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Ano da Fé

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

CITAÇÃO NATALÍCIA DO MÊS

"Christmas Eve I saw a stable, low and very bare,
A little child in a manger.
The oxen knew Him, had Him in their care,
To men He was a stranger,
The safety of the world was lying there,
And the world's danger."
Mary Elizabeth Coleridge
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Aproveito para desejar aos meus leitores uma continuação de um Santo e Feliz Natal
e um Próspero Ano Novo!!!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

UM CONTO DE NATAL (2)

UM CONTO DE NATAL

Curvado, mais pelo frio do que pelo peso da idade, caminhava apressado, arrastando os pés pela rua molhada, nem sequer sentindo que a água entrava pelos buracos dos sapatos já velhos e rotos.

Fosse esse o seu pior mal!

Tinha perdido a noção das horas e dos dias já há muito tempo, mas esta noite ele sabia qual era, e uma profunda tristeza juntava-se ao desespero da sua vida.

Era noite Natal, não tinha dúvidas, pois bastava olhar para as pessoas que por ele passavam, para perceber isso mesmo. Enquanto caminhava naquela noite fria e chuvosa, a memória transportou-o para uma sala, onde uma lareira grande aquecia a casa e os corações à sua volta.
Mesmo ao lado da lareira o presépio, feito com todo o esmero, com musgo como deve ser, e com as figuras tradicionais que representavam aquilo que deviam representar.
No canto esquerdo da sala, a árvore de Natal, simples e discreta, porque devia ser o presépio a ocupar o lugar de destaque. Por baixo da árvore, embrulhos de todas as cores e feitios, os presentes de Natal.Não tinha a certeza, mas pareceu-lhe que, por debaixo da barba por fazer há tanto tempo, um sorriso se tinha aproximado dos seus lábios.

Pieguices, pensou ele, coisas do passado que já não voltam!

Mas isso obrigou-o a recordar a sua infância no Natal em casa dos seus pais, à volta do presépio, e a voz profunda do seu pai repetindo todos os anos:Se deixarmos Jesus nascer nos nossos corações e se com Ele vivermos, nada nem ninguém nos pode tirar a paz e a alegria, e Ele nunca nos deixará sozinhos.

Tretas, disse ele entre dentes, tretas, basta bem olhar para mim!

Lembrou-se então que tinha seguido o conselho do seu pai durante uns anos.
O curso acabado, o primeiro trabalho, a primeira empresa, o seu casamento, a filha e o filho, a casa boa e a boa vida, uma aparente felicidade e a certeza de que nada lhe faltaria.
Algures durante esses anos afastou-se do conselho do pai e Jesus deixou de fazer parte da sua vida, embora, claro, comemorasse o Natal, tentando dar sempre os melhores presentes, até para mostrar como estava bem na vida.

E depois veio aquele ano terrível!
As finanças entraram em colapso, as encomendas deixaram de existir, deixou de haver dinheiro para os ordenados e finalmente os bancos exigiram o pagamento dos valores que tinha pedido para investir na empresa.Num instante viu-se na rua, sem empresa, sem casa, sem nada e com uma vergonha impossível de suportar.
O mundo tinha-se abatido sobre ele e nada nem ninguém o podia ajudar!Achava-se um nada, um ninguém, uma vida sem sentido e só a falta de “coragem” é que o impedia de pôr fim à vida.

Um dia não podendo suportar mais a vergonha, afastou-se definitivamente da família, dos filhos, e embrenhou-se na rua, onde passou a viver da esmola, da caridade, dos expedientes de momento, sem qualquer rumo, sem qualquer sentido, esperando apenas que a morte o levasse.

Tinha desistido de si próprio!

Tinha reparado como esta vida de rua, onde andrajoso e sujo agora vivia, podia transformar um homem em coisa nenhuma.Havia pessoas que ele conhecia e passavam por ele na rua e, se ao princípio lhe parecia que o evitavam, rapidamente começou a perceber que agora nem o reconheciam, aliás, era um sentimento como se não existisse, ou seja, viam-no, mas era como se ele fosse transparente.

