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Ano da Fé

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

CITAÇÃO DO MÊS

"A Igreja é intolerante na teoria porque acredita; mas ela é tolerante na prática porque ama. Os inimigos da Igreja são tolerantes na teoria, porque não acreditam; mas eles são intolerantes na prática porque não amam"

Frade Reginald Garrigou-Lagrange

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A ESPADA DE AÇO E A ESPADA DE FOGO

Neste meu post bastante recente, eu escrevi "... obrigar a Esquerda a tomar uma posição coerente: ou há liberdade religiosa para todos ou não há para ninguém! Chega de defesas hipócritas dos muçulmanos apegadas a preconceitos anticristãos, anticatólicos e anticlericais!"
Estas minhas palavras ficaram a ecoar na minha mente, sobretudo depois de ler este outro post de outro blog. De facto, existe uma grande duplicidade de critérios na forma como os cristãos e os muçulmanos são tratados pela nossa elite intelectual dominante (e pelos media que ela controla). Por que um cristão que ameace queimar um Corão é rapidamente e inequivocamente condenado por desrespeitar liberdade religiosa e por "ferir susceptibilidades"... e por que hão-de os manifestantes anti-Papa, com os seus preservativos e caricaturas desrespeitosas, ser olhados com bonomínia e até com estima?

Antes de reflectir sobre esta questão, tenho duas achegas a colocar:
1) Este argumento da duplicidade de critérios é muito prevalente entre os conservadores para criticar os críticos do Papa... mas é um argumento falacioso. Trata-se da falácia tu quoque. Lá porque os muçulmanos não são condenados por procederem mal, não significa que o Papa não possa ser condenado por proceder mal. E lá porque o Papa é acossado, caricaturado, gozado e difamado, não significa que os muçulmanos o devam ser...
2) Os muçulmanos a que me refiro na presente reflexão são apenas os fanáticos, apoiantes ou participantes em actos terroristas ou atentatórios da dignidade humana. Não os confundo aqui com os muçulmanos que aderem a uma visão do Islão respeitadora dos direitos humanos e religiosos de todos.

Posto isto, é preciso perguntarmo-nos... por que existe esta duplicidade de critérios? Sim, porque o facto de esta duplicidade não ser um argumento válido para avançar a posição cristã, não significa que esta duplicidade não exista. Então, porquê? Por que a Esquerda condena o Cristianismo com tanta veemência, mas não tanto o Islamismo, sobretudo o mais radical e fundamentalista?

Sem dúvida que há uma ligação ao conflito israelo-palestino. Sem dúvida que há uma ideia errada, mas prevalente, de que o Corão é mais sagrado para os muçulmanos do que o Papa o é para os católicos. E sem dúvida que há aqui um medo de que actos fúteis e provocatórios possam causar um atentado terrorista islâmico, que jamais surge por parte dos cristãos...

Mas essas são razões muito superficiais...

A principal razão é o medo. Sim, pura e simplesmente, o medo! Não o medo de atentados terroristas... Não. Trata-se do medo da Espada de Fogo!

A Esquerda parece defender incondicionalmente a liberdade religiosa dos muçulmanos, enquanto procura abater a todo o transe a liberdade religiosa dos cristão. Defende a liberdade de expressão de caricaturar os católicos, mas acredita que caricaturar os muçulmanos é insensível e intolerante. Incoerente? Não! Apenas o é superficialmente... quando se compreende o medo da Espada de Fogo, este comportamento torna-se verdadeiramente coerente.






