Obrigado, Papa Bento XVI!
Obrigado pela sua contribuição inestimável para o Concílio Ecuménico do Vaticano II.
Obrigado por, quando se sentia cansado e com vontade de viver os seus últimos anos em paz, ter aceite o chamamento de Deus para ser Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé. Obrigado por ter protegido a Verdade, que tão atacada tem sido, e sem a qual o Homem está perdido.
Obrigado por, quando se sentia cansado e com vontade de viver os seus últimos anos em paz, ter aceite o chamamento de Deus para ser Papa, o Papa da Igreja, o Papa de cada um de nós... o Papa meu.
E obrigado por ter aceite o chamamento de Deus para resignar, a bem da Igreja, liderando pelo exemplo o valor do desprendimento e da humildade.
Obrigado por ter cuidado do seu antecessor, o Beato Papa João Paulo II, quando esteve estava frágil e doente. E obrigado por ter cuidados de todos nós, católicos, quando o seu antecessor estava frágil e doente.
Obrigado pelos livros que escreveu, verdadeiros veículos da Graça que me trouxeram às riquezas previamente desconhecidas que a Ortodoxia encerra.
Obrigado por ter aceite, serenamente como Cristo, tantas difamações, tantas incompreensões, tantas piadas de mau gosto, tanta malícia. Sei que, para uma pessoa introvertida e inteligente e sensível, não foi fácil.
Obrigado por se ter mantido firme na Doutrina, fiel à sua missão, mesmo quando todo o Mundo o condenava por isso. Obrigado por não ter cedido à Esquerda, nem à Direita. Obrigado por não ter cedido aos cismáticos ultratradicionalistas nem aos hereges progressistas.
Obrigado pelas encíclicas, verdadeiras pérolas de Sabedoria. Obrigado por ter explicado, com tanta cultura e tanta simplicidade, as virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade), bem como a vida de Cristo.
Obrigado por ter demonstrado diante de todos a perfeita compatibilidade entre Fé e Razão... e por, no caminho, ter demonstrado a irrazoabilidade daqueles que idolatram a Razão, sem dela fazerem uso.
Obrigado pelas suas corajosas e firmes decisões no que diz respeito à pedofilia na Igreja, quer enquanto Papa, quer enquanto Prefeito. Obrigado por ter combatido incansavelmente esse flagelo, motivo de escândalo para tantos fiéis. Obrigado por ter estendido as mãos às vítimas, tentando reconciliá-las com Deus. E obrigado por ter feito todas essas coisas, apesar de não ter recebido o respeito que lhe era justamente devido, apesar de ser difamado como cúmplice.
Obrigado por ter estabelecido pontes de diálogo com as outras religiões, sem no entanto entrar num sincretismo amorfo e acristão. Obrigado por ter aproximado os católicos dos membros da SSPX, dos ortodoxos orientais e dos muçulmanos.
Obrigado por ter deixado uma Igreja maior do que aquela que recebeu... em África, na Ásia, na América do Sul, nas antigas paróquias anglicanas. Um verdadeiro milagre do Espírito Santo, que tanto contraria os costumeiros palpiteiros pós-modernos... que a Igreja tenha crescido, embora se tenha mantido fiel a si mesmo.
Obrigado pelas viagens cansativas, nomeadamente a este pequeno jardim à beira mar plantado, à minha Pátria, para honrar Fátima. Obrigado pela canonização do nosso S. Nuno de Santa Maria.
Obrigado por ser humilde, generoso, sábio, gentil, verdadeiro, um verdadeiro homem. Um modelo que envergonha todos os role-models infantis que a nossa Era colecciona e idolatra.
Obrigado por ser Vigário de Cristo na Terra, sinal visível de que Ele não nos abandona.
Obrigado por, agora, se fazer invisível para rezar por nós, para conseguir graças junto d'Aquele que tudo pode, a maior Potência que existe.
Obrigado por tudo!
Obrigado... meu Papa.
Agora, está na hora de Sua Santidade descansar.