Já não havia nada a fazer, já não era ninguém, já não tinha sequer existência!

Lembrou-se então, nem percebia porquê, do conselho do seu pai, e pensou na sua miséria:Será que se eu tivesse continuado a deixar nascer Jesus no meu coração, e a viver com Ele todos os dias, agora estaria melhor? Seria verdade que Ele estaria sempre comigo, até aqui na rua onde estou?

Voltou-lhe ao pensamento a frase que há um pouco tinha sussurrado entre dentes:
Tretas, basta bem olhar para mim!

Mas levado não sabia bem porquê, num murmúrio para si, quase desafiou Jesus dizendo:
Olha Jesus, hoje é noite de Natal. Por aqueles tempos em que Te segui arranja lá qualquer coisa que me faça sentir melhor!
Riu-se de si próprio, pensando que agora já não estava apenas só e sem nada, agora também estava louco!
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Continuou a caminhar apressado, pois sabia bem que a carrinha daqueles jovens que lhes levavam à noite, comida e bebida quentes, devia estar a chegar ao sítio do costume, e ele queria ser dos primeiros, para ainda ter de beber e de comer.

Chegou enfim ao local quase ao mesmo tempo em que a carrinha aparecia, e reparou que felizmente ainda estavam poucos colegas de infortúnio à espera da distribuição da comida e da bebida.
Olhou para a carrinha e reparou que eram dois rapazes e duas raparigas que faziam a distribuição, mas logo desviou o olhar, porque se tinha vergonha de tudo, dos jovens ainda pior, talvez porque apesar de tudo, sentisse que lhes estava a dar um mau testemunho de vida, a eles que afinal ainda tinham a vida toda pela frente.
Aproximou-se de cabeça baixa e recebeu das mãos de uma das jovens uma caneca fumegante e um pedaço de pão com carne.

A jovem disse-lhe então com uma voz suave:
Ao menos olhe para mim!
Num momento fugaz levantou a cabeça de olhos fechados, com vergonha, e baixou-a imediatamente, afastando-se rapidamente do local.

Não tinha dado três passos sentiu uma mão no ombro e ouviu uma voz que lhe dizia agora mais insistentemente, quase numa súplica:
Olhe para mim!

Havia naquela voz algo familiar que o levou a levantar a cabeça e olhar nos olhos da jovem que lhe tocava. Nesse momento ouviu outra vez aquela voz que lhe atingiu o coração, e dizia agora repassada de tristeza e alegria ao mesmo tempo:
Pai, ó pai, és tu?!

Deixou cair tudo no chão, pois aqueles braços apertavam-no de tal maneira que ele não podia quase respirar.Abraçou-se a ela também, tremendo, a garganta seca, não o deixava proferir palavra.Ouviu então novamente a voz da sua filha que lhe dizia:
Anda pai, vamos para casa. Temos estado todos os dias à tua espera!

Aquelas e aqueles que ali estavam à volta daquela cena, podiam jurar que naquele momento tinham ouvido um coro celestial que cantava: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados!

Autor: Joaquim Mexia Alves
Tirado do blog Que é a Verdade?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O NASCIMENTO DE CRISTO


É um filme de 2006, mas que ainda assim recomendo para esta quadra natalícia (o DVD está à venda e deve encontrar-se, por esta altura, em qualquer loja da especialidade). Trata, nada mais, nada menos, do que a já conhecidíssima estória do nascimento de Cristo. Ainda assim, filmada de uma forma magistral e original.


Aquilo que mais me atrai neste filme é a forma como as personagens são retratadas de uma forma tão humana e realista. Realmente, raramente nos damos conta das questões e dúvidas que deverão ter cruzado as mentes da Virgem Sta. Maria e de S. José quando estes se preparavam para ser os pais do próprio Deus!


Outro ponto a favor deste filme: ao contrário do que é costume em filmes deste género, S. José não é uma figura apagada... A própria Maria aparece mais como uma figura secundária do que S. José (o que não lhe retira o protagonismo do filme, uma vez que ela é indispensável para todo o enredo... e isso até está mais de acordo com a humildade dela).