Ora vamos ver...
Qual é o motivo de protesto dos manifestantes anti-Papa? Os escândalos de pederastia (ups!) quero dizer, de pedofilia no seio da Igreja? A SIDA em África? Um pouco... mas estes são também pretextos! Porque este Papa fez mais para acabar com a pedofilia na Igreja do que qualquer outro... mas isso não basta! Porque o Papa já se desculpou inúmeras vezes pelos escândalos sexuais... mas isso não chega! Porque a responsabilidade da Igreja na propagação do VIH não se encontra minimamente provada... mas isso não interessa! Porque a Igreja faz mais do que qualquer outra instituição para mitigar o flagelo da SIDA... mas isso não importa! Não é satisfatório! Nem nunca será! Porque estes são apenas pretextos!
Qual a solução que as elites advogam para a SIDA em África? Preservativos! Que são condenados pelo Papa! E os manifestantes querem usar preservativos para se protegerem das DSTs decorrentes dos seus comportamentos sexuais promíscuos!
Qual a solução que as elites advogam para a pedofilia na Igreja? Fim do celibato dos padres! Porque o celibato dos padres demonstra uma opção radical pela Castidade! E os manifestantes odeiam a Castidade!
Eles jamais ficarão satisfeitos com qualquer iniciativa benéfica da Igreja... a única iniciativa que eles pretendem da Igreja é a mudança da sua doutrina. Enquanto a Igreja não lhes disser: "Façam o que quiserem e divirtam-se, meus malandrecos!", eles continuarão a protestar e a demonizar a Igreja por todos os males do Mundo, verdadeiros ou imaginários, passados ou presentes.

Continuarão, porque esta é uma necessidade deles! Sem a demonização da Igreja, resta-lhes apenas a eles confrontarem-se com a sua própria demonização... a demonização que advém dos seus próprios comportamentos e dos seus próprios vícios. Se a Igreja não está errada, então são eles que estão... e essa dúvida causa grande sofrimento!

Mas por que precisam eles do visto de aprovação da Igreja? Afinal de contas, só é católico quem quer, não é? Só ouve o Papa quem quer! Só segue os ensinamentos quem o desejar!
Só que a Igreja tem o papel de consciência do Mundo. E a consciência é uma voz incómoda! Obriga-nos a transcendermos os nossos desejos imediatos para buscarmos um Bem maior. Obriga-nos a crescer... e o crescimento é duro. Obriga-nos a caminhar, mesmo que isso nos leve a desertos ardentes e montanhas escarpadas. Tudo isto é tabu na nossa sociedade hedonista e adolescente.

As palavras da Igreja são uma Espada de Fogo que corta o Coração Humano. O fogo é cáustico, queima, ulcera... mas, por isso mesmo, é uma força purificadora! E a Espada da Igreja é do mesmo fogo da sarça de Moisés: Arde, mas não consome (Ex 3:2)! O Povo de Deus é baptizado pelo Fogo (Mt 3:11)! A Espada de Fogo é a Espada do Espírito (Ef 6:17)!







Contemplemos agora o outro lado... os muçulmanos têm uma moral sexual mais solta (para os homens, entenda-se). A poligamia é incentivada. A abstinência e o celibato são aberrações aos olhos de Alá. Até a pederastia (ups!) quero dizer, a homossexualidade, pode ser tolerada em certos locais...

Mas os muçulmanos (os fundamentalistas, entenda-se...) têm outra coisa que a malta de Esquerda considera fascinante. A Espada de Aço. Sim, qualquer pessoa que conheça um pouco a História do Islão sabe que os países do Médio Oriente, da Turquia e do Norte de África não foram convertidos com debates e palavras, mas a fio de espada.

Para uma Esquerda alegadamente pacífica e tolerante, isto deveria ser completamente horripilante. Mas, o (pseudo)pacifismo e a (pseudo)tolerância da Esquerda são, também, meros pretextos. Quem conhecer os alicerces teóricos da Esquerda saberá muito bem que esta jamais hesitou em partir para a guerra e para a intolerância quando lhe era conveniente...

