magoa.

E é precisamente por isso, que eu me sinto confortável ao dizer-vos isto… aquilo que vós estais a buscar, não é a solução que tanto ansiais! Aprendi, à custa de tudo o que vivi, a não temer nem odiar ninguém. Por isso, peço-vos, não apelideis a minha pessoa de “homofobia”. Não tenho medo de vós, nem vos odeio. Muito pelo contrário, é por amor a vós, amor sincero e fraternal, que eu me sinto na obrigação de vos interpelar em vez de me remeter a um cómodo silêncio nesta matéria…

Explicarei as minhas razões para me opor à equiparação das uniões homossexuais ao estatuto de casamento. Para isso, dividirei esta carta em duas partes: numa primeira, dirijo-me aos irmãos e irmãs com orientação homossexual que partilhem comigo a fé católica; numa segunda fase, dirijo-me a todos, católicos ou não…





Aos católicos, eu digo:
Também eu tive a minha quota-parte de rebelião aos ensinamentos da Igreja Católica no que diz respeito a assuntos sexuais (embora nunca tenha tido orientação homossexual). Também eu ouvi as proibições da Igreja em certas matérias e também eu encolhi os ombros pensando: “Tá bem, tá! Isso é impossível de se praticar!”. E, para me confirmar ainda mais no meu pecado, tinha ao meu dispor uma série de “sexólogos” e “especialistas na matéria” que me diziam exactamente o que eu queria ouvir: “É saudável! É inevitável! Para quê reprimirmo-nos?” Também eu pensei que era possível ser-se católico e escolher as doutrinas que me serviam, rejeitando as que eram demasiado difíceis ou que eu considerava absurdas…

Ao fazê-lo, não compreendi que estava a sacrificar a coerência dos meus valores. Era jovem e agia irreflectidamente! A doutrina é uma só. Aplica a mesma lógica a todos os temas. A Igreja defende o que defende em matéria de sexualidade, porque defende o que defende em matérias económicas e de solidariedade social, ou porque defende o que defende na conduta moral no que diz respeito ao perdão e à paz.
Eu sei que isto que vos disse não vos faz sentido… É preciso que vós deixeis de filtrar a realidade pela estreiteza das vossas lentes mentais modernistas. É preciso que rejeiteis todos os vossos preconceitos do séc. XXI e vos abrais à eternidade, às coisas perenes e imutáveis.
É fundamental que abrais a vossa mente.

Eu entendo que vós não vos sentis à vontade na Igreja. Sentis que não há um lugar para vós, que as pessoas vos põem para fora. Infelizmente, isso ainda é uma realidade, por culpa de muitos leigos e até de muitos sacerdotes. Mas quero que saibam: essas pessoas não estão a aplicar os princípios da Igreja às suas vidas. Pois que, no parágrafo 2358 do seu Catecismo, a Igreja Católica ensina todos os cristãos a tratarem os irmãos com orientação homossexual com “respeito, compaixão e delicadeza”, evitando todo o “sinal de discriminação injusta”.

No entanto, o mesmo Catecismo condena os actos homossexuais como “intrinsecamente desordenados” (§2357). E uma das justificações para isso é a de que estes comportamentos “fecham o acto sexual ao dom da vida”, pelo que não podem “proceder de uma complementaridade afectiva e sexual verdadeira”.

Poderá parecer-vos que estas considerações são muito duras e que contradizem o outro parágrafo. Não é o caso. Como eu já disse, a lógica da Igreja é apenas uma.
Bem vedes como os ditos cristãos que violam o parágrafo 2358 destroem a solidariedade da Igreja para convosco.
Pois bem, os actos homossexuais também destroem a solidariedade.
Enquanto a sexualidade continuar a ser separada do dom da vida, não será possível estabelecer uma verdadeira solidariedade para com outros irmãos e irmãs que também são muito discriminados na nossa sociedade actual: as crianças não-nascidas.
A mentalidade tacanha e ultramoralista dos anti-parágrafo 2358 nega às pessoas de orientação homossexual um lugar na Igreja.
Mas a dissociação da sexualidade da procriação nega a milhares de crianças um lugar no Mundo.
Esse dilacerar que vós sentis no vosso coração, essas crianças sentem-no no corpo.