Além disso, é possível visualizar de forma muito humana a construção da relação conjugal entre Maria e José, sem que isso ponha em causa o dogma da Perpétua Virgindade de Maria (o que, infelizmente, é moda nos filmes modernos).


É perceptível para as crianças, mas ao mesmo tempo contém referências teológicas complexas e enriquecedoras (a omnipresente passagem do Profeta Elias ou o ataque da serpente).




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Em resumo... um must para ver em família nesta época natalícia. Recomendo!

#31 - A IGREJA AZUL

Localizada na cidade de Bratislava na Eslováquia, é um igreja construída no início do séc. XX no estilo secessionista húngaro.

O seu verdadeiro nome é Igreja de Sta. Isabel, porque foi consagrada a Sta. Isabel da Hungria. No entanto, é chamada "Igreja Azul" devido à sua aparência interior e exterior.

sábado, 19 de dezembro de 2009

#30 - ARQUIBASÍLICA DE STA. MARIA MAGGIORE


Uma das 4 arquibasílicas (juntamente com a de S. Pedro do Vaticano, S. Paulo Fora-de-Muros e S. João de Latrão) onde apenas o Papa pode celebrar a Missa, é também a única basílica romana que preserva, no seu seio, a sua estrutura original. Foi dedicada à Virgem Sta. Maria pelo Imperador Libério, no suposto local do milagre de Nossa Senhora das Neves. De acordo com a lenda, um rico casal romano decidiu usar dos seus bens para construir uma basílica dedicada à Virgem Sta. Maria, tendo pedido inspiração divina àcerca do local da construção. O casal e o papa terão sonhado com um nevão no Monte Esquilino que se terá realmente concretizado em Agosto de 352 d.C.. É aí que foi construída a arquibasílica.










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Na Cripta da Natividade (bem por baixo do altar) encontra-se um relicário que, supostamente, contém fragmentos da manjedoura onde o Menino Jesus repousou. Nessa cripta também se encontra sepultado S. Jerónimo, que traduziu a Bíblia para Latim.

Também se encontra nesta basílica o Salus Populi Romani, um ícone da Virgem Sta. Maria que terá sido pintado por S. Lucas Evangelista e que terá salvo a população romana de uma terrível epidemia de Praga.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

#29 - IGREJA DE STA. BRIDGET

Localizada em New Jersey nos E.U.A., esta igreja pouco conhecida é uma explosão arquitectónica de cor e beleza.
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Foi construída no séc. XIX no estilo gótico e é exemplo de uma grande vitalidade, albergando um centro de educação religiosa infantil e juvenil, um centro-de-dia e um centro de retiros.

#28 - CAPELA SISTINA


É uma das capelas mais conhecidas do Mundo, sendo a capela principal do Palácio Apostólico, ou seja, da residência oficial do Papa no Vaticano. O nome da capela provem do papa que a mandou erigir: Sisto IV. Mas foi no pontificado do Papa Júlio II que esta capela adquriu o motivo por detrás da sua fama: as pinturas do virtuosíssimo Michelangello Buonarroti.

Essas pinturas mais famosas são as pinturas do tecto (representando várias cenas do Génesis) e da parede por detrás do altar (que mostram o Juízo Final). No entanto, nas paredes da Capela Sistina também se encontram pinturas de grandes vultos renascentistas como Perugino, Boticelli e Ghirlandaio.

É nesta capela que se dá o Conclave, nos quais os cardeais aí reunidos e encerrados elegem um novo papa. No entanto, na maior parte do tempo, esta capela encontra-se aberta a todos aqueles que a desejem visitar.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

#27 - IGREJA DO SANTO SEPULCRO


Erigida no local onde se pensa que Jesus Cristo terá sofrido a Sua crucifixão e morte, bem como o local onde Ele terá sido sepultado (o Santo Sepulcro) e, consequentemente, onde se terá dado a Sua ressurreição. Todos estes acontecimentos são centrais para a fé cristã, tendo estes sítios sido metas de peregrinações desde tempos imemoriais...
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Esta igreja foi mandada construir pelo Imperador Constantino I. Diz a lenda que a sua mãe, Sta. Helena, terá descoberto a Santa Cruz aquando das escavações para a construção deste templo.