A Esquerda é, a cada altura, composta por minorias. Não especialmente minorias económicas ou étnicas, mas sobretudo minorias ideológicas. A Esquerda é composta, a cada tempo, por um grupelho de intelectuais que se rejubila num sistema de pensamento absurdo e que, como tal, é incapaz de ser partilhado por mais alguém que seja exterior a esse grupelho. Como toda a minoria, considera-se oprimida pela maioria. Logo, cria uma defesa psicológica que consiste num complexo de superioridade e numa mentalidade persecutória... Assim sendo, quando confrontada com a realidade, reage invariavelmente com vitimização.
Para sobreviver, a Esquerda aproveita-se dos seus altos cargos no Estado e nos Media para imporem esse sistema de pensamento a todos os outros que, coitadinhos!, precisam ser educados para a modernidade. Quando a Esquerda não tem esses altos cargos no Estado e nos Media à sua imediata disposição, usa o fio da espada para cumprir esse intento... algo a que eles chamam "Revolução".
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A Esquerda necessita desses métodos de coerção para disseminar a sua mensagem. Mas, isso cria-lhe problemas de consciência. Afinal de contas, eles são todos a favor da Liberdade... mas a Liberdade tem a desvantagem de permitir que as pessoas continuem a ter bom-senso e a desprezar as suas progressistas ideias. A Esquerda pode fingir que está a educar os brutos, fingir que os fins justificam os meios... mas, no final, necessitarão de usar de sharia para forçar os dissidentes a submeterem-se. Daí os problemas de consciência...
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... Consciência essa que, como eu já referi acima, se encontra materializada na Igreja Católica.







Ou seja, é assim que se responde à questão da duplicidade de critérios quanto aos insultos ao Islão e quanto aos insultos à Igreja Católica.
Simplesmente, porque o insulto ao fundamentalista islâmico é um insulto ao alter-ego do burguês ocidental trostkista! O fundamentalista islâmico é aquele que usa a Espada de Aço para silenciar a Espada de Fogo que é a consciência cristã e católica no Mundo. O fundamentalista islâmico é aquele que conseguiu resolver o célebre paradoxo do jacobino civilizado, que quer ser jacobino sem deixar de ser civilizado. O fundamentalista islâmico é aquele que faz o trabalhinho sujo do intelectual comunista, ao perseguir a Igreja nos países não desenvolvidos, onde a mensagem progressista não colhe grandes aplausos.
 
O problema com esta lógica... é que nenhuma Espada de Aço pode derrotar a Espada de Fogo!
Porque a Espada de Fogo não arde com o fogo das paixões humanas, mas com o fogo divino! Arde com a força invencível do próprio Deus! E, sobretudo, arde em todos corações humanos, mesmo naqueles que mais o procuram apagar!
Portanto, estas pobres almas encontram-se profundamente magoadas e é essa mágoa a principal razão do seu medo, que é a fonte do seu ódio...
Elas sofrem muito às mãos da Espada de Fogo, embora esta seja uma espada de amor...
Elas ardem num inferno neste mundo, na esperança que, tocadas pelo Fogo de Deus, possam arrepender-se e não arder num inferno no próximo mundo.
Portanto, cabe-nos a nós, cristão, resistir à tentação de pegar na Espada de Aço para resistir à Espada de Aço que eles procuram instigar contra nós.
Cabe-nos a nós, outrossim, sermos chama viva, a própria fina lâmina da Espada de Fogo.
Contemplemos estas pobres almas e façamos como o Papa fez diante deles... ignoremos os seus uivos estridentes que nada mais são do que um pretexto para conflito... em vez disso, estendamos-lhes as nossas orações e caridade.
Nós venceremos!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

UM TRISTE (E INDISSOLÚVEL) CASAMENTO...

Foto: Sebastian Paquet
Flickr

Há um casamento que está na berra, que buzina por todas as ruas de Portugal num cortejo caótico e cacofónico. Todos os portugueses (e todos os ocidentais) foram convidados a assistir, mas estão todos demasiado ocupados para olhar. Por isso, o cortejo matrimonial (ou deveria dizer, o cortejo fúnebre) continua a avançar, sem parar.

Refiro-me ao casamento entre a Cultura da Morte e o Utilitarismo. Pois é... ninguém gosta muito do noivo, mas a noiva é tão atraente e sofisticada, que as pessoas não lhe resistem. Esquecem-se que, para onde a noiva é convidada, o noivo vai atrás... Onde entra a Cultura da Morte, entra o Utilitarismo. Não é possível permitir a destruição da Vida Humana de acordo com as conveniências de cada um, sem permitir que a Vida Humana receba um valor finito que deve ser pesado contra outros valores...