Se me permitis, irei continuar a falar um pouco mais sobre mim… Como eu vos disse, também eu me rebelei contra os ensinamentos da Igreja em matéria de sexualidade. Também eu me julgava mais aliviado, mas realizado na minha desobediência. Na verdade, não pensava muito nisso. Porque não havia outra forma de proceder, não havia outra forma de agir. Sentia, de facto, de vez em quando, um mosquitinho a zumbir-me na consciência, uma certa dissonância cognitiva em relação às outras coisas em que acreditava… mas, ei, que fazer? Não era possível ser-se outro! Não era possível!

Felizmente, a dada altura, apercebi-me de um terrível facto! Ao contrário do que eu pensava, eu não era livre! Porque ser-se livre é ser-se capaz de dizer “não”! E eu perdera a minha capacidade de dizer “não” ao meu pecado! De facto, o meu pecado conquistara uma porção substancial da minha vida… só então me apercebi de como era possível à Igreja falar tanto de “liberdade” e “amor” quando parecia advogar ensinamentos contrários à “liberdade” e ao “amor”. É que não era a Igreja que ia contra a minha “liberdade”… era o meu pecado que ia contra a minha “liberdade”. Ao afastar-me do meu pecado, a Igreja desejava que eu fosse livre!

A liberdade não se encontra na possibilidade de se satisfazer qualquer impulso sexual. A liberdade encontra-se em viver uma vida cristã e casta. Ou seja, uma vida em que a nossa sexualidade integra todos os aspectos do nosso Ser, não só os psicológicos e sociais, mas também os biológicos. E em que a nossa sexualidade não rejeita uma das suas possibilidades mais nobres e miraculosas: a possibilidade de colaborar com Deus na Sua Criação. Toda a sexualidade que se afaste disto, obriga os nossos corpos a mentir para satisfazer as ideias da nossa mente, por muito que estas se encontrem dissociadas da realidade. Não é possível encontrar a felicidade na mentira, a não ser uma felicidade ilusória que se desvanece assim que a mentira desaparece! É isso o Inferno!

Mas querem saber uma coisa? É possível! É possível ser-se casto! É possível transcender os nossos instintos! É possível seguir os ensinamentos da Igreja e, ainda assim, ser-se feliz e livre (se é que existe outra forma de se ser verdadeiramente feliz e verdadeiramente livre).

Não deixeis que vos enganem, mesmo que sejam sexólogos que se arroguem de uma grande sabedoria nestas matérias. Não deixem que uma elite vos diga aquilo que vós sois ou não capazes de fazer! É possível seguir o caminho cristão! Vede estes exemplos: aqui e aqui e aqui e aqui e aqui e aqui.
Mesmo no recente e polémico Parecer do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, este facto é reconhecido, nomeadamente nos parágrafos 7, 8 e 9.

E antes que me interpreteis mal, não penseis que me estou a referir a tratamentos psiquiátricos de reorientação sexual. Não digo que estes tratamentos sejam eficazes, tal como não digo que não sejam eficazes. Neste momento, não possuo informação nem formação suficientes para me pronunciar nesta matéria. E, de resto, não é importante para o que estou a tentar dizer-vos.

O que é realmente importante é isto:
Independentemente de ser possível ou não mudar a orientação sexual, há algo que é certo… os nossos comportamentos sexuais não estão contingentes dos nossos instintos. Não é por eu ter uma orientação heterossexual que eu me sinto obrigado a ter relações com qualquer rapariga que me atraia. Não. Eu sou um Ser Humano, um animal racional, com força de vontade e uma conduta motivada por coisas mais elevadas, como a honra e a castidade.

De igual modo, não é por vós terdes uma orientação homossexual que vós sois compelidos a agir de acordo com essa orientação. Não é por terdes uma orientação homossexual que vós estais condenados a serdes definidos por essa orientação. Não é por terdes uma orientação homossexual que a castidade se torna impossível.