Tal como a Igreja da Natividade, a Igreja do Santo Sepulcro não se encontra somente sob a administração dos católicos romanos, mas também dos ortodoxos e dos arménios. Na verdade, esta igreja é o local onde se encontra o trono do Patriarca Ortodoxo de Jerusalém. A maior parte das capelas e locais de culto (representativos dos vários passos da Paixão de Cristo) são partilhados pelas várias igrejas cristãs, sendo a parte católica cuidada por irmãos franciscanos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

#26 - SAINTE-CHAPELLE



Trata-se de uma capela localizada na Île de la Cité, em Paris, França. Foi construída no estilo gótico pelo famoso rei francês S. Louis IX, para albergar umas relíquias que o monarca teria comprado ao Imperador Latino de Constantinopla (entre as quais se contavam a Coroa de Espinhos de Jesus Cristo, a Imagem de Edessa e um fragmento da Santa Cruz).












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Deste modo, pode-se considerar a Sainte-Chapelle como uma espécie de gigantesco relicário real.












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No entanto, aquilo que mais caracteriza e celebriza este monumento são os seus esplêndidos vitrais, que ocupam uma vasta área das paredes do edifício.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

#25 - TEMPLO EXPIATÓRIO DA SAGRADA FAMÍLIA


Trata-se de um dos monumentos mais emblemáticos da cidade de Barcelona. Foi iniciado em 1882, no estilo neogótico mas as desavenças entre os principais arquitectos encarregados pelo projecto fez com que este fosse assumido pelo famoso António Gaudi (que então tinha apenas 31 anos). A partir daí, o templo foi reformulado para um desenho modernista, sendo considerado por muitos como o expoente máximo da arquitectura deste movimento artístico. Infelizmente, a construção deste imponente lugar de culto ainda hoje se encontra inacabada...

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Este templo é mais conhecido pelas suas
torres características, de perfil parabólico, que simbolizam (ou simbolizarão quando estiverem todas terminadas) os 12 apóstolos, os 4 evangelistas, a Virgem Sta. Maria e Jesus Cristo.


Este templo é também muito conhecido pela decoração minuciosa e excêntrica das suas fachadas (destacando-se a Fachada da Natividade, a Fachada da Paixão e a Fachada da Glória) e os seus pórticos (o Pórtico da Fé, o Pórtico da Esperança e o Pórtico da Caridade).
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É um monumento que demonstra como a Igreja é bela, mesmo à luz da modernidade, e que entre esta e aquela não existe nenhuma inimizade intrínseca.







terça-feira, 8 de dezembro de 2009

PARABÉNS, BLOG!!!

Hoje, dia da Imaculada Conceição, este blog faz precisamente 1 ano. Foram 365 dias, 143 posts, 3630 visitas e algumas horas de dedicação eheheh... mas acho que valeu a pena. Apesar de, na maior parte das vezes, não ter o número de comentários que gostaria ter, a verdade é que acho que o meu blog teve um certo sucesso (quanto mais não seja, a nível pessoal). Por isso, além de festejar esse grande dom de Deus que foi a Virgem Imaculada, cooperadora na nossa Salvação, filha do Pai, mãe do Filho, esposa do Espírito Santo, nossa intercessora contra o Mal... tenho mais um motivo para festejar este dia. TRAGAM O BOLO!!!

Vamos todos juntos assoprar a velinha, desejando mais um ano de evangelização que, Deus permita, possa contribuir para a construção cristã de uma Cultura de Vida e de Liberdade.

Fffffffffffuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu...