Deste casamento só nascem abortos. Por exemplo, quando a crise económica aperta, os primeiros a sofrer cortes nos subsídios são os "indesejáveis" que, de acordo com a Sr.ª Cultura da Morte, jamais deveriam ter nascido. Cortes nos subsídios, que é como quem diz... Os "indesejáveis" podem sempre receber um novo subsídio por terem sido privados do privilégio de terem sido mortos antes de nascer!

Há apenas uma filha deste casamento que não foi abortada: a Loucura! E é uma filha obesa!!!

Quem, de entre os presentes, se opõe a esta união, que fale agora ou se cale para sempre!

Eu oponho-me! O leitor também se pode opôr!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

UMA DERROTA MORAL PARA O OCIDENTE...

Por vezes uma vitória mal ganha é pior do que uma derrota honrosa...


Foi o que sucedeu neste último 11 de Setembro, no 9º aniversário de uma tragédia indescritível.
Parece que um grupo de muçulmanos moderados (uma tal Cordoba Initiative), cujo objectivo é melhorar o ecumenismo e o diálogo com outras religiões, planeou erigir uma mesquita perto do Ground Zero. Não sei se a Cordoba Initiative será composta, de facto, por muçulmanos tão moderados como isso... a construção de uma mesquita num local tão polémico não revela grande sensibilidade pelos familiares das vítimas deste atentado terrorista. Parece-me que, para um grupo que visa melhorar o ecumenismo e o diálogo, esta organização tem muita falta de tacto ao lidar com os seus interlocutores. A mim dá-me a sensação de que esta ONG padece do mesmo mal que muitas outras, procurando publicidade através de polémicas gratuitas e refugiando-se depois numa vitimização moralista...
De qualquer das formas, a minha caridade cristã obriga-me a dar-lhes o benefício da dúvida.

Ora, quem lê o meu blog, sabe que eu sou um firme defensor da liberdade religiosa dos muçulmanos em solo ocidental. Por isso, defendo aqui também o direito de a Cordoba Initiative construir a Mesquita do Ground Zero onde bem entenderem, por muito politicamente incorrecto que seja.

No entanto, quem me conhece sabe também que não sou ingénuo... e que ainda há muita perseguição contra os cristãos. E que a grande maioria dessa perseguição acontece precisamente nos países islâmicos. E que a grande maioria da perseguição anticristã ocidental é motivado por forças ideológicas de Esquerda que são irracionalmente islamofílicas (sobretudo por causa da Palestina, que é vista pela Esquerda como uma espécie de resistente revolucionário contra Israel, essa metástase do capitalismo norte-americano no bom e puro Médio Oriente). 

Então o que fazer?

Bem, que tal isto? Aproveitar esta polémica para mostrar os valores cristãos que são as raízes da nossa sociedade ocidental? "Dar a outra face" (Mt 5:39; Lc 6:29)! Sim! Deixemo-los construir a sua mesquita! Mas isso não significa que nos deixemos espezinhar! E que tal aproveitar a ocasião e negociar "Uma mesquita no Ground Zero em troca de uma igreja na Arábia Saudita"?

Seria uma boa forma de sensibilizar as consciências mundiais para o sofrimento dos nossos irmãos esquecidos! Seria uma boa forma de conhecer as verdadeiras intenções dessa Cordoba Initiative (se fossem realmente muçulmanos moderados interessados em ecumenismo, iriam acolher a ideia com agrado... caso contrário, cairia a máscara)! E seria uma boa forma de obrigar a Esquerda a tomar uma posição coerente... ou há liberdade religiosa para todos ou não há para ninguém! Chega de defesas hipócritas dos muçulmanos apegadas a preconceitos anticristãos, anticatólicos e anticlericais!

Mas diante desta situação, o que é que os americanos fizeram? Bem, comportaram-se com o seu costumeiro histerismo egocêntrico, subscrevendo a tácticas de rua, ao insulto fácil e às teorias da conspiração, ameaçando inclusive queimar o Corão. Ou seja, os cristãos comportaram-se exactamente como os fundamentalistas islâmicos cujo comportamento desejam condenar! Perderam a compostura, transparecendo uma imagem de irracionalidade, fanatismo e intolerância.

