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Ano da Fé

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domingo, 24 de março de 2013

COMEÇOU CEDO...

O Papa Francisco, mercê da sua postura humilde, ainda não recebeu o mesmo tratamento pelos nossos gurus da (des)informação que o desafortunado Papa Emérito Bento XVI. Isto acontece porque, com as suas atitudes enternecedoras e desapegadas, o Papa Francisco refuta com o seu exemplo o velho argumento "Ai e tal, e a riqueza do Vaticano" que os anticlericais gostam de lançar no ar sempre que querem dizer à Igreja "Não sei como refutar o que dizes, portanto cala-te!". Os media sabem isso e sabem que não podem atacar o Papa Francisco da mesma maneira, ou estariam a dar um tiro nos pés.

No entanto, este Estado de Graça mediático é muito frágil, uma vez que o Papa Francisco é, de resto, ortodoxo (nomeadamente nas questões sexuais). Coisa que os media abominam, como é bem sabido (e como eles não se coibiram de dizer logo após a eleição com os seus comentários "muito boa escolha, mas...").

Por isso, é natural que os media já tenham tentado o seu beijo de Judas, lançando no ar a acusação de que o Papa Francisco tinha sido cúmplice com uma ditadura argentina, nomeadamente no rapto de 2 padres.

Nada a que não estejamos habituados. Afinal de contas, logo após a eleição de Bento XVI surgiu o libelo de que ele tinha sido nazi na sua juventude. Isto apesar de ele, quando recrutado à força, ter desertado com risco da sua vida. Apesar de ele ter visto o seu irmãozinho deficiente a ser "eutanasiado" pelas tropas alemãs. Apesar de todos os jovens serem obrigados por lei, naquela altura, a pertencer à Juventude Hitleriana. Apesar de Bento XVI ter feito, durante o seu pontificado, várias intervenções antinazis (incluindo uma visita a Auschwitz).

Não importou. Bento XVI ficou indelevelmente marcado com a etiqueta "nazi", que uma vez mais os anticlericais gostavam de lançar sempre que queriam dizer: "Não sei como refutar o que dizes, portanto cala-te!"

Ora, felizmente, esta difamação do Papa Francisco não teve muitas pernas para andar. Porque já tinha sido refutada quando ele ainda era Cardeal Bergoglio. Foi uma mentira lançada por um jornalista esquerdista chamado Horacio Verbitzky e foi imediatamente rebatida com uma chamada à secção argentina da Amnistia Internacional, que negou o envolvimento do cardeal nesse evento abominável.

Na verdade, o Cardeal Bergoglio, longe de abandonar os padres foi enfiar-se na boca do lobo para os salvar. Pediu a um padre que celebrava a Eucaristia de forma privada ao líder da junta militar para dizer-se doente. Depois foi substituí-lo, para poder falar ao general e interceder junto dele pelos 2 padres.

Para terminar, eis que vem a público um dos padres raptados e que, alegadamente, tinha sido abandonado por Bergoglio. Ele próprio afirma que a dita cumplicidade de Bergoglio nesse episódio é mentira.

É claro que, se fosse outra pessoa (que não os media) a tecer este tipo de considerações sobre outra pessoa (que não o Papa) haveria lugar para um pedido de desculpas... e até para litígio. Mas não será assim. E como os media podem dizer o que querem impunemente (só os outros é que espalham "desinformação"), já vieram defender-se dizendo que, embora o Cardeal Bergoglio não tenha sido cúmplice da junta militar... não foi um opositor suficientemente forte.

E agora deixamos a fase "Bento XVI" da difamação e entramos na fase "Pio XII". Se o Papa não foi, afinal cúmplice de uma ditadura que reprimia brutalmente os dissidentes, então foi culpado de não ser reprimido brutalmente. Este blog tem um excelente texto a explicar por que motivo essa lógica é cobarde e errada.

Ou seja, mais uma vez, os media mentiram. O pontificado do Papa Francisco não vai ser fácil, simplesmente as hostilidades vão estar mascaradas sob um véu agridoce de hipocrisia passivo-agressiva.

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