Recentemente envolvi-me num debate com uma blogger neste meu post, que se estendeu para este outro post de outro blog. Eu pensava ter reagido da melhor forma, colocando essa blogger na posição de ou 1) renegar a sua postura ou 2) abster-se de comentar. Todavia, ao mostrar esse debate a uma amiga minha, ela chamou-me a atenção da possibilidade de eu ter sido excessivamente "agressivo" (um termo que, por sinal, essa blogger usa para descrever a minha actuação).
Perante o facto, resolvi reler o comentário da discórdia, que coloco à disposição dos leitores:
"Bowlby falou da vinculação precoce. O que os estudos de Bowlby evidenciaram é que as crianças precisam de uma ligação parental significativa,e que estão etologicamente programadas para o apego como condição de sobrevivência.
Ora este apego pode perfeitamente ser com uma figura que não a mãe biológica, pode ser com uma figura de referãncia emocionalmente significativa, como demonstraram posteriores experiências. E nada na teoria do apego/vinculação dtermina em definitivo que a figura do apego, a figura significativa tem de ser uma figura feminina. Sim, um bom pai pode substituir uma boa mãe.De resto, Bwolby considera que as primeiras respostas do bebé revelam que presta atenção todos os padrões e contornos que se assemelham a um ser humano... AS figuras de apego, podem variar consoante o contexto...
Além disso a teoria de Bowlby baseia-se antes demais no comportamento animal.ResponderEliminar BLUESMILEFeb 22, 2012 11:33 AM
A ideia de que o vínculo paterno é construído ao longo da vida da criança mediante um sentido de honra e responsabilidade (a afectividade tem de ser construída), não é verdadeira. Os vínculos de apego são precoces, têm uam raíz biológica e iniciam-se antes do nascimento. A questão do vínculo materno ser estabelecido imediatamente após o parto com um pico hormonal (nomeadamente de occitocina) +e uma falsa questão. Quando muito, diz respeito às experiências da parturiente a não à capacidade de vinculação da criança. Ah, já agora, os homens também têm produção de ocitocina e têm mesmo "picos de ocitocina" quando vivem a experiências do amor e parentalidade. http://psy2.ucsd.edu/~mgorman/Gordon.pdfÉ preciso ter alguma cautela e pudor quando se usam conceitos pseudocientíficos cientficos, de raíz biológica e mecanicista, para justificar opções de natureza estritamente política"
Ao reler o comentário, tenho de admitir que a Bluesmile argumentou de uma forma educada na sua generalidade. Exceptuando a última frase. Que foi aquela que despoletou a minha reacção.
Nos comentários subsequentes, a Bluesmile teceu mais uns argumentos que têm a sua validade (embora, na minha perspectiva, continuem errados), mas entremeou-os com a catalogação de "pseudo-científico" e "ideologia de género". Motivo pelo qual os apaguei. No entanto, pergunto-me se ela estaria a usar os seus termos de forma pejorativa, ou como uma condição argumentativa na qual fundamentava a sua tese.
Por isso, gostaria de pedir perdão à Bluesmile se realmente fui injusto para consigo.
Naturalmente, este pedido de perdão não põe em causa o que eu disse no post. Trata-se de uma admissão de erro na forma, não no conteúdo.
No entanto, há ainda algumas lições extremamente importantes (que eu aprendi com o cérebro, mas não com o coração) nesta minha "missão" de apologeta:
- Primum): o facto de eu estar a defender dogmas ou a doutrina da Igreja, não me coloca a mim na posição da infalibilidade... quem é infalível é a Igreja, não eu;
- Secundum): não posso considerar comentários insultuosos à minha pessoa como comentários insultuosos à Igreja... fazê-lo é colocar-me na posição da hierarquia, que eu não possuo, por Vontade d'Ele
- Tercio): a minha missão não é ganhar debates, mas ganhar almas para Cristo. O que não se consegue com arrogância e orgulho
Assim, tendo em conta o conselho de S. Paulo Apóstolo "Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos." (Fl 2:3)...
... eu me penitencio diante de todos, assumindo os meus erros e estabelecendo como objectivo tentar ser melhor de agora em diante. Não sou ninguém para ser digno de defender o meu Senhor e, portanto, não sou ninguém para julgar quem quer que seja enquanto o faço. Nem sou ninguém para afastar quem quer que seja do meu Senhor, com o pretexto de O estar a defender.
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Para terminar, sei muito bem que é má educação fazer um pedido de perdão, seguido de uma justificação dos actos cometidos. Mas, já que me assumo como pecador, acho que vou permitir-me mais este pecado. De facto, a apologética é extremamente difícil e desmotivante, na medida em que é raro encontrar (sobretudo na Internet) alguém que esteja de facto preocupado em debater de forma séria e respeitosa. A maior parte dos ateus e católicos progressistas que encontrei estão mais preocupados em denegrir a imagem do apologeta do que em fixar-se nos seus argumentos. Assumi (talvez abusivamente) que esse era o caso no presente post. Admito que pudesse estar equivocado.
.Por outro lado, o uso da palavra escrita muitas vezes não reflecte as emoções que pretendemos imprimir ao que dizemos. Nunca pretendi ser agressivo. No entanto, se isto é verdade para mim, também o pode ser em relação a quem comenta neste blog, discordando de mim.
.Reafirmo assim, que o meu propósito não era expulsar a Bluesmile do meu blog, mas tão somente pedir-lhe que mantivesse uma atitude respeitosa durante o debate. Relembro ainda que o meu blog tem regras e que, mesmo após este post, eu me continuo a reservar o direito a apagar comentários que não respeitem tais regras.
Uma boa Quaresma para todos!