Não estou a dizer que será fácil! Para mim, também não o foi! Mas Deus curou-me e ainda hoje eu Lhe agradeço todos os dias por esta liberdade transformadora que eu durante tanto tempo recusei para seguir uma “liberdade” falsa e falaciosa! Uma liberdade transformadora chamada “castidade”…

Talvez haja alguns de vós que consigam mudar a sua orientação homossexual. Talvez a maioria permaneça, em maior ou menor grau, com uma orientação homossexual para o resto das suas vidas. Isso interessa? Não! Todos os santos foram tentados pelo pecado, uns em maior grau, outros em menor grau. A cada um é dada a sua luta… o que importa é lutar sem nos rendermos às mentiras, às miragens de oásis, ao Inferno!

Até há uma década atrás, quem diria que seria possível traçar uma equivalência legal entre as uniões homossexuais e o casamento? Qualquer um diria que isso seria absurdo! E, no entanto, aqui estamos nós, a nossa Nação, prestes a fazê-lo! Tudo por causa da luta do lobby LGBT! Tudo por causa da luta de pessoas com orientação homossexual! Se vós quiserdes e vos unirdes, sois capazes de mudar o Mundo! Quereis convencer-me que é mais fácil mudar o Mundo do que mudar os vossos corações? Não. Isso só será verdade num coração obstinado! Deixai o vosso orgulho gay, o orgulho é o pai do pecado! Mudai os vossos corações… só depois devereis tentar mudar o Mundo… isto aplica-se a todos nós, homossexuais e heterossexuais, sem excepção!

Por isso, aquilo que vos proponho é o seguinte:
Não tenhais medo!
Abri as vossas mentes!
Estudai o que a Igreja realmente ensina (e não aquilo que vós julgais que ela ensina)!
Convertei-vos!
Abandonai os caminhos da perdição e preparai as veredas do Senhor!
Frequentai os Sacramentos, particularmente o da Reconciliação e o da Eucaristia!
Não vos apoquenteis se cairdes em tentação, mas levantai-vos e recomeçai do zero!
Não vos angustieis, porque o caminho do auto-aperfeiçoamento não é uma estrada sem solavancos… o caminho do auto-aperfeiçoamento é para vosso benefício, não para vos roubar a paz!
E orai!
Orai!
Orai sem cessar!
Entregai-vos à vontade de Deus e Ele cuidará sempre de vós!

Lutai pelo vosso lugar na Igreja de Deus! E não, não me refiro a tantas e tantas chamadas “associações de homossexuais católicos” cujo único objectivo é minar a Igreja Católica por dentro! Não! Eu refiro-me a uma verdadeira pastoral dedicada a vós! Um acompanhamento espiritual adequado a vós! Algo como o Apostolado Courage! Lutai contra a inércia tão típica da Igreja portuguesa, mesmo da sua hierarquia! Vós também tendes direito à salvação! Lutai por isso! Essa é uma luta legítima! Essa é que é uma luta que é agradável a Deus!





Agora, em relação a todas as pessoas com orientação homossexual, sejam ou não católicas:
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Não vos deixeis enganar!

Julgais que toda esta polémica da equiparação entre casamento e uniões homossexuais vai dar algum fruto benéfico? Acreditais mesmo que a união entre um homem e uma mulher não é especial? Que não é de especial utilidade para a sociedade?

Meus caros, se a vossa resposta a estas questões é afirmativa… se estas perguntas não vos fazem parar um pouco para pensar… então, infelizmente, fostes enganados pelas mentiras que o Mundo vos vendeu… Não vos deixeis ir na corrente, nesta corrente fatal tão prevalente na nossa sociedade, segundo a qual a Verdade é apenas aquilo que nós queremos que assim seja… Por favor, não deixeis que as vossas mágoas e os vossos desejos vos ceguem para a Verdade, a Verdade que está a vista de todos, absolutamente todos (e não só dos católicos).

Não se trata de uma questão religiosa. O casamento sempre foi uma união entre um homem e uma mulher. Mesmo para os pagãos gregos, mesmo para os muçulmanos árabes, mesmo para os confucionistas chineses, mesmo para os ateus soviéticos. Todos reconheceram o valor especial da união entre um homem e uma mulher em relação a todas as outras uniões. Por isso chamaram a essa união “casamento” e institucionalizaram-na.

