Cavaco Silva tem baseado toda a sua presidência numa cuidadosa higiene da sua imagem, mesmo que em detrimento do bem-estar do país que ele jurou proteger.
É nesta tentativa de agradar a gregos e troianos que se explica que o Sr. Presidente tenha recebido o então Papa Bento XVI em Fátima numa 5ª feira e estivesse, na 2ª feira seguinte, a aprovar a equiparação legal das uniões homossexuais a casamento.
O facto de o Sr. Presidente ter usado o Papa para se fazer passar por bom "católico" é desprezível, sobretudo quando tal acto foi feito, sobretudo, com o propósito de obter protagonismo político.
É, por isso, que me sinto apreensivo quando o Sr. Presidente diz, ainda que por gracejo, que "a sétima avaliação da troika foi inspiração de Nossa Senhora de Fátima".
É mais uma instrumentalização envergonhada da religião, que em nada dignifica Nossa Senhora!
Porque, mantermo-nos aprovados pela troika significa que forças externas à nossa Pátria (forças essas que são ateias, pagãs ou pseudo-cristãs) continuem a impor-nos uma cartilha capitalista contrária à sã doutrina, sacrificando os pobres para alimentar os agiotas e usurários.
Duvido que Nossa Senhora de Fátima inspirasse medidas que ferem os pequeninos de quem ela é mãe de uma maneira especial.
Por outro lado, será que Cavaco Silva vai ouvir a inspiração de Nossa Senhora de Fátima quando for para vetar a iníqua lei da co-adopção por uniões homossexuais?
Ou será que, nessa altura, vai voltar a arranjar desculpas cobardes tipo "A ética da responsabilidade"?
É que, de outro modo, se é para deixar Nossa Senhora de Fátima em paz quando ela é parte interessada (enquanto paladina da Família instituída por Deus e Mãe da Igreja e de Portugal)...
... então também se deve deixar Nossa Senhora de Fátima em paz para coisas com as quais ela decerto nada teve a ver.
... então também se deve deixar Nossa Senhora de Fátima em paz para coisas com as quais ela decerto nada teve a ver.
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