Uma das frases que mais se tem vindo a ouvir nos últimos anos no que diz respeito a políticos é "Eles são todos iguais...". Essa frase tem ganho popularidade sobretudo nestas últimas eleições, para justificar o abstencionismo e a apatia política do Povo. E, por estranho que pareça, a mim parece-me que este pensamento até deve estar a ser popularizado pela máquina de propaganda socialista. Porque o único beneficiário da afastamento político dos descontentes é precisamente José Sócrates.
Na verdade, este pensamento é apenas uma das facetas do relativismo que tem vindo a erodir e a destruir a nossa sociedade. Existe um mal objectivo e que é reconhecido por todos, mas contra o qual não se faz nada, porque se relativiza esse mal ou as suas consequências. É a "tolerância" pós-moderna, que é apenas uma desculpa para o alheamento em relação aos males que nos cercam.
Ora, o relativismo combate-se com a Verdade. E a Verdade é esta:
NÃO SÃO TODOS IGUAIS!!!
Não são iguais de um ponto de vista moral:
- Uns são adversos à degradação moral que temos vindo a assistir nos últimos anos; p.ex: PPV.
- Outros, são adversos, embora não sejam de todo fiéis nem de confiança; p.ex: CDS-PP.
- Outros são adversos a uns males e favoráveis a outros; p.ex: PPD-PSD de Pedro Passos Coelhos, que é favorável à equiparação a Casamento das uniões homossexuais, um mal que já foi legalizado... mas que aparenta ser adverso àqueles males que ainda não foram legalizados
- Outros são claramente favoráveis à degradação moral da nossa sociedade (p.ex: BE, PCP). E desses, houve um que levou a cabo essa degradação até à exaustão, sem dó nem piedade, sem busca de consensos nem de soluções moderadas, e que o fez na legislatura que finda e que vai a escrutínio: o PS!!! E continuará a fazê-lo, se o elegermos outra vez.
Portanto, não me digam que não existem alternativas. Existem alternativas para todos os gostos e feitios, para todas as preocupações e argumentos, desde os adeptos do "voto útil" até àqueles que deixam que o voto seja um reflexo puro das suas consciências. E se me dizem que "Todos são iguais" e que temos de ser mais exigentes, então o abstencionismo não é solução. Porque, com o abstencionismo, não se cria mais exigência, mas mais impunidade dos medíocres. Se queremos ser mais exigentes, então aloquemos os nossos votos a outras forças políticas, que ainda não tiveram a oportunidade de fazer um bom trabalho, em vez de nos deixarmos fazer reféns dos partidos "grandes".
Mas passemos ao ponto de vista puramente económico (que parece ser o único que interessa às pessoas). Aqui, também é igualmente verdade:
Não são todos iguais!
Não são todos iguais porque:
- Um deles (o actual Primeiro-Ministro) endividou o país até à total bancarrota.
- Os outros, não.
Ponto final.
Um é um mal conhecido (e já exaustivamente conhecido como tal). Os outros são um mal possível, contrabalançado com um bem possível.
Logo, é dever de um eleitor consciente lutar pelo que é melhor para o país, afastando os males que se apresentam como tal de forma objectiva.
Por outro lado, se se considerar que "
São todos iguais", porque todos vão ter que obedecer às orientações do FMI para retirar Portugal da penúria... então ainda se verificam mais motivos para infligir a derrota em Sócrates. Se os políticos não têm margem de manobra em termos de políticas económicas, então isso dá ao eleitor a liberdade de votar com base noutros critérios: como por exemplo os valores e ideais. Ou, então, a liberdade para afastar quem claramente é prejudicial. Se as medidas de austeridade do FMI são, além de obrigatórias, também deletérias para o desenvolvimento do país, então puna-se quem nos obrigou a isto. E o
único responsável pela vinda do FMI foi
José Sócrates! Não me venham com historietas! Um país que está com uma
execução orçamental excelente, não passa à
necessidade absoluta de pedir ajuda externa em 2 semanas de governo de gestão. Afirmá-lo é acreditar em clara propaganda enganosa!
Esta "geração à rasca", que organiza manif's colossais para protestar (precisamente com base no princípio: "Os políticos são todos iguais") e que, depois, com base nesse mesmo princípio "Eles são todos iguais", se recusam a exercer o seu direito de voto... esses, essa "geração à rasca", são os maiores aliados de José Sócrates, a seguir aos indefectíveis do PS que votam sempre no mesmo por clubismo. Porque essa "geração à rasca" tem o poder dos números, mas depois é incapaz de traduzir isso onde realmente tem poder: nas urnas! Tudo isso porque todo esse poder dos números é inutilizado por uma ideia preconceituosa e perniciosa...
Em resumo: uma massa. Não um movimento cívico, nem uma manifestação do Povo soberano, mas uma massa. Daquelas massas que são constantemente escravizadas e intrumentalizadas pelos tiranos. Como parece ser o caso com José Sócrates.
Não existem quaisquer motivos para deixar Sócrates e a Esquerda fracturante ganhar as próximas eleições. Bem pelo contrário, nunca houve tantos motivos nem tão variadas formas de lhes infligir a derrota que eles merecem. Caso se preveja a hecatombe de Portugal sucumbir a mais 4 anos de Sócrates, o país não terá mais desculpa para todos os males que lhe vão cair em cima: materiais ou não.