Aproveito para renovar os votos que fiz há precisamente um ano... e também para renovar a consagração deste blog à Virgem Sta. Maria, Imaculada Conceição, bem como aos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo. Além disso, faço uma nova consagração deste blog, desta feita ao Arcanjo S. Gabriel e a S. Cristovão, santos da minha devoção, para que eu possa, como eles, anunciar a Boa Nova e levar Cristo a quem d'Ele necessitar.
















A TODOS OS MEUS LEITORES E COMENTADORES, UM MUITO OBRIGADO!!!

A CRUZ DOS MINARETES

Aqui há tempos, os suiços votaram em referendo uma alteração constitucional que visa proibir a construção de minaretes (ou seja, as torres das mesquitas que assinalam os momentos de oração dos muçulmanos e os convocam para as suas cerimónias religiosas). Contra todas as previsões, essa proibição ganhou o referendo com 57% dos votos.

Em relação a este assunto tenho duas achegas a dar...

Em primeiro lugar, compreendo a atitude dos partidários da proibição. De facto, o Islamismo tem vindo a crescer na nossa população europeia, quer por via migratória, quer por via demográfica. Os suiços temem a perda da sua identidade religiosa, nacional e étnica perante um assoberbamento muçulmano da sua população. E, sobretudo, temem a imposição da Lei Sharia no seu código legal comum, a fim de agradar a uma minoria (o que já começa a suceder em certas partes do Reino Unido, por exemplo).

Compreendo, sobretudo, porque conheço alguns aspectos da teologia islâmica e sei que ela é propensa a certos impulsos violentos e bélicos.

Deste modo, pouco após o seu nascimento, o Islão expandiu-se pela conquista, tendo formado um Império que abarcou todo o Médio Oriente, o Norte de África, a Península Ibérica, a Turquia, os Balcãs e partes consideráveis da Europa e do sub-continente Indiano.
Desde então, os países sob a Lei Sharia têm tido picos de intolerância religiosa, com perseguições de várias ordens. Ainda hoje, há países cuja religião oficial é a islâmica, nos quais 1) é proibida a prática do ateísmo e do paganismo, 2) nos quais os judeus e os cristãos apenas podem praticar a sua religião se pagarem um imposto especial (constituindo uma classe marginalizada denominada "dhimmis"), 3) nos quais a construção ou restauração de templos de religiões não-islâmicas é estritamente vedada e 4) nos quais um muçulmano não pode converter-se a outra religião sem incorrer na pena de morte.
Ainda na época moderna, é frequente ver os muçulmanos em guerra com a grande maioria das religiões mundiais (contra os cristãos americanos e europeus no Afeganistão, contra os judeus em Israel, contra os hindus em Caxemira, contra os budistas na Tailândia, contra os ateus na U.R.S.S. e mesmo uns contra os outros como, por exemplo, entre as facções sunita e xiita no Iraque).
E não nos podemos esquecer de que os principais responsáveis da maioria dos atentados terroristas actuais (incluindo o 11 de Setembro em Nova York, o 11 de Maio em Madrid e o 7 de Julho em Londres) fazem-no em nome da sua religião muçulmana.

Portanto, esta islamofobia é um medo que surge como uma reacção natural aos vários acontecimentos históricos que se desenrolaram a nível mundial. Todavia, o facto de este ser um medo natural, não o torna um medo legítimo.


Todos conhecem a Suíça como um exemplo de tolerância. Trata-se de um país que conseguiu manter a neutralidade diante de várias guerras que varreram a Europa (tendo até conseguido ganhos económicos consideráveis com essa neutralidade). No entanto, eu, nos meus escassos anos de vida, já tive ocasião de perceber que não há pessoas mais intolerantes do que aquelas que vendem gratuitamente uma imagem de "tolerância". Isso aplica-se aos modernistas, mas também se pode aplicar aos suiços. E a prova está precisamente no resultado deste referendo dos minaretes (que, se não me engano, é o primeiro desta ordem na Europa a dar prosseguimento a uma limitação objectiva da liberdade religiosa dos muçulmanos).