Mesmo quando as relações homossexuais eram prática comum (como na antiga Roma, por exemplo), nem aí se equipararam essas relações a casamentos. É certo que, em certas ocasiões, se procederam a alterações no conceito de “casamento”… mas mesmo na época da poligamia, o casamento era uma união entre um homem e uma mulher (o que mudava era o número de casamentos que um homem podia contrair). É certo que houve alturas em que houve discriminações abusivas nos casamentos, impedindo-se casamentos interraciais, interreligiosos ou entre diferentes classes sociais… mas essas discriminações eram abusivas precisamente porque não alteravam o conceito de casamento… as diferentes raças, religiões e classes sociais não são importantes para a realização das funções conjugais, o que importa é que haja um “marido” e uma “esposa”… isso é que define um casamento, no sentido legal do termo. As uniões homossexuais, por seu turno, obrigam a reescrever completamente o conceito de casamento, atribuindo a um o estatuto de "cônjuge A" e a outro o de "cônjuge B".

O casamento é uma realidade objectiva. Tem uma concretização psicológica, emotiva e sexual, é certo. Mas também tem um fundamento biológico. Não pode ser alterado de ânimo leve, só porque realidades diferentes “parecem” iguais. Vivemos na sociedade do “parecer”, infelizmente. Uma sociedade em que o “parecer” é aquilo que é mais cómodo, mais fácil…

E é essa a mentira que vos venderam…

Porquê?

Pensem! Pensem bem pelas vossas cabeças!

Hoje, o Primeiro-Ministro tentou consagrar na Lei a equiparação do casamento às uniões homossexuais. Fê-lo com toda a desonestidade que o caracteriza, afirmando que este tema foi sobejamente debatido na campanha eleitoral (quando, durante a campanha eleitoral, ele tudo fez para silenciar este tema durante os debates) e que o Povo se pronunciou sobre o assunto (quando a maior parte das pessoas não orientou o seu voto de acordo com este tema). Fê-lo, atropelando todos os princípios democráticos, afastando um referendo popular legítimo, negando aos seus deputados a liberdade de votar de acordo com as suas consciências ou atribuindo diferentes estatutos aos seus deputados (uns puderam votar contra, outros não).

Fê-lo, sobretudo, depois de, na anterior legislatura, ter destruído exactamente aquilo que quis aprovar hoje!

Porquê?

Pensem!

Porque ele precisava do vosso voto!

Ele precisava que vós votásseis nele nas eleições legislativas passadas, com base neste mesmo assunto! Ele fez o vosso voto refém!

E ele precisava de vós agora, para desviar a atenção do país dos graves problemas económicos, do Orçamento de Estado, do desemprego, de toda a trapalhada que ele tem feito ao longo destes anos…

Por que está ele a pensar legalizar o “casamento homossexual”, mas não vos está a pensar dar o direito de adoptar crianças?

Não está ele a discriminar-vos? Não está ele a criar “casamentos de primeira categoria” e “casamentos de segunda categoria”? Não está ele a fazer exactamente aquilo que se propõe combater?

Então, porquê?

Será que é para cumprir fielmente o seu programa eleitoral (a mesma desculpa que ele deu para justificar o seu chumbo ao “casamento homossexual” na legislatura anterior)?

Vós conheceis Sócrates! Desde quando é que ele se preocupa em cumprir fielmente as promessas que faz ao eleitorado?

Será que ele quer adoptar uma solução de compromisso, que não choque demasiado os portugueses?

Vós conheceis Sócrates! Desde quando ele se preocupa em ser conciliador, em ser moderado, em negociar?

Então porquê?

Pensem!

Vós conheceis Sócrates!

Ele não quer que este assunto morra tão cedo!

Ele precisa do vosso voto nas próximas eleições! Ele precisa de outros pretextos, outros temas fracturantes, para distrair os portugueses quando lhe der jeito! Ele precisa de adiar a discussão da adopção, para rentabilizar ao máximo esta fonte de votos e interesse!

Ele está a aproveitar-se de vós!!!

Ele está a ganhar poder político a partir do vosso sofrimento!!!

Ele está a subornar-vos, a enganar-vos com mentiras doces e gentis, mas a sua alma apenas cospe veneno!!! Não bebais desse cálice!