No fim, o Corão não foi queimado... e parece que a Cordoba Initiative vai construir a mesquita noutra localização. Mas esta foi uma derrota moral para o Ocidente. Tinhamos os valores, a cultura e a oportunidade para demonstrarmos os frutos do Cristianismo e para ajudar a acabar com a injustiça religiosa em todo o mundo e em todos os credos. Em vez disso, ajudamos a transmitir uma imagem nossa que derruba a nossa autoridade moral. A máquina propagandista dos media irá aproveitar a ocasião para, uma vez mais, nos equiparar aos piores fundamentalistas... o que poderá levar a uma equiparação do 9/11 de 2010 ao 9/11 do 2001, branqueando as milhares de mortes de um acto cruel, bárbaro e cobarde.

domingo, 5 de setembro de 2010

CONSOLO NO REGRESSO AO TRABALHO

Um vídeo comovente inspirado numa passagem do livro "Ortodoxia" do grande G.K. Chesterton

Ver aqui

SABEDORIA QUE ILUDE OS SÁBIOS

Parece que o grande cientista Stephen Hawking (que eu muito admiro como pessoa e como cientista) veio a público anunciar a publicação de um seu livro em que exclui a possibilidade de ter sido Deus a criar o Universo.

Confesso que, ao começar a ler esta notícia, fiquei a pensar que o cientista descobrira uma qualquer Lei da Física ou alguma equação matemática que tornasse a existência de Deus uma impossibilidade lógica. Fiquei desapontado ao saber que, afinal, a premissa do cientista tem a ver com a possibilidade de existência de vida noutros planetas ou universos, o que tornaria redundante a Criação do Homem.

Ou seja, este não é um argumento científico, mas teológico.
Já discuti, na caixa de comentários de 2 posts deste blog (aqui e aqui), como a existência de vida extraterrestre não é um argumento contra a existência de Deus, sendo que já vários teólogos se debruçaram sobre o tema.

Mas há aqui algo mais profundo... algo que é muito adequado às leituras deste Domingo. Stephen Hawking é um grande sábio, mas parece que se embriagou com a sua sabedoria, ao ponto de a tornar imprescindível para a realidade do Mundo.
O raciocínio dele é: "não compreendo por que Deus criaria outros mundos, logo Deus não existe"...
Será que ele nunca pensou que talvez Deus tenha motivos que ele desconhece... ou que não encaixam nos nossos limitados conceitos? Será que a existência de um Ser racional e complexo (tal como nós) está contingente da nossa compreensão das suas acções? Será que a existência seja do que fôr está contingente da nossa compreensão do Universo? O antropocentrismo bíblico (que os sábios criticam quando falam de vida extraterrestre) não é tão antropocêntrico como o antropocentrismo racionalista dos cientistas...

Quem adere a este antropocentrismo racionalista perde a humildade que deve caracterizar um bom religioso... mas também perde a humildade que deve caracterizar um bom cientista...

Por isso, torna-se pertinente a 1ª Leitura deste Domingo... tirada do Livro da Sabedoria:

"Que homem, pois, pode conhecer os desígnios de Deus, e penetrar nas determinações do Senhor?
Tímidos são os pensamentos dos mortais, e incertas as nossas concepções; Porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e a morada terrestre oprime o espírito carregado de cuidados.
Mal podemos compreender o que está sobre a terra, dificilmente encontramos o que temos ao alcance da mão. Quem, portanto, pode descobrir o que se passa nos céus?
E quem conhece vossas intenções, se vós não lhe dais a Sabedoria, e se do mais alto dos céus vós não lhe enviais vosso Espírito Santo?
Assim se tornaram direitas as veredas dos que estão na terra; os homens aprenderam as coisas que vos agradam e pela sabedoria foram salvos."
Sb 9:13-18

Oh, Pai Celeste, bendito sois vós, pois ocultastes estas coisas aos sábios e as mostrastes aos humildes!

Actualização: A propósito deste post, ver este site aqui