Se formos a ver a própria história da Suiça, vemos um país fundado na intolerância religiosa. A Suiça, como hoje a conhecemos, foi criada por Calvino, um reformador protestante que criou em Genebra uma comunidade com as suas próprias leis subordinadas à sua teologia. Uma comunidade que, assim, passou a estar ghettizada numa espécie de isolacionismo europeu, que "convidava a sair" todos os que não se identificassem com a recém-adquirida identidade nacional. Não houve, em toda a história da Reforma Protestante, maior perseguição aos católicos do que na Genebra de Calvino. Além disso, não foram só os católicos. Segundo uma associação judaica, há um século, os suiços proibiram por via referendária o ritual judaico de matar animais, a fim de persuadi-los a afastarem-se do país.

E é claro que não nos podemos esquecer que estes argumentos usados contra os muçulmanos podem muito bem ser usados contra nós, católicos, pela crescente onda laicista que vem varrendo a Europa (vide a recente proibição dos crucifixos na escola pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos).

Ora, se os muçulmanos consideram a presença de um minarete como fundamental para o seu exercício religioso, eu não me oponho. Na verdade, oponho-me a qualquer oposição a esse direito fundamental que é o direito à liberdade religiosa. Esse é um Direito Humano e que, como tal, é inalienável, mesmo perante uma maioria popular democrática.

Em última análise, não me posso esquecer de um poema do Pastor Martin Niemöller, um protestante que viveu na Alemanha nazi:


"Na Alemanha eles prenderam primeiro os comunistas
e eu não os defendi porque não era comunista.
Depois, eles prenderam os sindicalistas
e eu não os defendi, porque não era sindicalista.
Depois, eles prenderam os judeus
e eu não os defendi, porque era cristão.
Depois, eles prenderam os católicos
e eu não os defendi, porque era protestante.
Depois, eles vieram prender-me
e já não restava ninguém que me pudesse defender..."

TENHAM VERGONHA!!!

Quando o Presidente Cavaco Silva vetou a Lei do Divórcio, afirmando que uma tal lei serviria apenas para aumentar a conflituosidade e para desproteger os mais vulneráveis, não faltaram "progressistas" a apontar-lhe o dedo, afirmando que o Sr. Presidente desconhecia as realidades do país. Típico! Mas um observador atento e neutro notará que geralmente são os chamados "progressistas" que são oriundos de uma elite intelectual com pouco contacto com as realidades do país, que legislam do alto das suas torres de marfim ideológicas e teóricas acerca de assuntos e iniciativas que nunca seriam gerados por iniciativa popular espontânea. Diziam esses "progressistas" que a Lei do Divórcio era fundamental para evitar conflituosidades em casamentos que já estavam condenados a priori, simplificando um processo penoso...


Agora, passado um ano, parece que o objectivo dos "progressistas" fracassou rotundamente. O processo do divórcio não foi simplificado, antes pelo contrário tornou-se mais contensioso. Veja-se aqui e aqui. Na verdade, no Expresso deste Domingo era relatado até um caso que me chocou: um homem que, tendo fugido para Inglaterra para viver com uma amante, tentou usar esta lei injusta para impôr o divórcio à sua legítima mulher (confirmando assim os receios do Sr. Presidente Cavaco Silva). Ora, a esposa usou os subterfúgios da nova lei para criar novos obstáculos, exigindo uma indemnização... e fez muito bem!


Os "progressistas" estão constantemente a apontar os dedos aos católicos, afirmando que nós somos uns reaccionários incapazes de evoluir perante as transformações sociais (transformações essas que, recorde-se, são geradas pelos próprios "progressistas") e que somos incapazes de compreender o género humano. Todavia, não somos nós que ignoramos factos simplicíssimos acerca da natureza humana e do seu funcionamento.


Nós sabemos muito bem que o Homem é um ser caído, maculado pelo Pecado Original. Ou seja, temos uma atracção para practicar o Mal, embora desejemos o Bem. Portanto, o Homem criou uma série de mecanismos que visam ajudá-lo a ultrapassar esta tendência natural para o egoísmo, permitindo-lhe viver em sociedade. Um desses mecanismos é precisamente, o contrato. O contrato, contraído livremente, tem como objectivo vincular definitivamente duas vontades entre si, com benefícios mútuos que não podem ser cessados sem o consenso de todas as partes.