E não julgueis que o Bloco de Esquerda ou o Partido Comunista Português são melhores!

Partidos fundados em ideologias que, no próprio séc. XX, foram as causas dos maiores crimes… partidos que perseguiram pessoas com orientação homossexual e as enfiaram em goulags? São esses os vossos aliados? É a essa gente que quereis que as gerações futuras vos associem? Julgais que este tipo de ideologias está realmente interessado em vós… Não estará mais interessado em usar-vos?

E, no entanto, são estas as forças políticas que usam os media, as escolas e todo o tipo de influências para propagar a ideia de que não há diferença entre casamento e união homossexual!

Se não fossem eles, quem se lembraria de tal coisa?

Quem entreteria um tal pensamento?

É uma mentira! E uma mentira que lhes dá muito jeito! Uma mentira que vos usa desavergonhadamente! Uma mentira que não trará qualquer benefício à sociedade, muito pelo contrário! Uma mentira típica de político, que só serve para ganhar umas eleições e depois as gerações futuras que se desenrasquem! Uma mentira criminosa!

Não vos deixeis enganar!

Só vós os podeis travar! Sois vós, vós, que tendes de ir para à rua e dizer às pessoas que não é verdade! Que essa corja não vos representa! Que não quereis ser utilizados para minar os alicerces da nossa civilização, os valores da nossa Pátria, o património sociocultural comum de valor inestimável que é a instituição do casamento! Não deixeis que seja em vosso nome!

Se fizerdes isso, esses políticos ficarão desautorizados... deixarão de poder justificar as suas demagogias aberrantes! Está nas vossas mãos! Sobretudo, nas vossas mãos!





Se, apesar de todas estas minhas palavras, quiserdes prosseguir nesse caminho, sois livres de o fazer (por muito daninho que seja). Mas peço-vos, por favor… ao menos deixai-nos ser livres também de discordar de vós e de proclamar estas verdades que expus nestas linhas.

Vós podeis não estar dispostos a escutar-me, mas pode haver alguém de entre vós que esteja. Pode haver alguém de entre vós que encontre a sua felicidade e a sua liberdade na prática da castidade… e em dar testemunho disso a todos, incluindo a vós! Não apoquentais essas pessoas, nem as persigais, tal como não desejastes ser apoquentados ou perseguidos! E não silencieis a Igreja, nem propagueis a falsidade de que é impossível segui-la … porque uma pessoa só é livre de escolher se tiver acesso a todos os lados da questão! E não trateis aqueles que discordam de vós como inimigos, nem lhes coloqueis rótulos de “homofóbicos”… pois também vós detestais ser rotulados.

Pelo tempo que perdestes a ler esta carta, se o fizestes de mente e coração abertos, eu vos agradeço!

Que Deus abençoe todos aqueles que O buscam honestamente!

domingo, 3 de janeiro de 2010

AS 7 MARAVILHAS DA IGREJA (início da votação)

Tendo terminado de apresentar todos os candidatos ao Concurso "As 7 Maravilhas da Igreja" (na verdade ainda não, porque acrescentei mais cinco candidaturas por conselho dos meus leitores... mas essas apresento-as posteriormente) vou agora iniciar a votação.

A votação irá ter 2 fases. Na primeira (até Agosto) todas as candidaturas estarão em jogo. Na segunda fase (de Agosto até Dezembro) só irão a votação as 15 candidaturas mais votadas na primeira fase.

Em cada votação, cada leitor tem direito a 7 votos. Aconselho cada leitor a, antes de votar, dar uma olhadela aos vários profiles das várias candidaturas.

Posto isto, toca a votar!

