Jesus, hoje Tu deste a maior prova de Amor que há. Vieste ter connosco e depois aceitaste a nossa resposta até às últimas consequências. O que significa que aceitaste ser rejeitado, insultado, preso, flagelado, crucificado e morto.
Fizeste-o por amor a toda a Humanidade, incluindo aquela que Te condenou. Não Te impuseste, é certo. Eras a Verdade, mas respeitaste a Liberdade deles. A liberdade de Judas te trair. A liberdade de Caifás usar a sua oratória e influência para buscar a Tua morte. A liberdade de Pilatos te abandonar por considerações políticas. A liberdade da multidão em votar a Tua perdição.
E eu compreendo. Eu sou pecador como eles, não os posso julgar, não me posso vangloriar... e agradeço-Te por estares de braços abertos na Cruz para me receber depois de tudo o que Te fiz.
Mas hoje, venho humildemente fazer-Te uma oração que, talvez, tenha pouco de amoroso, talvez tenha muito de egoísmo, talvez tenha pouco de cristão... Mas hoje gostaria de Te rezar como um discípulo, acocorado de medo no deserto, temendo as trevas que aí vêm.
Nós precisamos de Ti. Eu preciso de Ti. Não Te mantenhas silencioso muito tempo. Não preciso que irrompas dos céus com trombetas e espadas de fogo, como os judeus pensavam que o Messias deveria ser (tentação que, às vezes, também tenho).
Mas não deixes o Silêncio triunfar...