Ora, é portanto óbvio que permitir que um contrato seja cessado unilateralmente irá produzir situações de injustiça... e, em última análise, irá tornar inútil a própria existência do contrato.


Este erro é tanto mais gritante, quando se aplica a um contrato institucionalizado pelo próprio Estado que legisla no sentido da sua irrelevância. E mais gravoso ainda quando esse contrato é o garante do qual toda a sociedade depende para o seu rejuvenescimento. Refiro-me, é claro, ao Casamento.


A função do Estado não é tornar um contrato institucionalizado o mais facilmente dissolúvel, ao sabor das mais efémeras paixões dos contraentes. Se o Estado institucionaliza esse contrato, deve dignificá-lo, buscando que seja um contrato sério contraído por pessoas com vontade de o fazer vingar. E, se houver ruptura de um tal contrato, deve atribuir a culpa onde a culpa é devida, para que o(s) responsável(eis) por essa ruptura não possa(m) ser beneficiado(s).


Tudo isto sabem os católicos e os "progressistas" ignoram (ou fingem ignorar). Tal como ignoram que manter este curso de acção irá também perpetuar a actual crise económica a longo prazo. Com esta Lei do Divórcio, o Sr. Primeiro Ministro continua a gerar pobreza para lá da sua geração e continua a hipotecar a nossa já tão frágil Segurança Social.

Perante isto, o que diz a bancada socialista? Que é necessário mudar alguns aspectos da Lei, mas que o essencial se mantém! Não aprenderam nada?! Quando vão assumir os vossos erros?! Tenham vergonha!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

SUGESTÕES NATALÍCIAS

O Natal não é só consumo... é também uma época do ano de reflexão sobre o verdadeiro significado da Solidariedade e da Fraternidade. E de uma prática em conformidade com essa reflexão. Aliás, há por aí muitas iniciativas meritórias precisamente com esse objectivo. Assim, sugiro que, sem abandonar a bela tradição de oferecer presentes aos nossos entes queridos, abandonemos ainda assim o consumismo e ofereçamos um presente que realmente valha a pena.

Além disso, os presentes não se restringem apenas a coisas materiais. Uma palavra contra a corrente também pode ser um presente com um grande significado. Sobretudo se fôr uma palavra dita em prol daqueles mais pequenos a quem ninguém dá voz. Como disse o Mestre: "Tudo o que fizestes a estes meus irmãos mais pequeninos, foi a Mim que o fizestes" (Mt 25:40). Deste modo, aproveitemos esta época privilegiada para reflectirmos seriamente nisto:



Claro que não nos podemos também esquecer que a cada segundo que passa morre também uma criança vítima de um abortamento provocado (e tantas outras sofrem por causa da destruição da célula familiar à mercê de certas ideologias sem consciência nem escrúpulos).
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Unamos a nossa voz e manifestemos a nossa revolta a favor destes mais pequeninos. Quem achar estas situações intoleráveis pode assinar a petição da FAO, a Manhattan Declaration e a Declaração de Zaragoza (cujos links deixarei também na barra lateral do meu blog).


Finalmente, não nos podemos esquecer daquilo que torna esta época verdadeiramente especial. É Natal, a festa em que celebramos a presença de Jesus Cristo no meio de nós. Já basta de desvirtuarmos o significado desta festa (o mesmo significado que nos traz a Solidariedade e Fraternidade que são causa deste post) com símbolos de materialismo consumista e hedonista. Não tenhamos vergonha das raízes cristãs deste feriado! Para quê ter um Pai Natal alpinista ou uma Árvore de Natal a adornar-nos a fachada da casa, quando podemos ter um Menino Jesus?

São apenas algumas sugestões que achei por bem trazer à vossa consideração!
:)


Bom Advento!