#35 - A CIDADE-ESTADO DO VATICANO


Trata-se de uma cidade-estado criada em 1929 com o Tratado de Latrão, tratando-se de um estado governado por uma monarquia sacerdotal em que o chefe-de-estado é o Papa, o bispo de Roma.
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Ao longo dos séculos, a Igreja Católica tentou por vários métodos (nem sempre com sucesso) manter a sua independência face ao poder temporal. Previamente, tal era assegurado pelos Estados Pontificais, territórios na Itália Central sob a administração do Papa e que foram doados à Igreja pelo Imperador Pepino III, pai de Carlos Magno. Quando a Itália foi reunificada e os Estados Pontificais conquistados, o Papa passou aproximadamente meio século aprisionado dentro das muralhas do Vaticano até à assinatura do Tratado de Latrão com o ditador Benito Mussolini.
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No entanto, o Vaticano já era tradicionalmente considerado o assento dos papas, desde que estes retornaram do seu exílio em Avignon. Isto porque terá sido na Colina do Vaticano que S. Pedro Apóstolo (o primeiro Papa) terá sido martirizado.
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Vários dos candidatos a este concurso encontram-se no interior da Cidade-Estado do Vaticano, nomeadamente a Arquibasílica de S. Pedro do Vaticano, a Capela Sistina e a Pietá de Michelangello, sendo que as Arquibasílicas de S. Paulo-Fora-de-Muros, de S. João de Latrão e de Sta. Maria Maggiore também se encontram na sua jurisdição. Também de menção são os lindíssimos Jardins do Vaticano e a importância cultural dos Museus do Vaticano.

#34 - CAPELA DOS SCROVEGNI


A Capela dos Scrovegni é uma igreja localizada em Pádua, Itália, tendo pertencido à rica família Scrovegni.

O seu humilde aspecto exterior contrasta fortemente com a riqueza do seu interior, que é o que torna esta capela uma das candidatas a este concurso... Todas as paredes interiores da capela foram pintadas por Giotto, o maior artista da Idade Média.

Os frescos retratam vários episódios da vida da Virgem Sta. Maria e de Jesus Cristo. Também existe uma parede retratando o Juízo Final. Estas pinturas representaram uma grande inovação para a época, por não serem ícones estáticos, mas aparecerem dinamicamente a contar uma história (à semelhança de uma história aos quadradinhos, sendo que as personagens se encontram pintadas em pura acção). Além disso, Giotto foi dos primeiros pintores ocidentais a pintar em três dimensões.

O azul turquesa invade toda a cena, atribuindo um ambiente etéreo e celestial à capela. Na verdade, não é de estranhar que esta tenha sido dedicada a Sta. Maria della Caritá, na Festa da Anunciação.

sábado, 2 de janeiro de 2010

#33 - SANTIAGO DE COMPOSTELA


Situada na Galiza, a Catedral de Santiago de Compostela é um dos principais pontos de peregrinação católica desde os tempos medievais. Segundo a lenda, a Península Ibérica teria sido evangelizada pelo Apóstolo S. Tiago, tendo o seu corpo sido transladado para esta localidade galega aquando da sua morte.
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Os famosos Caminhos de Santiago unem as várias localidades europeias a esta cidade de Compostela, culminando na Catedral românica dos séculos XI-XII d.C.


Nesta Catedral encontra-se um Panteão onde estão sepultados vários reis e personalidade importantes da Galiza. É ainda de salientar o Pórtico da Glória (constituído por três arcos românicos, um ao centro representando Jesus Cristo em Glória, outro à esquerda com a Parusia e ainda um outro à direita apresentando o Juízo Final) e o Botafumeiro (o maior turíbulo do Mundo).
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#32 - O SANTO SUDÁRIO

Trata-se de uma peça de linho, na qual se encontra retratada a figura de um homem com manchas de sangue em locais que sugerem a sua morte por crucifixão. Alegadamente, terá sido a mortalha que terá envolvido o Corpo de Jesus Cristo quando Ele foi sepultado.
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A Igreja Católica nunca se pronunciou formalmente acerca da veracidade da relíquia. Uma medição do Carbono-14 levada a cabo na década de 1980 data a peça à Idade Média, mas há quem ponha em causa a amostragem levada a cabo nesse ensaio científico. O que permanece ainda um mistério é a forma como a figura terá sido impressa no tecido, uma vez que não foram usados pigmentos nem qualquer outra técnica conhecida...



Independentemente de toda esta controvérsia, o Santo Sudário permanece como um símbolo de devoção piedosa à Sagrada Face de Jesus (formalizada como tal pelo Papa Pio XII), apresentando-se para muitos fiéis como uma forma de aproximação a Nosso Senhor.